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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

E chegou a hora da mudança entre duas mulheres...

No nosso dicionário "Fazer a Mudança" é tal qual unir, casar, dormir juntinho todos os dias...

E foi assim, comigo tudo é assim...
Um dia eu estou na rua amargurada sem lugar para ficar e noutros eu nem sei para quem dizer não.. Em um dia eu me acho hétero e outros eu sou a mulher que mais gosta de mulheres nesse mundo. Numa semana atras eu era somente uma mulher apaixonada por uma amiga com um namorado e uma vidinha normal...hoje sou uma mulher que vive com outra mulher e que pela primeira vez faz a Mudança...

Desde o dia 23 de Dezembro até hoje dia 30, vivemos juntas a conquista, o reencontro, o namoro.. e agora esse casamento às aversas. Tudo nada planejado, que me virou a cabeça e me fez em uma semana sentir que isso é a melhor coisa que duas mulheres podem fazer.

Em conversa com Shane ontem, e tantas outras Lez que me conheceram a maior pergunta feita foi essa: É você mesmo Bette? Tu tá bem?

Não sei quem eu sou, já pensei até mudar de nome, de fala, de argumento.. Tudo que eu preguei e pensei anteriormente foi uma furada. Para quem me acompanha desde o início, sabe que eu realmente mudei e estou virada, voltada, 360º total por ela. A minha..."Jenny".

Não sei se vou confundir a cabeça de vocês tentando unir Bette com Jenny, mas é isso que eu posso concluir que ela é.. a minha cineasta, a minha atriz, a minha mulher de atenas, minha tigresa, forte e fraca, complicada e simples.

E foi assim, ontem fizemos a mudança, casinha nova, escolha do lugar da cama, das mesas de produção - a dela do cinema e a minha das artes...tudo pensando para fluir a criatividade, o amor e a construção de um dia depois do outro.

Ah, também teve briguinha, pois ainda não sei como farei para dar fim em todo o meu passado desequilibrado, do celular tocando a meia-noite, das lembranças e a saudade.

Mas, aqui fica a promessa que não sai da boca para fora, mas sim de um lugar que bate cada vez mais forte: vou ser fiél!

Meninas, viva a Mudança!!!

Para você minha Tigresa:

"Tigresa - Caetano"
Uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel
Uma mulher, uma beleza que me aconteceu
Esfregando a pele de ouro marrom
Do seu corpo contra o meu
Me falou que o mal é bom e o bem cruel
...
Ela me conta que era atriz e trabalhou no Hair
Com alguns homens foi feliz com outros foi mulher
Que tem muito ódio no coração, que tem dado muito amor
E espalhado muito prazer e muita dor ".

Bette
A inspirada!

sábado, 27 de dezembro de 2008

Paixão da segunda vez...é mais forte.

Eu aprendi coisas incríveis esse ano que termina...

Eu tinha algumas certezas:

Eu amo Tina.
O amor a primeira vista é de matar ou morrer qualquer mulher.
Eu estou sem sorte e incapaz de me apaixonar--

Mas, eu agora aprendi que o maior dom entre duas mulheres é a paixão a segunda, uma nova chance para sentir algo maior, intenso e sem segredos. A segunda vez para descobrir outra pessoa, para viver mais uma vez com alguém...

Lembram da cartinha que escrevi ao Papai Noel?

Bem, eu esqueci de pedir a ele para não deixar ela pegar na minha barriga...
Foram alguns dias desejando aquela minha amiga. A mesma que foi minha tentação, a minha amiga de casa, e agora colega de quarto.

No final da noite de terça deitei perto dela, estava quase me despedindo quando nossas mãos se encontraram, o desejo era visto em nossos olhos, sua mão enfim pegou minha barriga e eu disse: Pare com isso pois posso ter outras vontades a mais que amizade...

É melhor amizade, né? - Foi o que mais uma vez repetimos...
Até que deito minha face ao lado dela, e sua boca vem em direção a minha.

Beijos..beijamos...

Como se tivéssemos algumas vidas sem fazer isso. Todo o tempo que brigamos e/ou passamos numa tentativa de somente amizade foi esquecido por aquele beijo.
Depois que paramos disse a ela que amanhã poderiamos dizer que nada havia acontecido..

Mas, ela não queria, eu não queria...
A noite teve de acabar, pois eu ainda tinha a realizade de um namorado a minha porta...

O dia seguinte foi aguardado contando os minutos. Nos encontramos, nos beijamos..tudo estava claro... eu queria ela e ela me queria.

Meu presente de Natal chegou, meu coração estava novamente povoado. Eu estou nesse exato momento que escrevo apaixonada por minha namorada.
Foi isso que aconteceu, um namoro rápido e avassalador.

Nos queremos, nos beijamos, mas ainda temos dúvidas...

O que fazer com esse relacionamento que virou um casamento pelo destino? viver juntas, fazer planos, querer ainda mais, ficar bobca...tudo tão rápido.

Prometemos tomar cuidado para não deixar a relação esfriar, ou cair pelo processo do convívio. Prometemos não privar nenhuma de nada.. Ela não me mandou tomar nenhuma atitude preciptada...

Falamos até de Tina que viria no próximo mês para ser minha nova tentação...

Não sei de mais coisas sobre essa paixão a segunda... Só sei que é bom, é apaixonante, me fez curar de algo que me fez por muito tempo infeliz!!!

E a nova Certeza:
Vou começar o novo ano de novo amor.. Feliz!

Felicidades minhas lindas, um dia qualquer tudo pode mudar...

Bette,
A apaixocada!!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O amor me inspirou

Minhas Loucas Mulheres – Parte II:

Depois de meses sem escrever minha novela, volto com o segundo episódio. Leiam o primeiro!
A minha proposta é contar os meus casos antigos, desde os vinte anos, quando iniciei os relacionamentos com mulheres – agora tenho 24; intitulado “Minhas Loucas Mulheres”. Loucas por quê? Ah! Todas sabem que de poeta e louco, todo mundo tem um pouco.
Abraços e acompanhem!


Minhas Loucas Mulheres – Parte II:
O primeiro e único buquê de flores

Essa foi um furacão em minha vida!

Há épocas em que nos desesperamos pra encontrar alguém e esquecer outra pessoa. Essa era a minha.

Um amiga chamou-me para um bar gay. Eu ainda não freqüentava esses ambientes, mas ele insistiu e acabei topando.

Chegando, vi que seria difícil atingir meu objetivo: encontrar alguém.

As pessoas eram vulgares e desinteressantes. Depois de algum tempo, decidida a ir embora, eis que me surge uma mulher interessante.

Eu a encarei e ela retribuiu, logo depois sentamos próximas, ela puxou papo, passamos a conversar, ela já veio alisando minha mão, depois pescoço e costas, e eu amando aquilo tudo!

Ao ir embora trocamos telefone e nos beijamos. Ela era enfermeira no Rio Grande do Sul, tinha se mudado há pouco tempo e a assaltaram quando chegou na minha cidade, por isso estava sem celular, mas iria me ligar.

Passaram uns dias e não me ligou. Eu conhecia o hospital que ela trabalhava então fui vê-la. Conversamos e ela disse que iria me ligar, então eu lhe dei uma caixa com um “presente”. Dentro da caixa tinha o meu celular, assim ligaria pra ela sem problemas e não nos desencontraríamos mais. Ela não gostou da atitude e no outro dia me devolveu o celular. Encontramos-nos rapidamente, no intervalo do seu expediente.

No outro dia mandei flores para o hospital pra me desculpar. Ela nem ligou pra agradecer. Depois nos falamos pelo msn e ela disse que era hétero, tinha um noivo em Portugal e não era gay. Eu disse que ela era maluca, homofóbica e dei tchau! Desapareci da vida dela.

Nunca mais mandei flores a ninguém! Fiquei com trauma!


xxx Shane xxx

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Retrospectiva 2008 na Lesbolândia...

Imaginem aquela ceninha do The L Word onde Alice coloca as constelações. Neca de ser Shane ou Papi o Centro.. oras, como aqui eu sou a narradora, vou ter de falar tudo em minha visão, e tudo no meu ego-mundo..rs.

Eu Bette, estudei com Alice, que ficou com Shane muito tempo depois que eu fiquei com Tina.
Eu, Bette, que fiquei com Alice que ficou com Shane que quis ficar comigo, mas nunca me pegou pois achava que eu era hétero..rs.
Eu, Bette, que conheci Helena nesse Blogger aqui, e fiquei amiga dela mas, ela não conhece Alice nem Shane...mas se um dia elas se olharem vão todas se pegar.
Eu..que que fiquei com muitas mas pensei somente em Tina, que na verdade é (XX) enfim tenho um novo amor.

A contagem:

Pelo que eu vejo elas contando. Shane deve ter ficado com umas 20 esse ano e se apaixonado por 10 delas.
Alice, ficou com duas, e acho que nunca se apaixonou de verdade.
Helena, que é apaixonada pela mina que diz ser a mulher da vida dela, já ficou com umas 100, que mesmo que não sejam as mulheres da vida dela, são as mulheres dos momentos dela..rs.
E eu... Oras, inútil dizer que eu quase fecho um ano com um número infeliz e ainda mais com aquela tristeza no peito.. mas, não... fiquei com 3, mas enfim..no último momento, me apaixonei...

Eu, Bette
Cheia de segredinhos...

domingo, 21 de dezembro de 2008

Pedido ao PAPAI NOÉL: ME ENSINE A SER HÉTERO COM UMA AMIGA...

Se tivésse uma mandinga para lésbicas não sentir desejo por suas amigas, eu gostaria de usá-la atualmente. Não quero estragar nada com essa amiga, mas é uma provação supra que passo agora. Não consigo parar de a querer como mulher. Eu não quero mentir, não quero que ela pense que toda a forma de carinho é somente um afago inconsciente/consciente de minha sexualidade pedindo por ela.

Até fui na net para ver se conseguia... mas, acho que iriam me sugerir duas galinhas na encruzilhada, minha calcinha vermelha, uma pintada de corante e uma roupa bem recatada dela..rsrs.

Não sei se isso acontece com vocês, mas depois que me tornei “vampira”, tudo fica a flor da pele, não posso ver pescoços. Já consegui ter amigas que nunca passaram em minha mente ter prazer com elas, mas, diante de uma pessoa que já tive a presença de beijos e desejos, ainda não consegui encontrar a fórmula para o não-desejo. Peço que volte setembro, dos dias em que ela era somente uma mulher que passava a minha frente... Mas, esse momento não vem...

Saibam que estou num tremendo exercício. Já consegui superar algumas semanas. E até chegar o momento do não-desejo, preciso de uma ajudinha e é por isso que só encontro uma solução: fazer minha cartinha para Papai NOEL.

Olá Papai Noel,

Sei que durante esse ano fui uma menina má, uma lésbica que negou ser lésbica. Que traiu seu grande amor, que deixou uma mulher incrível esperando a noite inteira, que se apaixonou por uma e largou ela quando viu que já a tinha conseguido.

Não quero de presente uma boneca inflável, nem um vibrador super-potente. Não gastes dinheiro comigo. Não vou pedir que me traga Afrodite do além para passar uma noite comigo, nem que faça a Angelina largar o Brad por causa de mim.

O meu pedido é muito simples. Só preciso que me ensine olhar uma mulher como amiga.

E ai vai meu pedido detalhado:

Que eu não sinta desejo com ela ao meu lado,
Que o seu perfume natural não entre em minhas narinas e provoque sensações da carne,
Que quando ela sorrir eu não olhe para sua boca e a queira beijar,
Que eu não confunda essa boa amizade com paixão,
Que eu seja sincera com ela, mas nunca diga que sonhei com ela fazendo amor,
Que eu consiga dormir mesmo ela estando poucos metros diante de minha cama,
Que eu consiga esquecer logo isso, para não perder mais neurônios e minhas calcinhas inundadas.
Que nunca deixe a boca dela tão perto da minha.
Que não pense em roubar um beijo depois que ela me abraça,
Que seja pelo menos com ela hétero, e não tente perder essa amizade por conta desse desejo latente e esse coração acelerado, que não sabe se é amizade ou paixão.

Ah, caso não consiga fazer tudo isso, pode só me dar uma mulher inteligente, legal e amorosa para eu não ter mais tempo de pensar nela.

PS: Você foi um dos responsáveis por eu gostar de mulheres... desde que vi você preso em minha janela.. aquela roupa vermelha e branca que usa há séculos, com as cores do Internacional do Porto Alegre muito fora de moda, a sua barba sem tirar, os cabelos brancos mal-cuidados, essa barriga grande... tudo me fez pensar: homens podem ser assim mesmo.

Eu, Bette
Pensativa..

E agora a tal fidelidade...

#Uma rapidinhas para falar...

Não sei se já sabem, mas enfim tenho passagem comprada para regressar ao Brasil. É somente por um mês, talvez somente algumas horas para dar a cada um que senti falta.. e é claro que isso inclui a TINA.
Com ela vivi muitas histórias, com ela pensei que fosse casar, com ela fiz planos de voltar e passar de pura lembrança, carinho e cumplicidade...Porém, chega ela e me diz: serei fiel a minha namorada, e não posso fazer nada contigo.
As vezes vejo que essa palavra fidelidade não pertence ao meu vocabulário, e deveria nunca ser usada contra mim. Queridas, vocês compreendem que ela não deveria ser fiel a sua namorada tendo em vista as nossas cartas ainda tão mal-resolvidas. Acabamos pela Internet, eu nunca pude ter minha última noite com ela... e agora essa coisa de não poder viver isso nunca mais por conta de uma mulherzinha que chegou na vida dela por 2 meses? Tudo bem, eu estou alterada, mas, como não odiar agora essa palavra?

Eu, Bette..
A nervosinha..rss.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Hell.

Hoje acordei para cair em tentação
Têm dias que os três me provocam: a morena, a loira e o androgyno.

Essa foi a aventura de sabado:

Acordei com a mulher que escolhi para ser minha companhia o resto da vida, enquanto ela dormia, fiquei admirando a sua beleza, os olhos rasgados, a pele branquinha, o sorriso que restou da noite passada, a inocencia que ela carrega mesmo negando.

Fui para o trabalho, no Forum... falo 8h praticamente a mesma coisa,
pois é tem gente que se recebesse a carta do Forum hoje escrito em baixo "você ganhou um milhão de reais." apareceriam uns 2 se não for muito para receber ¬¬ Ai de quem pensa que o expediente do Forum sao só de 6h.

Já faz um tempo que as provocações começaram.
Meu interesse pelo guri despertou quando ele dormia no sofa da nossa "area de break" e eu olhei a cintura. uauuuu que cintura, magro que nem mulher.. cabelo preso. sera? quando ele vira.... HOMEM, ta, ta, broxei um pouco, porem!
A morena, Mada, jeitinho de menina moleca, primeiras palavras de quando conheci: "helena, nunca vou esquecer minha helena", nunca passaria pela cabeça dela que eu era Les. [eu? a les que ninguem desconfia até abrir a boca]
Samanta, a loira drograda que conheci na sinuca, aquela que virou companhia frequente da minha casa, saindo sempre com nós nas noites frias é a unica que tem condiçao de dirigir depois da bebedeira, até diesel ela toma.

Nesse sabado Mada me contava sobre a noite que tinha saido de balada e o que causara tamanhas olheiras, entramos no banheiro, sempre rolava aqueles olhares, sexta ninguem trabalhava, tinham liberado o banco de horas. Até que cercadas de espelhos, ela me questiona: "sabe o que eu quero hoje, Hell?". Caras leitoras nesse momento eu já sabia o que ia acontecer eu ainda perguntei o que era, quando ela manda eu me virar para tras, assim me vejo no espelho. PUTZ QUE XAVECO BARATO. Lá ficamos nos beijando, disputando quem dominava quem primeiro, unico lugar que não tinha camera.

Saindo de lá como se nada tivesse acontecido vejo meu guri no corredor atrasado correndo de ressaca, simmmm todos tinham saido sexta juntos, eu nao quis ir.

Guri sentado na sua mesa, já eram 18:40 fim do meu expediente, fui me despedir ele me deu o famoso beijo de trave sussurando no meu ouvido "vamos ser presos". HAHAHAHA eu nao ia embora sem um beijo. ENTAO TA, peguei uma cadeira e sentei do lado dele com a desculpa de que ia esperar minha amiga para sair de role. Ele por ser androgyno sempre falava sobre filmes metidos a cults, desacreditava quando percebia que eu já havia assistido. 2h depois ganhei o beijo de despetida, GO GO GO ODEIO GENTE LERDA. ele ficou de me ligar to esperando até agora, virei as costas e parti mais uma vez.

Sai correndo, fui para casa buscar a mulher, como ela estava linda essa noite de jaqueta com calças colada de couro e um boot lindo, fomos até o serviço da Samanta esperar a loja fechar para irmos p/ pico juntas.

Sabem meninas, todo casal que parece perfeito vive em crise.
22:00h ela saiu, transito from hell, secas de uma cerva paradas na avenida. Chegamos no pico e a noite fluiu bem, dei atenção para minha amada, as vezes levava um apertao da Sá, nada anormal. Estavam todos tao cheirados. Saí com ela para comprar mais bebida no mercado, não iamos ter outra oportunidade de ficar sozinhas, paramos o carro, Sá bem louca esqueceu que eu era ativa e queria porque queria meu corpo. NESSA HORA EU ESTAVA COM TANTA VONTADE QUE CEDI. esbarrei o pé no som, na hora começou a tocar a música perfeita, rolou ali mesmo dentro o carro, banco do motorista, uau, é bom comer fora as vezes, já viramos tão amigas que no final ficamos rindo da cena toda.

Voltamos para o pico, mais uma vez como nada tivesse acontecido fiquei com minha mulher. Cada olhar para ela sinto tudo cada vez mais distante, são tantas mentirinhas toscas da parte dela que fodem com tudo, que eu literalmente fodi tudo. Sá nos levou para casa, estava tão mal que ficou por lá mesmo, penso que fui culpada por ela ter ficado nesse estado, a noite passou e mal olhei para o rosto dela, quando olhava sentia aqueles olhos azuis me chamando.

Terminei a noite no mesmo lugar de onde sai, agora estou aqui com aquela mulher linda na minha cama dormindo, aquela que eu jurei ser fiel amar e respeitar. O que eu estou esperando para ir lá abraçar, apertar, beijar até sufocar? eis a questão.

E vocês estão esperando o que?

Helena.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

sábado, 6 de dezembro de 2008

A exemplo de quem nunca amou...

Eu descobri algo que poucas pessoas puderam dar conta.
Procurei saber o que poucos querem ir a procura... Entra-se, vive, e se sai de um relacionamento e fica a dúvida em mim, e quem sabe em vocês...

Você já amou de verdade?

Eu não.. Nunca.

Vocês podem dizer que eu sou a eterna melancólica Bette, que fala da Tina, dos seus sentimentos que a levam ao chão... Mas, cheguei a conclusão de que nunca amei.

Penso que é até injusto, um coração que nunca amou ser amado. E eu creio que já fui amada, sentia até o amor dessas pessoas me tocando, quase me penetrando a ponto de eu achar que vinha de mim... E não era, era só o calor do amor deles tentando me aquecer e me deixando menos fria aqui dentro.

E esse tempo todo, essa derrota, esse choro pela Tina, esse vício, a dor pela primeira, o sentimento pelas outras? Nada, somente correndo pelo jogo da conquista, pela companhia, pelo medo de ficar só, pela amizade, sorriso, pele... Tantas coisas que nem juntando cada parte dos sentimentos a todos que senti, não poderia dar amor.

Alguém que nunca amou não sabe o que é amar, talvez nem tenha culpa disso, é como aquele menino lobo que não tinha culpa de não usar as mãos para comer... e sabem... tenho quase a certeza de que não tenho mais como descobrir.

Eu um dia li sobre as janelas de aprendizagem, cada momento é crucil para algo, a linguagem, a matemática...talvez até o medo..e eu provei que o amor também. E a mim, é como se a janela, o tempo de aprender o amor tenha passado diante de mim e distante de mim, e eu perdi a hora, a cognição, o ato, o sentimento.

Então vou continuar nisso, nesse jogo de paixões que nunca conseguirá virar uma competição sem regras, sem metas, só o prazer de se sentir e amar alguém.

Já ouvi algumas pessoas também dizendo que eu só tenho amor por mim, outros dizem que não é amor por mim, deve ser até uma espécie de raiva que tenho de ser eu, ou posso dizer que é tristeza por não saber amar.

A exemplo de ser eu, não quero dizer que isso é terrível. Viver assim maltrata, mas mesmo que eu queira, eu tenho halibe de nunca morrer por alguém, e nunca morrer de amor. E isso meninas, para mim, é BOM!!!

Eu, Bette.
A sobrevivente...

domingo, 30 de novembro de 2008

FRASE DA SEMANA:

Pensei em começar a soltar frases, e vocês queridíssimas leitoras também podem deixar as suas no comentário.

Começo eu:

ESTOU FICANDO LOUCA, PRECISO DE UMA MULHER PARA ME LEVAR A SÉRIO...OU MESMO PARA A CAMA..HEHE.

Bette.

sábado, 29 de novembro de 2008

Namorar ou não?Eis a questão!

Queridas leitoras estou aqui pronta para compartilhar mais uma experiência, mas também para receber dicas ou críticas.
Comecei a namorar a uma semana, e estou em dúvida se devo ou não continuar. Mas tão cedo assim já estou em dúvida?
A estória é o seguinte. No dia 07 de novembro aconteceu a comemoração do aniversário de uma boate gay famosa aqui da cidade. Sabia que iria lotar e todas as bolachas do mundo apareceriam. Então lá fui eu disposta a beijar muitas bocas sem me preocupar com herpes nem nada. Hehe...Então beijei mesmo. Primeiro, bebi muita caipirinha antes de entrar na boate, já estava pronta para o ataque! A primeira vítima foi uma mina que teclo no msn, ela me reconheceu de imediato, perguntou se eu sabia quem era ela, disse que sim e ela adorou eu tê-la reconhecido, não demorou muito pra dar aquele beijão.
Logo após dei um jeito de desaparecer porque ela dançava feito uma alucinada e o povo já estava a sorrir dela.
Fui embora com meu amigo pra outra pista. Lá chega uma mina da universidade e pergunta se eu era de lá porque ela achava que me conhecia. Eu disse que não mais, porque já tinha me formado. De repente, ela me beija, e claro que retribuí. Ela vai embora. Ponto pra ela porque sei que posso encontrá-la outro dia, ali só queria novas e inacessíveis bocas.
Depois um grupo de meninos tentam me “pegar”. Todos se mostravam, tiravam camisa e pediam pra eu escolher um, eu dizia que não estava afim, mas depois de muita insistência, eu perguntei: “Se beijar um, vocês vão embora e me deixam em paz?”. Eles toparam e eu beijei um deles, gatinho por sinal. Vocês vão se perguntar, “ela é bi?”; não, eu sou lésbica, mas gosto de versatilidade. Hehe...
Não demora muito pra uma terceira menina passar de um lado pra outro e sorrir pra mim, eu também ria, ela era mó lindinha, toda pequenininha, com blusa branca (eu adoro mulher de branco!), calça jeans, salto e um sorriso maravilhoso! Mas ela nunca parava, até que certa hora, ela segurou firme minha mão, a boate estava lotada, as pessoas se topavam o tempo todo, estávamos imprensados mesmo, então ela apertou e eu a puxei pra perto de mim, assim rolou o primeiro de vários beijos. Não nos desgrudamos mais, trocamos telefone e ela foi embora perto de amanhecer.
Encontramos-nos novamente no domingo, na casa das amigas dela, que são umas figuras! Muito engraçadas! Almoçamos, conversamos e mais beijos. À noite fomos a um bar gay, depois dormimos em minha casa. Acreditem se quiserem, mas não rolou sexo, ela nunca transa de primeira e, além disso, eu só era a segunda mulher na vida dela. Confesso que gostei disso, apesar de ter ficado super excitada e ela não ter saciado minha tara.
Na terça nos vimos novamente e eu me despedi pra voltar ao meu trabalho no interior. Ela não escondeu a tristeza, porque eu iria passar duas semanas fora.
Nessas duas semanas, não paramos de nos falar. Liguei todos os dias.
Quando voltei, ela me deu um anel e me pediu pra namorá-la. Eu desconversei, e disse que precisávamos conversar direito a respeito.
No outro dia a levei pra dormir em casa de novo, ela mexia divinamente em cima de mim, quando disse que não faria amor comigo sem estar namorando, que não gostava disso, eu a calei com um beijo e fizemos amor pela primeira vez. Ao terminar, olhei seu corpo nu, beijei-o, ela olhava me olhava a sorrir, estava coberta de prazer; não resisti e pedi-a em namoro. Ela sorriu mais ainda, disse que tinha pedido primeiro e me obrigou a dizer sim... rs.
Mas qual o problema?
Não sinto que ela seja a mulher certa, se é que existe isso, mas sei lá, não preenche todos os pré-requisitos. É foda! Mas parece que com o tempo, temos cada vez mais exigências. Têm alguns itens que acho imprescindíveis. Tipo, inteligência, caráter, honestidade, ser carinhosa, (não importa o excesso, pode ser enjoativo até, como torta de chocolate com mel, brigadeiro e guaraná... rs), trabalhadora.
Bom, um desses pré-requisitos ela não possui, não vou falar qual porque seria indelicado da minha parte.
Mas agora jogo a peteca pra vocês, e aí, vocês continuariam uma relação mesmo que a mina não preenchesse todos os seus pré-requisitos? E quais são os de vocês?

xxx Shane xxx

Héteros por todos os lados

A pedidos de minha amiga Bette, relato minha mais nova experiência com mulheres.
No mês de outubro, mês do meu aniversário, encontrei, nada mais nada menos, que quatro mulheres, digamos “curiosas”, sedentas por carinhos de outras mulheres. QUATRO: frente, trás, esquerda, direita – todos os lados!

Fico a perguntar-me o que há com elas, o que procuram e por que ME procuram.
Sei que me sinto comovida a ajudá-las... Oh! Que boa menina eu sou! Rs.

Brincadeiras a parte, não dei a nenhuma o que me pediam. Quase todas queriam sexo. Beijei duas, conversei muito com outra, ajudeia-a a procurar a chave do carro – que ela perdeu na praia – e não cheguei perto da quarta por que só conversamos pela net.
Por vários motivos não quis me aproximar. Primeiro, qual o perfil delas?

1. Mulheres desiludidas com homens sacanas;
2. Mulheres que querem apenas transar pra ter prazer de forma diferente.

Ou seja, mulheres que não me interessam. Não estou no momento da sacanagem, da pegação por pegação, quero alguém pra valer.

Essa estória me remete a uma conversa com amigas, que dizem estarem desiludidas com o mundo gay. Que só encontram malucas, sacanas e etc. Depois pensei nas minhas amigas HT’s e lembrei que elas têm as mesmas reclamações.

Então galera, o problema não é a sexualidade, somos nós (ou elas – nossas mulheres) que não queremos ter relacionamentos sérios e duradouros, nós que vivemos temendo a entrega.

Enfim, acredito que o individualismo capitalista já contaminou a todos/as.
Aff.... Essa conversa já ta politizada demais, não é mesmo? Rs

Queridas leitoras, enquanto não encontram os amores de suas vidas, vejam nosso blog, compartilhem suas experiências e desabafem, assim como estou a fazer agora, como tão bem faz a nossa querida e apaixonada Bette e como, provavelmente Alice, ainda o fará.


xxx Shane xxx

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Exorcismo, conversão ou aceitação?




Bom, esse post é basicamente sobre um relato de experiência homofóbica.

Minha primeira namorada é aquele tipo mulherão, que todos os homens queriam comer (bem no sentido vulgar da palavra). Simpática, expontânea, sedutora, enfim, muitos atributos que atraem os tarados de plantão.

No entanto, sempre achei ela gayérrima, por diversos motivos que poderão virar um post futuro.

Bom, mas ao longo de nossa relação, tivemos inúmeras discussões, e tudo girava em torno do fato dela ser extremamente homofóbica.

Vejamos... ela foi minha primeira mulher, e quem acompanhou os posts anteriores, bem sabe que foi ela que deu em cima de mim terrores. Sempre que este tipo de situação ocorria, eu me perguntava e refletia até cansar, como é que uma pessoa dessas achava que não era gay, e que um namoro como o nosso, que durava cada dia mais, era apenas uma coisa que quando terminasse, a faria voltar a ser hétero?

Bom, essa era uma de minhas perguntas. Eu não a condenava, pois passei por alguns momentos do tipo, onde quando a beijava, me pegava pensando "Geezuix, ela é uma mulher e eu também! What the hell"?

Bom, mas quando completamos dois meses, ela se reaproximou do pai. Eles não se davam muito bem, pois um babado forte de família abalou a relação deles de pai e filha. Anyway, dei o maior apoio pra que ela ficasse ao lado dele, desse suporte, pois ele precisava muito naquele momento.

No entanto, caras leitoras, ele é daqueles crentes fervorosos, que todo dia está no culto, e pra agradá-lo, ela começou a freqüentar também. Pra agradá-la, ate cheguei a ir umas duas vezes, contrariando minha vontade, pois eu odeio essas coisas onde as pessoas parecem montes de alienadas.

Enfim, com o tempo, ela foi freqüentando cada vez mais, até que resolveu se converter.

No entanto, nossa relação começou a passar por uma crise, pois a lavagem que eles fazem é só no poder, e ela começou a sucumbir. Lembro-me dum desses sábados em que passávamos juntas num motelzinho perto de casa, e ela praticamente se forçou a fazer algo. Eu via que ela não tinha tesão, pelo contrário, tinha nojo de estar ali comigo.

Eu lógico, sensível até a morte como sou, fiquei extremamente abalada e me dei conta que estava perdendo ela pra igreja, oras vejam só. O pastor condenava os gays, e ela sequer se aceitava como uma, logo o que tínhamos era algo abominável, e queimaríamos no fogo do inferno segundo o que eles pregavam.

As coisas foram gradativamente ficando mais complicadas, até que chegou num ponto onde eu não agüentei mais estar com alguém e sentir que este alguém tinha nojo de mim, tinha repulsa. Conversamos francamente, como sempre fazíamos, mas cabia somente à ela decidir o que escolher: sua "salvação" pela palavra alienada, ou sua "perdição" comigo.

Aos poucos ela foi se dando conta que não conseguiria lutar contra o que sentia por mim, e atentou que o que ela cometia era um terrível engano.

Deixou essa história de ser fervorosa na religião, e voltou gradativamente à sua essência gay.

Porém, esse lance de aceitação nos sondou por todo o relacionamento. Por muitas vezes ela me condenava por ser gay, se condenava por ser gay, dizia que éramos doentes e coisas do gênero, repudiava meu modo de vestir (camiseta [pois aqui faz um calor dos infernos], jeans, e all star [pois salto acaba com a minha coluna]), recriminava demosntrações de afeto, e que fôssemos gays apenas entre quatro paredes.

Ai, as demosntrações de afeto... Lembro-me que as vezes em que marcávamos de nos encontrar, que a esperava por umas 2 ou 3 horas até que ela saísse do trabalho, ia encontrá-la na porta da academia co mumas flores apanhadas no caminho. Ela me esculhambava dizendo que aquilo dava muito na cara e que não era mais pra fazer aquilo.

Numa das vezes fomos ao shopping, fazer nada, só tomar a velha casquinha do Mc Donald's, e quando estávamos voltando pro carro, passando por um corredor que não tinham uam loja aberta sequer, uma pessoa perto sequer, disse que a amava, e ela simplesmente soltou um "pfffffff".

No carro, ela acabou comigo falando do meu modo de vestir, do meu modo de falar, do meu modo de andar (que by the way é assim pois minha coluna foi educada no colete depois de uma cirurgia), que eu dava muito na vista, enfim, praticamente utilizou o termo gay como ofensa. Me lembro do quanto chorei naquele banco ao ouvir aquilo da pessoa que mais amava, e que quando me pus a descer do carro pra voltar de ônibus, ela me fez voltar me chamando de covarde.

Coisas desnecessárias. As pessoas desconfiavam dela, o insinuavam algo, e eu que pagava o pato. Sim, pois meus amigos que ficaram sabendo muito tempo depois que sou gay, dizem que não dava pra notar se rolava algo entre nós, pois eu era muito discreta.

Além disso, sempre rolava o lance da auto aceitação. Ela propôs algumas vezes que eu aceitasse que ela ficasse com homens, pra poder mostrar às pessoas que ela estava na ativa, já que ela sempre foi a "pegadora", e não só pra isso, pra poder se auto afimar enquanto mulher também (palavras dela), e isso sempre me magoou. Logicamente que eu não sucumbia, e na vez que ela disse que era pra eu aceitar, e que se não aceitasse, terminaríamos, resolvi terminar por não admitir tal coisa. É como se estar comigo não fosse suficiente!

Ainda sim, por amá-la muito, suportei cargas das mais pesadas, com seus preconceitos e julgamentos, que infelizmente não partiam apenas dela, mas de sua família também.

Hoje em dia não estamos mais juntas, e ela sempre ficou pasma com o fato de eu ter aceito minha sexualidade muito bem, sem muita neura. Ela já melhorou bastante em relação à isto, mas tem muito o que caminhar no mundo da aceitação.

X.O.X.O.

xxAlicexx

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

À milanesa, por favor?

Pois é... Ontem me ocorreu algo engraçado, e me deu vontade de escrever sobre outra coisa engraçada que aconteceu com minha primeira namorada.

Nossa, falo como se tivesse passado por várias, mas nem.

Pois bem, o mês é janeiro. O ano, 2007.

Ela havia viajado prum congresso no sul. Eu fiquei, só pra variar. Foi quase uma semana longe, e eu tava ficando louca já!

Quando ela volta, o carro estava na oficina, logo acabar com a secura ia ficar mais difícil. Foi então que resolvemos matar a saudade pegando um belo bronze na praia. Ela veio me provocando dentro do ônibus. Sentamos lá atrás, pois a gente não tava nem morta e nem operada, né? Nisso, ela lá, pegando nas minhas partes, quase me deixando louca.

A praia foi aquela coisa bem básica, até que anoiteceu e a gente ainda tava na praia, e morrendo de tesão.

Nessa praia, as barracas são padronizadas, e são sustentadas por estacas de madeira, sendo que a maioria dos depósitos ficam na parte de baixo dos bares, expostos, onde qualquer pessoa pode passar e entrar, já que alguns possuem banheiros pros banhistas.

Pois bem! Sabendo disso, começamos a caçar uns banheiros adequados pra darmos uns amassos, e nada. Ou estavam fedorentos, ou eram muito iluminados, ou eram desprotegidos, enfim, nada se enquadrava no perfil, até que avistamos um bar onde o estoque era todo circundado por grades de cervejas vazias, tampando a visão de quem passasse.

Pensamos juntas: "é aqui mesmo!" e começamos nos amassos.

Mas era um tal de fogo até que percebi que o babado não ia ficar só naquilo. Tratei de me sentir confortável, no entanto, só achei uma cadeira de três pernas, pois a quarta estava quebrada. E lá fiquei me equilibrando com a outra em cima de mim. Gente, totalmente loucura!

E quanto mais proibido, mais louca ela ficava, até que ela começou a gemer alto, e eu pedindo pra ela fazer mais baixo, mas não adiantou!

Alguma alma maldita ouviu e foi averiguar o estoque. Foi pegar uma grade de cerveja, e lá avistou ela praticamente pelada sentada em cima de uma figura não reconhecível (eu estava de boné pois tinha pego muito vento nos cabelos), e eis que ele diz: Ê rapá! Ela vira e diz: O que foi? Não posso transar com meu namorado?

Meninas, sei que ele deu a volta pra chamar alguém, e aproveitei pra ir do lado contrário que ele estava voltando, e pernas pra que te quero.

Gente, mas eu corri tanto, mas tanto, mas tanto, mas tanto pra não ser pega, que eu jurava que estava no início de uma prova de triatlon! E eu pensando que ela tinha corrido junto comigo...

Candy? Candy? Quem disse que ela estava? Olhei prum lado, olhei pro outro, e me dei conta que estava totalmente sozinha na areia da praia, suando terrores com aquela corrida maluca.

Um minuto que eu tiro pra respirar, meu celular toca: era ela. "Amor, cadê você? Eu estou no calçadão! Vem me encontrar"! XD

E lá fui eu, toda acabada, encontrá-la no calçadão pra irmos pra casa.

X.O.X.O.

xxAlicexx

domingo, 23 de novembro de 2008

Ya no puedo comenzar de nuevo...

Já não posso começar novamente mais uma história... Já sei como acabará e a responsabilidade é tão grande.

"A minha espanhola queria começar o primeiro amor por mulheres".

Eu não sei o que fiz, o que falei, como olhei. Mas, a verdade é que ela estava apaixonada pela Brasileira..hehe, que no caso, sou eu.

Não me lembro quando foi que a vi pela primeira vez, talvez no dia 10 de setembro quando fui pegar minhas notas, ou num dos dias fatais do pagamento da faculdade. Só sei que ela estava sentada no banco próximo a secretaria, com cara de perdida e uma roupa de ripponga super folgada.

Nesse dia, perguntei a ela se estava na fila e ela disse que sim "horas". Ela estava esperando uma meio hora, mas havia esquecido de pegar a senha. Daí, eu peguei no braço dela e disse: May I help you? Claro que eu poderia hablar portunhol, mas só me veio o Inglês comprado no mês anterior.

Nesse pegar no braço dela, e os olhos nos olhos, foi a primeira arma de sedução lançada (sem querer), mesmo que eu não tivésse muito interesse nela, apesar daqueles olhos claros lindo...

Depois mostrei a ela como se tirava a senha, e como ela ficava bonita sorrindo para uma estranha (boa..boa, pontos para mim..kkk). Daí, perguntei se ela estava só, mas tão burra eu fiquei, que só falava Inglês. (Agora faço pausa para lhes dizer que ultimamente tudo que me surpreende me faz bloquear, umas vezes sou pateta, outras grossa..., não era assim, mas agora...ai..ai).

Então, ela me disse que estava só. Que tinha vindo fazer um programa de intercâmbio de 6 meses, e que estava morando próximo a faculdade, e que tinha que aprender muitas coisas, inclusive a hablar em Português e melhorar na disciplina de Anatomia.

Já sabem, né? Claro que me prontefiquei a isso, e disse a ela que ela seria minha professora de Espanhol.

Na primeira aula tomei um susto..Susto mesmo! Ela estava linda..linda, linda. Tinha tirado o cabelo de tranças, colocado uma calça colada e um casaco que apertava sua cintura. E daí disse: usted és muy bella así.

Foram algumas mensagens, msn e por fim o café quente no qual deixei entender que eu gostava de mulheres e que tinha uma "namorada" no Brasil (ops, exxxxx-namorada).

E, os dias se passaram...Nessa brincadeira de professora e aluna, se foram 2 meses, e num certo dia da semana passada eu disse que não poderia mais ir a faculdade quase todos os dias pois iria trabalhar noutro lugar.

A Chica disse-me o que eu não estava esperando. E uma das frases foi a seguinte: "no puede hacer esto. No entiende que quiero estar cerca de ti? Siento algo muy intenso. No me dejan.

Quando ela disse que não era para eu deixá-la, me veio duas coisas; 1º- meu ego ficou imensamente afetado possitivamente..rs. A garota linda estava me quereeeeennndo; 2º- depois que eu processei, fiquei morrendo de medo de ela ser uma louca que iria me buscar no Brasil, ligar durante a noite, ou fazer serenata na minha porta..que meda!!!

Então, a minha reação foi uma só. Disse que era muito cedo para pensar em algo assim. Que eu tinha uma pessoa, que amava uma mulher e que não esperava que ela sentísse isso..bem, mas, tive de repetir duas vezes a mesma coisa, pois falei rápido, e ela não compreendeu nada... hora da tradução então: no..no..puedo hacer nadya com usted!!! ..e completou com um português quase perfeito: eu sei que gostass de mi..

Acho que devo ter sido dura, mas já disse que quando me surpreendo com algo fico com reações estranhas, e dessa vez, fui bruta com ela e com um espanhol muito mal...kkk.

Eu acho que estou com medo. Essa é a verdade. Eu digo que quero me apaixonar por uma mulher, viver uma relação de cumplicidade, mas da hora que sinto que vai acontecer, eu... Corro, deixo esperando, trato mal...

Então é isso, eu estou uma semana distante de minha espanhola, mas, não quero me meter em mais uma, e mesmo que eu não acredite: ela disse que eu seria a primeira mulher dela, e é uma responsabilidade grande. Quando o número dela toca, eu logo desligo. Ela ligou tantas vezes essa última noite e acho que vai me dar problemas no futuro.

Fica uma outra pergunta: como ela descobriu que estava interessada por ela? Acho que não devo olhar tanto para os olhos das mulheres e deixar cair dos lábios às partes íntimas...

Eu, Bette.
Correndo distante de mulheres.

Por que as mulheres choram?

Não estou aqui remoendo as pelavras de Allan e Bárbara Pease sobre o seu livro que se intitula assim, nem querendo conceituar-nos como o sexo frágil.

Compreendo de uma forma diferente o sentido de sangrar transparente pelos olhos.
Quando era criança, depois que esfreguei meus olhos o bastante para chegar próximo a minha mãe e dizer que meu irmão tinha me batido, temi ao ver que tinha pequenos furos no canto dos olhos. Pensei mesmo, que de tanto pressioná-los, eles haviam criado furos.

Depois quando cresci, vi que esses furos nunca saravam. E por isso, eu sempre estava derramando lágrimas pelo primeiro amor perdido, a decepção no jogo de escola, os tombos na escada e na vida.

Mas, comecei a reparar que não só eu tinha esse vazio entre a carne dos olhos, que fazia sair uma falta de cor do sangue e um sal natural que passava até minha boca.
Eu hoje vi que minha amiga de casa também tinha esses olhos, a "minha espanhola" que sentou ao meu lado e disse que se apaixonou por uma mulher que tinha meu nome e minha imagem, a minha Tina, a minha amiga M, a minha mãe...agora sei que tantas mulheres possuem esses olhos e muitas delas estão perto de mim.

O mal então está nas mulheres, na sua anatomia ocular, ou na sua sensibilidade, ou em se aproximar de mim?

Não sei, acho que se um dia chegar perto dos olhos de todos, verei que na verdade não há sexo para olhos com furos, nem sou eu a causa de tudo. O que importa é o momento, a dor, a sua sensibilidade.
Eu hoje chorei por que não sabia do que chorar. Chorei por que precisava dizer que não tinha nada para sorrir, para cativar, para tocar.

Vai chegar o Natal, cruzaremos o ano novo, e muito antes do Carnaval sei que um maior número de mulheres mostrará a anatomia dos seus olhos molhados pela saudade de outra mulher, de um filho que se foi, ou de um homem que não veio.

Logo mais, serei eu que lembrarei dos olhos que em sua única vez chorou de felicidade naquele mágico dia de 1º de Janeiro de 2007. Como foi bom sangrar assim!
E agora, nesse instante que construo essas frases, as mulheres choram por motivos que até desconheço. Choram por que não sabem mais chorar, choram por que não querem chorar, choram por que não são compreendidas, choram por que não encontraram os ombros para pararem suas lágrimas.

Eu estou prestes a chorar pelo dia 25 de novembro.
Eu estou prestes a vencer o choro do dia pós-25.

Talvez o ideal fosse compreender e buscar a forma para não se fazer mais mulheres chorarem de dor.

Mas, mesmo que não consiga, sei que ser mulher não é uma moda passageira, e alguém há de compreender mais que eu...

Por hoje é só, não sei por que as mulheres choram, e eu ainda não aprendi deixar de chorar de saudade de um amor!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A minha Espanhola...

"Nadie puede volver atrás y empezar de nuevo, pero todos podemos empezar hoy a cambiar el final..."

Sempre dizem a mim uma coisa engraçada: Bette, você tá querendo... O que será que quero agora aprendendo Espanhol nas horas vagas, procurando artigos nessa língua, cantando e tocando “La Barca” e conversando assim ao telefone? Ora..ora, eu muito antes pensei em ir a terra de los hermanos, fiz um ano de Espanhol no Brasil, antes mesmo de conhecer essa garota linda..hehe.

Certo, estão certos, não vão acreditar mesmo nas minhas explicações! Eu conheci uma espanhola.

Lembrei agora de quando fui fazer o curso de Francês só para ficar com Tina e pela professora, aquelas aulas não acabavam, eu queria mesmo era entrar no carro com ela..(Je ne comprends pas quelque chose, je ne savais pas comment la bouche de français.Je sais simplement que les femmes de France sont belles) Enfim, só acho bonito as francesas, nem sei fazer a boca delas, não compreendia naddddddaaaaaaaaaaaa..KKK. Meses intermináveis, e agora, também tem ele me ensinando a levantar a boquinha! Essas pessoas de minha vida...

Tudo culpa da torre das palavras, todo mundo deveria falar a mesma língua. E ainda temos que compreender os goli-glótas (as linguas faladas durante a bebida) - Tche amuou, êu nuom tuon bêndanda!

Mas, que belo agora se torna o Espanhol, e ainda bem que ela não é Alemã ou Russa, pois estaria mau nos kjoihoihk. E, esse é o motivo da mágica por essa nova cultura. Não é somente uma mulher da Espanha, é ela, o meu novo amor platônico, adoro isso meninas, é como olhar uma pizza e não poder deliciá-la, somente sentir seu cheiro e perceber que sua boca enche-se de desejo!!! Hehe.

Ela ainda não descobriu que os olhares por dentro dos livros é algo mais que amizade, ou pode ser que seja somente eu que vejo isso.

Mas, acreditem eu não estava querendo me apaixonar agora, fico quieta, tenho de explicar que estou passando por uma fase super-baixo-astral, na qual fui jogada no lixão, e quero ficar na minha fidelidade atual...mas, por quê aqueles olhos verdes e pele delicada tinha que me pedir para eu dar aulas a ela na faculdade?

Compreendam que eu só sou uma amiga de corredor, que não estou passando por cima das minhas regras de dar em cima de alunas. Ela é uma nova amiga que fala lindo e que me ouve falar rápido e "preguntar" tudo.

Quando se aproxima a hora que cruzarei com ela, e farei as famosas explicações dos Estatutos da “arte”, eis que meu coração fica batendo loucamente.

Ontem minha mão tocou a dela. Não sei ainda qual é a dela. Aquele beijo no pescoço pode ter sido somente um erro de cálculo, a mensagem dizendo: Tengo que hablar mucho con usted el día de hoy. No quiero perder su sonrisa y los ojos a cerca de mi.

Bem, se não faltei a aula, ela quer falar comigo hoje, e não quer perder meu sorriso e olhar de perto dela. Adoro esse meu celular quando tem coisas assim..kkk.

Ainda estou tendo que pedir ajuda a meu tradutor portátil. Pois quero falar bem ao ladinho dela, se bem que foi melhor ainda errar e em vez de falar "Vamos comenzar el estúdio"...E ela diz: é melhor dizer empezar ou comenzar com o “R” mas longo, e foi pegando na minha boca para que eu puxasse o “R”.

Mujer, não faça assim, desse modo eu não tenho como não me apaixonar..hehe.

Ainda é somente um flerte que pode ou não dá certo, mas, já penso na minha Espanhola, mas..estou proibida de sonhar com ela a noite..hehe.


Beso de la mujer Bette, que ahora tiene que volver a la realidad!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

E depois do sonho..tem a minha analista...

E...depois da confusão que quase criei por causa de um sonho, depois de ontem dizer que ainda amava ela e que agora estava mais certa de que no meu consciente e inconsciente eu a amo, hoje chego em casa e encontro entre muitas frases, essa aqui:

"Isso me faz pensar, ou melhor, imaginar algo bem simples e real. Se algum dia voltássemos, creio que você passaria a sentir isso por ele, pois me parece que é desse sentimento que és dependente. O de querer alguém que já possuiu, mas por sua escolha não possui mais" (by Tina).

Essas foram as palavras de minha analista que sabe tudo da minha vida, que sabe o que eu sinto aqui dento, que não se preocupa em largar o silêncio quando eu pergunto se ainda gosta de mim...

Não tenho borrão, nem rascunho para o que estou teclando aqui. O e-mail que acabo de mandar para ela foi só uma coisinha leve e sem revelar o que estava de fato sentindo, por que além de tudo ainda ia dizer que sempre que sempre sou grossa e ignorante quando estou com raiva, mas a vontade que tenho nesse momento é de mandar ela ir...

Não sei por quê não acreditam em mim, por que que só a namorada dela não pode chorar, e eu, que alague mais ainda o Oceno Atlântico. Mas, ela tem razão de analisar assim. Como fui complicada.

Essas mulheres acabam com a gente. Não me lembro de ter ficado assim antes por um homem. É disso que não preciso mais meninas. Essa loucura insana.

Antes de chegar aqui em casa havia ido na agência de viagem. Eu me sinto uma vaca por não pensar na minha família quando penso em voltar ao Brasil..é só ela..ela e ela, nos sonhos, acordada...

Bem, eu estou para afundar esse teclado...
Mas, ainda bem que tenho corretivo gráfico e eis que volto a pensar que ela tem direito de pensar e falar...

Quem sabe eu gosto apenas de correr pelo que perdi... Agora tenho tantas coisas para pensar essa noite. E ainda há a imagem dela no Skype agora a pouco..,

Aphe!!!

Eu, Bette.
Já passou...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Eternamente Ela: o meu amor de perdição...

Foram algumas semanas relutando contra mim, meus sentimentos, minhas imagens, meus sonhos...

Tentei mudar de mundo, ou mesmo, voltar ao mundo que fui programada.
Fiz despedida das leitoras, das pessoas, de mim... Por algum tempo achei que fosse conseguir.
Mas, não...

Primeiro veio o porre, a saída em bar gay, a foto tirada da gaveta e por fim, o tal telefonema.
Liguei a ela, não deixei a força acabar, disse tudo, mas desliguei. Depois, sem resposta, acabei achando que fazia papel de louca, achei que no barco das lembranças só eu estava.

Passaram-se uma, duas semanas sem tentar pensar nela em lucidez...Até a noite de ontem.
Não estava consciente, foi isso...Estava dormindo, cansada, com as pernas abertas na cama de um homem, com um homem.

O toque da sua mão durante o sono me fez ter pensamentos inconscientes. Sempre avisei para não fazer isso, sabia que era um risco que corria..Sonhar!
Não sei quanto tempo durou, quantas vezes eu disse em voz alta: não pare... toque... que saudade de você...Tina.

Quando a penumbra chegou em meus olhos abertos, acordei assustada, molhada e vi o olhar dele perplexo. Meu coração batia milhões de vezes sem parar, não sabia de fato o que havia dito e como iria sair de mais essa situação. Só pedi para que parasse e me falasse o que ele havia ouvido.

Fiquei sem resposta, e só ouvi: fale dessa pessoa...
Por alguns minutos meu chão se abriu. Não estava pronta para perder ele também. Estava querendo segurar esse segredo, me esconder no mundo hétero, segurar que ainda amo ela, mentir para mim e a todos que não há mais nada. Mas, no sonho ela estava lá.

Havia sonhado que estávamos naquela noite de lua, quarto fechado, nosso canto de amor, beijos quentes e toques cada vez mais profundos...
Depois de alguns minutos calada, ainda com a pele molhada, falei que havia um passado, uma despedida, uma descoberta, uma mulher na minha cabeça...

Contei como conheci Tina e como descobrimos nosso sentimento. Falei da separação e dos dias que a saudade era maior que a razão.
Em alguns instantes relembrei a sensação de sentar a frente do analista e falar sobre ela. Não nego que me surpreendi com a reação dele. Eu despejei quase tudo. Fiquei sem olhar nos olhos, e naquele momento pensava muito nela.

Fomos dormir. Ele não me criticou, perguntou se ainda nos falávamos e o que ela pensa disso. Falei a ele a verdade: ela fica calada quando falamos de nós, me deixa sem resposta, agora vive com outra pessoa...e eu: fiquei farta de viver isso aqui dentro. É uma união de tantas coisas, mas, pelo menos a amizade se preserva quase todos os dias na net.

Ao final ele disse para não ter vergonha dos meus sentimentos. Desabafar quando quiser. Fiquei com a imagem dele tentando me ouvir como se quisesse perceber tudo que fazia ser eu. Alguns quebra-cabeças foram desfeitos, o nome no meu computador escrito Amor Tina...as mensagens mandadas a noite...os choros noturnos...o álcool e o silêncio.

Eu pensei que fosse mais difícil contar sobre esse amor que não larga mais de mim... Amor de perdição que existe em sonho ou acordada.

No dia em que encontrá-la talvez consiga resposta para tantas outras coisas, espero que ela fale algo.
Por estes dias tentarei não sonhar mais...ou mesmo, não dormir!
Não posso negar o que sinto por ele... É a primeira vez que um homem me ouve e me toca assim...

Mas,...continuo a pedir...não ´páre, continue, te amo Tina!

Eu, Bette.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

I "iz" back...

Olá meninas.

Como prometido, talvez não no tempo intencionado, mas estou aqui.

Bom, o que eu poderia contar? Tantas coisas... Continuar a história sobre o minha primeira namorada, seu desfeixo, falar sobre tudo o que veio depois ou coisa assim.

Não sei ao certo, pois a última coisa que sempre vem em mente, é uma ligação que recebi na sexta.

Nada que tenha durado mas que 1 minuto e meio. Era apenas uma permissão pedindo pra dizer que me ama, num tom de voz baixo, pouco soluçante, o que me leva a ter a certeza que por trás daquela voz haviam lágrimas ao proferir tais palavras.

Tenho o problema de não conseguir reagir rápido quando pega de surpresa, e ao ouvir aquelas palavras vindas de outra pessoa muito importante em minha história, mas que por busca de um futuro não se encontra mais na mesma cidade que eu, e que não era a minha atual namorada, me deixou certamente sem reação.

E no meu retardo, quando respondi àquelas palavras, já era tarde demais. O cronômetro do celular já estava cravando o tempo da chamada.

Mas fiquei a pensar nisso todos estes dias, e não sei se devo ainda procurar dizê-las, pois a mesma pessoa pediu que eu a ajudasse a esquecer tudo o que se passou pra que pudesse seguir em frente.

E desde então, ela age como se aquilo fosse somente fruto de um porre, ou que já se recuperou da fraqueza, pois estava sozinha, já que a pessoa com quem se relaciona estava a viajar. Às vezes, imagino que isso pode ser um truque, às vezes penso que é verdade. Já não sei mais no que acreditar.

E ainda tem a minha atual namorada... Estou numa divisão de águas, e como uma boa libriana, indecisa sobre o que fazer, pois sei que gosto das duas, o que eu julgava impossível isso acontecer.

Should I stay or should I go?

xxAlicexx

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

E chega um dia que se desiste de tudo...

Esse é meu último post meninas...

Agradeço pela cia.

Peço-as desculpa por não ter sido tão forte a ponto de sustentar tudo aqui dentro. Mas, para quê continuar assim? Fui a nocaute, ao lixo... e não consigo mais sair. Isso tudo me faz mal, não consigo esquecer ela, e tudo que eu fizer com outra mulher será beijar pensando em outra...e tantas outras coisas que só me faz mal.

Tenho somente uma certeza, de que há alguém que me quer fazer feliz, mesmo que não seja do mundo Lez, mas é alguém que me dá valor e saibam que hoje em dia isso muito precioso. Tenho um pedido de compromisso e nessa e em tantas outras incertezas, chega a hora de abandonar o barco Lez.girls-BR.

Boa Sorte.

Eu, Bette.

As mulheres que devemos jogar no lixo!

Por que devemos jogá-las no lixo?

Antes tinha uma certeza no impulso do momento. Mas agora, ressoa em mim uma dúvida. E ao final do texto, vocês irão ver qual mulher devo jogar no lixo... Sigam-me...

Ela, a PRIMEIRA. Forte, sensível, dona de si. Uma voz nordestina e um sorriso que não sei se conseguirei esquecer. Tirava-me do silêncio e me fazia admirar aquela alegria doce. Dava-me à liberdade que queria, e me ajudava a lidar com meus conflitos sexuais. Descobri com ela: o toque suave de uma mulher; o perigo do primeiro beijo; o toque nas mãos que criava borboletas na barriga, o amor.
Quão bom foi descobrir seu corpo e sua alma. Nunca esquecerei suas frases “ Não vejo corpos e sem almas” – “Se permita!” – Vá menina Danada!”.

Uma mulher de 30, madura, com formas lindas, olhar que me penetrou e me deixou confusa na primeira vez que reparei nele. Não!!! Não a devo deixar no lixo. Eu que te traí.
Sejam lá as causas... fiz por que não acreditou em mim, fiz por que me deixou sem a possibilidade de viver um pouco mais contigo...meus traumas, minha vingança, minhas provações.

Nunca deveria ter feito aquilo. Perdoe-me! Talvez nunca leia isso, mas saiba que foi muito importante para mim. Obrigada por ter passado por minha vida!

A SEGUNDA, a tão conhecida Tina. O que devo dizer de você, pensar e querer te lançar ao lixo? A pessoa que me deu carinho, que se permitiu viver esse sentimento comigo. Que tirou minha frigidez. Que se doou ao máximo. Agüentou ouvir que eu amava outra mulher. Que me deu seu colo sempre e sempre. E que até hoje eu sei que é a única pessoa que sempre terá os braços abertos a me abraçar e ouvir.

Mesmo eu tendo a deixado só e corrido atrás de minha carreira em outro país. Dando todo apoio e me esperando por mais de 10 meses sabendo que eu tinha namorado e que já tinha a traído com outras mulheres. Que esteve comigo na alegria e tristeza?

Nunca me culpou por eu ter te seduzido daquela forma que no começo parecia somente uma busca para te ter como um troféu. Mas, depois, caí no teu amor e hoje ainda não consigo sair.

Não!!! Não a jogarei no lixo. Seja feliz. Que sua namorada dê-te tudo que eu não te dei, eu queria tanto ter te dado mais carinho e abraço. Não mude sua imagem, pois eu me apaixonei por ti como és...mas, meu preconceito...
Desculpa por te ligar aos domingos e não te deixar libertar desse sentimento. Obrigada por tudo!

A TERCEIRA, a brasileira... Aquela que no mesmo dia me pediu em namoro e disse que eu era maravilhosa. Que mesmo conhecendo meus defeitos continuou com sua paixão. Que fazia jantar quente e me esperava na madrugada. Que me deu o cobertor e ficou ao frio. Que tentou aprender a ser mais sensível só para me dar mais carinho.

Obrigada por tudo! Desculpa por ter dito que estavas a ficar masculina. Seja do jeitinho que te sentires bem. Foi bom ter dado a você aquela companhia nas noites depressivas nesse país tão frio no clima e nas pessoas.

A QUARTA, a mulher que não queria mostrar seu rosto. Que me mostrou uma linda história. Que queria ser fiél e sincera. Que respeitou meu momento de desencontro. Que até hoje espera que eu termine meu namoro para que ela me dê carinho.

Obrigada, vá viver sua vida. És uma menina linda por dentro e por fora.

A QUINTA, talvez a última... A minha vizinha que hoje passa por mim sem me dar à mínima. Que conheceu o pior de mim. Puni-te por querer me beijar frente a sua amiga. Obrigada por querer me dar uma noite maravilhosa mesmo sem poder. Foi uma ótima noite.
Saiba que já ensaiava minha mudança antes de começarmos, ser uma mulher melhor. Por isso achava que não deveríamos começar, pois certamente perderíamos a amizade. E veja só, hoje ninguém pode desabafar como amiga. Eu fui tão dúbia, mas pelo menos minha consciência tenho limpa, não dei em cima de um homem justamente ao teu lado, não fiquei com ninguém na noite que você me esperou.. Só neguei ser lésbica. A minha hipocrisia.

Mas, desculpa, foi bom ter conhecido tua pele doce. És uma menina fascinante, acredite mais em si.

Depois de tudo isso. Já sabem quem é a mulher que devo jogar no lixo?

Agora já não me sigam mais...

Essa sou eu, quem deve ser jogada ao lixo. Espero depois de sentir o cheiro imundo tal qual o cheiro do ciúme, e ao sujar-me ao máximo, aprenda a não me sujar mais de preconceito, raiva, traição...

Eu, Bette!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

I can't get no satisfaction....

Já diria a Mick Jagger, né meninas?

Então, já vi que isso aqui virou mais um blog da Bette do que qualquer outra coisa. Inclusive a outra já vem com cobrice dizendo que eu já devo ter virado HT. Me poupe né?

Uma vez tooshinha, sempre tooshinha. By the way, a falta de tempo tem me impedido de contar as historinhas, mas estou voltando pra tal em breve (espero que semana que vem), afinal alguém aqui tem que trabalhar pra poder juntar o troco do pão pra dar baque bem bela no show da Madonna, né?

E tudo é um babado forte...

Stay on tune! I'll be back...

xxAlicexx

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Pintem as suas mulheres e as tire do quadro...

Já falamos de traição, de política, de ciúmes, das mulheres loucas, e agora... Vamos elevar nosso lado cultura e falar de ARTE. Gritar pela arte e exaltá-la. Vou falar pelas mulheres presas nos quadros, e pedir que vocês tirem as suas e ame-as enquanto fazem parte da realidade.

Vamos falar de pintura, das belas mulheres que deixam esconder o que há dentro de si.

Mas antes, vamos apagar tudo que vimos de pintura estampada com a mulher do passado, do discurso androcêntrico - puramente do ponto de vista masculino, onde a visão que nos oferece de gênero feminino nega o caráter de sujeito pensante, e só destaca a representação do objeto, ora em corpos nus ora em caras opacas sem brio...

Não sou a Bette da ficção que ensina arte, mas vou também falar de arte porque aprendi um pouco com ela, na visão que tenho da foto da minha ex-namorada, e os quadros que vi na exposição do meu imaginário histórico.

Começo com a Vênus do espelho, pintada por Diedo Velászquez, o corpo feminino é exaltado, e sua face escondida. Sua identidade não se revela, nunca saberemos se aquela mulher comum chamada de Vênus estava triste ou feliz. Se havia desejo ou renúncia... Não..não..não... Deixem mostram o sorriso de suas mulheres!

A Susana no Banho, por Tintoretto. Desse artista que transformou o nu inebriado de jóias, como se o sexo e o ouro fossem as duas únicas recompensas iguais por ter uma mulher.
Não..Não...não... Não a vejamos como Susana nossas mulheres!

E como falar dos quadros surrealistas e não pensar na violação do pintor René Magritte, com as bonecas de Hans Belner, que as formas “desformes” pitam os desejos masculinos, tratando-nos como objetos de desejo.

Quando elas não estão nuas, estão sentadas ao lado da sociedade, com faces tristes e inodoras.

E, claro, que não podia deixar de citar o mais clássico retrado do Renascimento pintado pelo “Da Vinci”, que fez uma Mona Lisa encomendada pelo seu marido. O seu sorriso quase inexistente e a posição de seu corpo como sinal de moderação dos seus sentimentos. O que será que aquela mulher queria dizer? O que a mulher de Cornélio Anslo pintado por Rembrantt estava pensando? O que a minha “ex” esta querendo dizer-me nessa foto que tanto olho dentro desse quadro cheio de mofo?

A arte não pode apenas oferecer um espelho/modelo, mostrando as mulheres submissas e silenciosas, débeis e passivas.

Ofélia, não fique passiva! Saia desse quadro e manifeste-se ao mundo. Tens muito mais beleza do que essa ridícula pureza mental e física que demonstras. Essa imputável passividade. Bette, saia desse quadro!

Não..não posso! Acho que ainda quero ficar congelada ao lado de Tina e não esquecer desse sorriso já morto que tiramos nessa pintura feita por máquina e flash naquela nossa semana em Belém.

A história da arte ainda castra a mulher de tantas outras expressões. E fica apenas o binômio de mulher-mãe pertencente a um homem, ou o corpo erótico...

Vamos..vambora..Voltemos a realidade, e deixa eu tentar ensinar aquelas que como eu perderam o tempo de pintar suas mulheres e tentar tirá-las do quadro:

- Ninguém conhece o íntimo e privado das mulheres. Escute-as!

- As nossas mulheres que foram pintadas em nossa imagem, ou fotografadas por pincéis sociais, tintas sem cores ou luzes de máquinas que as deixam sem sorriso, precisam rir conosco até chorar!

- Lembre-se: Como é linda a pele e forma sutil de uma mulher...

Porque não me despedi pintando outra imagem de mulher, desvendando-a com a mão ou outro objeto mais pessoal; nariz, seios, boca...A ter que preferir ser tocada e dormir num sono que nunca acordei.

Vamos olhar nossas verdadeiras obras de arte que estão em nossos quadros de recordação, as antigas e atuais mulheres e colocá-las em cima de uma cama, sentadas numa mesa de bar ou dentro de uma banheira e admirar sua voz, seu toque, seu olhar.

Hoje vou jogar fora sua foto... Não agüento mais esse olhar apaixonado e real apenas num passado que não volta.

Joguemos essas obras pictóricas do século passado que povoa em nossa cabeça, mande as mulheres acordarem e saírem desses quadros, falar no seu íntimo, mostrar suas faces e cobrir seus corpos nus quando assim desejarem. Vamos despir nosso sentimentos, se é vaidade, luxúria, reclusão, ócio, não importa, ousem.

Amem mais vossas mulheres para que elas não virem somente retratos e pinturas apagadas que a qualquer momento podem ir ao lixo.

Tire-as do quadro e chame-as para jantar...

Eu, Bette..

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

10 razões para votar em mim, por que ninguém me quer, eu mudei..hehe!

É meninas, o nosso Blogger também tem espaço para o Mundo Político, vou lhes dizer por que escolher a mim como mulher, e o melhor ainda, vou contar como foram meus primeiros passos para a entrada no mundo gay, como fui uma pessoa medilcre e preconceituosa... e, enfim, mostrar que todos precisam de uma segunda chance...

O início:
A menina que queria brincar de fazer xixi como o irmão...

Talvez tenho surgido ai que comecei a prestar atenção na sexualidade; na hora em que notei que meu irmão tinha algo mais interessante para fazer xixi. Ficava horas tentando acertar o vaso, mas nada, era inútil. Eu reclamei a minha fábrica o motivo do tamanho (eu sempre fui uma criança que seguia sempre seus conceitos, sem medo de falar a verdade pensada). Mas, me disseram que não dava, não conseguiria fazer xixi em pé...
Mas, pelo menos jogar futebol como o meu ídolo infantil “ o meu irmão” eu poderia... Mas, não... também era vetada de fazer xixi e jogar bola.
Comecei a ter raiva de ser o sexo frágil, e foi por isso que parecia um menino forte no meio daquelas meninas que não suportavam o asfalto quente.

Parte 2: Não tinha o namorado da Barbie....

O outro processo crucial deve ter sido no momento em que comecei a brincar de boneca na casa de minhas amigas, e a imitar o que os atores da televisão faziam. O “KEN/Q”, personagem que representava o namorado da Barbie ficava na posse dos brinquedos de minha vizinha rica, e quando chegava em casa? Bem, a minha Barbie cabelo cortado tinha que beijar a Barbie de cabelo loiro-esverdeado-de-cloro.

Parte 3: A brincadeiras com os primos...

Hoje o meu primo que agarrei na porta do seu quarto virou gay. Talvez tenha sido um excesso de pressão olhar a menina mais nova que ele, tão...tão precoce. Os dias em que ele não queria me beijar eu gritava: é marica...kkk. (que menina terrível).
Então, como queria ser atriz, restava-me brincar com minha prima também mais velha, e mostrar em cima dela o que os atores faziam com as mãos debaixo da roupa.

Parte 4: Na adolescência, a minha melhor amiga...

Eu hoje penso que aquela admiração intensa pela minha melhor amiga era algo mais que amizade. O abraçar com ela era um dos melhores momentos que tinha. Chegava a contar as horas de acabar a aula para poder me despedir dela. Acabei achando que estava apaixonada por seu namorado, mas hoje acho que era por ela.

Parte 5: As minhas figuras masculinas...

Sentada diante de uma analista, ela me fez ter a primeira lembrança do padrasto em cima de mim. Mas, todas essa gente diz que é problema dos complexo de infâncias e traumas... deixa isso para lá.
A outra passagem foi do meu cunhado pedindo para o beijar em troca de continuar com minha irmã que chorava no banheiro. O beijo pedido por minha própria irmã me fez ter a certeza de que nunca deveria participar dessas convenções malucas de sentimentos.
O cara lá, pai, que batia em minha mãe me fazia querer algo mais leve para me bater no futuro...perguntava sempre porque casar com algo tão diferente de nós?

Parte 6: O final da adolescência...

Exatamente aos 18 anos, saia de casa e me sentia a mulher mais arrasadora do mundo. Eu tinha acabado de perder 9 kg numa dieta insana de 2 meses, estava com um corpo bem definido, cabelos feitos luzes, começava a usar roupas ousadas e maquiagem destacada. Minhas amigas sentiam de longe a certeza de que a festa estaria acabada para elas. Estava disposta a provar minha feminilidade através de uma dança visual com os rapazes mais bonitos.
Em minha gaveta, num fundo secreto, eu colecionava uma lista que já chegava próximo aos 80 rapazes que já havia beijado.
Tudo era idiota, eu sei... Eu era mais uma adolescente idiota.

Parte 7: A universitária pré-conceituosa...

Nas aulas da faculdade encontrei o time perfeito para jogar um esporte ativo e excitante; o futsal. Mas, depois da primeira viagem do time, vi que as meninas faziam mais que jogar, e a minha repulsa por aquilo tudo, desmascarava a vontade de olhar aqueles beijos.

Parte 8: O primeiro fora de um homem...

Depois que descobri que ele tinha uma namorada, acabei ficando a mulher mais galinha do mundo. Resolvi usar dos homens..e claro, que quem estava sendo usada era eu. Comecei a aumetar minha gana por troféus de paixões. Quanto mais os deixassem apaixonados melhor para meu ego. Foram alguns que sofreram pela mulher que podia fazer e ser tudo.

Parte 9: descobrindo as mulheres...
Foi a minha supervisora, sei que culpei-a por ter me feito conhecer o que tanto repudiava. Acabei por tornar um desastre seu casamento.
Depois foi a Tina, a mulher que me calou e me fez sentir amada... foi também a que critiquei e traí...

Parte 10: Os dias atuais...enfim, as dez razões...

1 - Há hoje algo em mim que não consigo encontrar somente na maquiagem ou na roupa justa. Fiquei seriamente séria. Apesar de ainda ter cara de “Bisca” como dizia Tina;
2 - Tenho medo de entrar num bar gay e ser rejeitada... Já não coleciono beijos de homens e muito menos de mulheres;
3 - Prefiro despir meus sentimentos a meu corpo. Mostrar quem eu sou, mesmo dúbia, mas eu mesma;
4 - Já não faço parte do clube da luluzinha e da sociedade do corpo, que para mim já é um grande passo...O corpo, aquele que a tv coloca, que eu preferia seguir, mudou em minha mente, e vejo agora somente um objeto de consumo construído a golpes de vontade e de livro de cheques...da tortura das modas que orpimem as carnes reticentes em entrar nas roupas;
5 - Eu me envergonho de passar dietas e programas que irão torturar aquelas mulheres que buscam se encaixar no padrão perfeito de sociedade. Para segurar seus homens...Duas semanas de desintoxicação alimentar, 8 de treino pesado, o resto da vida sem sentir o gosto da cerveja e tomando goles de chás naturais. – Prometo que quando melhorar essa gastrite irei beber!
6 - O que penso quando estou na cama com uma mulher é algo que sempre foi sincero: as curvas sejam as estradas que forem, eu sei que vou admirar com meu veículo mão, e apreciar o olhar apreensivo nas suas faces.
7 - Não quero criticar mais os padrões, cada mulher se encaixa na sua própria identidade, no seu andar, na sua forma de pegar o garfo; cotovelos abaixo ou para cima. Mas, ainda acho uma saída amoral da identidade, àquelas mulheres que tentam se encaixar em qualquer coisa que se assemelhe aos homens.
8 - Não há curso para aprender a tratar bem as mulheres... e relembro da minha falta de preparo, e medilcre mentalidade. Mas, tentarei ser sempre doce.
9 – Não quero mais transar com meu ex-namorado, para provar a mim minha feminilidade.

Já sabem, já perceberam o quão estúpida fui e ainda sou.

E por fim, devo dizer que 10 – quero-a fazer feliz...

“Não pediria a troca do seu All star por sandálias que magoariam seus pés. Repudiar a música, segurar sua mão quando me queria tocar em frente as pessoas.. a sua forma de sentar” São nessas horas que olho para trás e penso que o quanto eu mudei e mudar não será o bastante para você me aceitar...Como sinto falta do seu atraso no banho...

Bette, e o seu besteirol..rs.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

As Mulheres que saem do meu armário...

Eu Bette, me encontro agora em frente ao espelho. Indecisa por saber qual das vestes hoje deveria usar.
Tenho posse de três convites, e nenhum deles me pedem para ir sem máscara, sem roupa de gala...podendo ser eu mesma.
E, também não me importo de me mascarar nesse momento, já que mostrar todo meu corpo indefeso ainda me faz sentir frio e sofrer por aquela mulher.
Pego a roupa de certinha, mas lembro-me agora, que na última semana essa roupa não me caiu bem. Ficou amarrotada depois que meus desejos a flor da pele deixaram molhar a minha única calcinha que possuía naquele carro branco, sujo, assim como os sentimentos de nós duas. Aquela mulher de verniz que não me deixa encontrar o meu equilíbrio durante as situações e agir com serenidade e certeza de quem eu sou.
Mas, acho que hoje é dia de ousar mostrar-me mais, colocar uma veste inacabada e deixar o tempo me mostrar se devo ou não tirar o resto.
Já nem sei com qual roupa deveria vestir, nesse espelho que não me diz nada, que não suporta nem mesmo meus olhares... acho que já não gosto de quem escondo com as roupas do armário.
Na verdade não sou somente eu, mas muitas de nós são apenas “pedaços de vestuário guardado”, pronto a ser colocado para mostrar o que o espelho social nos permite.
Eu preferia um quarto fechado, ficar sem roupa, aceitar o meu próprio convite e fazer amor comigo...Mas, não... Tenho de sair hoje do armário de meu quarto, mostrar minha roupa de lésbica, que a cada dia se incorpora mais a minha realidade e não me deixa mais ter desejos com homens e a desejar cada vez mais as donas dos saltos e dos batons que ainda não tirei de suas bocas.
O meu telefone toca... A voz nervosa me pede para que eu vá com ela. Mas, eu não quero histórias inacabadas, e por isso decido que não vou começar essa.
As horas vão passando e vou ficando mais certa de que não sei quem sou eu, e o que deveria usar. Ainda me vem a dúvida de qual cor deveria realçar em minha veste.
As cores para mim são como os sentimentos...mas, nem o céu consegue manter a mesma cor todos os dias... E, as mulheres que deixo no meu armário: a homo, a bi, a hétero... também não consegue adentrar-se em mim. Mudo de cor todo o tempo, como se meus sentimentos transitassem a cada instante nessa soma de situações que passo todo dia...
Acabo ficando sem roupa, como vim ao mundo. Acordei somente no outro dia com o despertador, e não usei nenhum convite.
É hora de colocar a farda. Estamos numa segunda-feira e as pessoas se assustariam se eu não mostrasse essa mulher comum de todos os dias.
Hoje não é dia de carnaval, mas só consigo olhar essas pessoas com máscaras inseminadas na suas faces.
Pelo menos, não impregnei em mim nenhuma veste, nenhuma máscara, ao menos ainda tenho armário, posso ser quem eu quero em vez de ser essa pessoa constante que me dá asco de ver nas fardas diárias quando me encontro ao espelho da semana, ou olho na janela à rua.

Bette.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O dia que encontrei-a

Estou saindo de casa para pegar o avião...
Chego depois de muitas horas no Brasil.
Eu estava fazendo uma surpresa a ela. Uma de suas amigas estava a levando ao aeroporto, mas não era aquele aeroporto que vi-a chorar tanto.
Larguei minhas malas quando a vi. E minhas lágrimas também cairam sem parar.
Olhei a face dela depois de um ano. Ela tinha no olhar muito espanto, acho que não era o momento para eu aparecer, ela estava confusa...Eu vi uma reação tão contrária a que vi na carta e nos vídeos.
Estava me sentindo uma burra, mesmo vendo ela me abraçar com tanta força... Mas, compreendi que ela não me queria como mulher.
Entramos em um carro. Nesse momento seguro os seus cabelos tão lisos que descem facilmente nos meus dedos.
Chego mais perto e sinto o antigo cheiro de seu corpo. Beijo o seu ombro como quando fazia na época da conquista. Porém, respeito os seus lábios que acham que é pecado beijar uma mulher que ela namorou durente um ano, e esperou tantos outros meses.
Deito no seu colo. Sinto aquele bem-estar das tardes de cólica que ela segurava minha mão e apoiava minha cabeça.
Saimos do carro. Vejo uma praia.
Não consigo falar com ela sem olhar para os olhos e lábios...ficamos paradas... esse é o momento que beijo Tina.

Mas, acordei, era apenas um sonho.

Hora da realidade...
Sonho que se sonha só é apenas um sonho.

By Bette.

sábado, 27 de setembro de 2008

Elas podem ser tão frágeis, mas nos levam a nocaute...

São quase 2hs da manhã de um sábado a noite. Prefiro ficar em casa e não repetir minha fuga de sentimentos da semana passada. Mesmo que tenha visto meninas lindas, simpáticas e carentes, não estou com vontade de reconstruir tudo novamente, falar quem eu sou, mostrar meus defeitos, explorar e ser explorada...não, acho que já sei como seria demorado ter uma cumplicidade daqueles anos que tive, e depois para acabar tudo novamente...deixa-me aqui.
Hoje me encontro numa cama, um violão, uma foto dela, meu corpo... Mas, não quero tocar em nenhum desses objetos, não tenho vontade nem de ficar aqui dentro de mim.
Dói tanto essa solidão, dói tanto esse barulho do silêncio cortando meus ouvidos e não me deixando dormir. As vozes que andam aqui dentro e tento segurá-las só me fazem sentir ainda pior...
Esse é certamente um post que depois deletarei. Uma prova real de que as mulheres podem nos fazer sentir o maior prazer possível e a maior dor.
Quando acabamos com elas, você acha que conseguirá superar, pode até ficar com outras, se divertir... Mas, a ligação entre duas mulheres passa além de um corpo, desejos e sentir-se acompanhado... É uma ligação de almas, amizade, conforto e ternura.
Por falar em ternura, acho essa palavra extremamente linda, e sei que não irei encontrar tão breve isso. Deu até vontade de rir passado por uma auto-estrada e ler um carro de uma clínica de idosos escrito: cantinho da ternura... Talvez seja para lá que deveria ir essa noite. Ser abraçada por quem fora esquecido, para aqueles que como eu já devem ter amado e que certamente já perderam a pouca, da grande esperança que tinham de conseguir reencontrar seus amores.
E assim, por enquanto fico aqui, nesse quarto escuro, penso no que ela poderia fazer num sábado a noite... acho que vou vomitar.
E essa sensação estranha de vazio vai me deixando alguém sem alegria, sem capacidade intelectual, sem sonhos, sem história...
Tenho de seguir um novo rumo, mas cadê a coragem? Eu só consigo me ver no caminho frente a frente com a solidão.
Eu era a menina de ouro, forte, achava que suportaria tudo..mas fui a nocaute por uma pessoa que usa saltos, brilho labial, usa 36, pesa bem menos que eu e deixava eu dominar todos seus movimentos e sentimentos...
Sem mais por hoje. Amanhã passamos na heterolândia, olhamos umas lojas, comemos chocolate, vestimo-nos de um preto básico para ficar mais magras, falamos bem alegres, colocamos base no rosto e vamos mentindo que não existem feridas, os olhos não foram tocados, e que nós meninas de ouro vencemos essa luta entre a vontade de viver junto e ver tudo acabar!

Boa noite ladies!

"Hoje preciso de você...nem que seja só para ti levar para casa depois de um dia normal".

Eu, Bette...

domingo, 21 de setembro de 2008

A distância não é mais forte que o amor...ué, vamos festejar!

Primeiramente terei de ir a contagem:
Dia 18 de setembro o grande pé na bunda. Dia 25 completaríamos mais um mês, quase 1 ano e 10 meses de amor, brigas, reencontros, felicidade e dúvidas... Duas mulheres.. Dois caminhos opostos...uma só dor.

Chegou ao fim, foi o que eu ouvi pelo msn. Havia quase um mês que tinha voltado ao namoro com Tina.
Tudo continuava na mesma, não estávamos juntas fisicamente depois dessa decisão, não juramos fidelidade, nem conseguimos nos beijar loucamente como sempre fazíamos depois que voltávamos... Era um namoro que para muitas pessoas não era um namoro, mas para mim, essa palavra justificava minha esperança em lutar, em criar condições de seguir em busca dela.
Mas, era isso que ela não queria mais, namorar para ela era só uma palavra sem significado. E a distância foi justificada como a causa disso, assim como minhas escolhas e desejos.
A esperança acabou, sei que é a última vez. Certamente por que serei orgulhosa, certamente por que resolvi viver outros caminhos, certamente por que ela logo encontrará alguém mais fácil que eu.
Depois que acabei de falar com ela, mandei o último e-mail, jurei que se ela fosse a última água para eu tomar, que morreria seca... tirei do orkut, do msn. Mas, ela continuava na minha cabeça...
Ninguém morre assim de um dia para o outro. Mas, da forma que ouvi as palavras tão frias dela, deu-me vontade de ver ela sofrendo como eu sofria naquele momento. Ninguém deveria morrer porque queria, mas ela fez isso.
Foi depois dos segundos de raiva e choro, que eu resolvi enterrar meus sentimentos de uma forma mais interessante. Uhlalá!!!
Algumas pessoas dizem que é fuga, mas no meu caso, eu quis enterrar meu sentimentos por ela em um ritual nada fúnebre, como deveria ser todo final com pé na bunda.
Nesses dias aprendi uma frase: nunca se entristeça, até pé na bunda nos leva para frente...
Pois, meninas, anotem os passos que segui de um verdadeiro enterro de sentimentos a La Bette pé na bunda!
Em vez de fechar numa caixa todos os meus sentimentos, recordações e esperanças, resolvi abrir a porta de meu quarto. Em vez de mandar nota no jornal, mandei uma mensagem a garota que morava na frente de meu quarto dizendo sutilmente as palavras: "sinto muito em dizer que agora sou solteira, meu relacionamento morreu, venha celebrar comigo minha tristeza sendo convidada de honra em minha cama". Em vez das rosas amarelas e rochas, eu recebi uma flor vermelha dela (que romântico). Em vez de café, eu tomei de algo maravilhoso servido direto da fonte. Em vez de tristeza, fiquei excitada e quase gozei. Em vez de água dos olhos, minha carne estava a derramar suor de prazer. Em vez de lembrar dela, eu quis conhecer os novos pedaços do corpo desconhecido.
E então, foi assim. Sem abraços de pêsames e sim, beijos e abraços com uma mulher que queria me dar prazer.
A noite acabou. Até minhas dores nas costas tabém tinham acabado. Aquele tempo todo que passei tentando segurar minhas provocações me deixaram quase corcunda e com olheiras de “tio Chico da família Adams”.
Estava leve. Seria bom ter alguém por perto para acalmar minha solidão. Lembrei de tanta coisa, mas não dela... Lembrei sim, que eu ainda poderia ficar tímida em frente uma mulher, que eu tinha muito que aprender com seres do mesmo sexo, que o sexo é bom, mas abraçar na cama é algo simples e maravilhoso.
Sem cobranças, estamos nos encontrando nos corredores e em meu quarto, já avisei que minha chave do coração foi jogada fora, e que paixão era somente entendida como aquela atração que estávamos sentindo. Descobri o que acaba as pessoas são os contratos sentimentais.
Eu agora queria viver e viver. Conhecer outras Tinas, Shanes e Helenas.
Deixei a minha provocação me mostrar o que era bom. Ainda tenho vontade de mandar sms toda vez que vejo um casal apaixonado ou olho a foto dela. Mas, toda vez que pensar nisso, mandarei mensagens para aquelas que estão perto de mim...ui.
E, para encerrar, voltemos a contagem:
Dia 25 agora, será em comemoração do 7º dia, quem sabe eu comemore com leite condensado nos quadris de minha sunshine. Quando completar um ano, terei orgarmos múltiplos com a Angelina Jolie. E vou bebendo uma duas, três... muitas águas para não voltar a ter vontade beber dessa mulher do passado. Mas, um grande amor se vai. Melhor eles do que eu...rs.

By Bette.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

E a provocação chega até meu quarto...

Estava em casa. Era hora do almoço no momento que ouço a porta de meu quarto bater.
Era a moradora de um dos quartos da residência estudantil onde moro. Já sabia quem era só pelo perfume.
Ela dormia no quarto a minha frente e estava se tornando minha amiga. No dia anterior conversamos muito, e acabei fazendo a pergunta...
A resposta dela foi demorada, cheia de medo, pois eu estava mascarada de hétero, e com um ar de espanto pelas histórias incompletas que ela me contava. Mas, mesmo assim ela confirmou que era lésbica, e começou a falar ainda mais sobre a vida dela, com histórias intrigantes sobre seu passado.
Eu poderia muito bem não falar quem era, ouvinte apenas dos seus comentários sobre mulheres. Mas, seria maldade ela achar que estava só naquele quarto, sem ser realmente compreendida quando dizia do amor que sentia por uma mulher.
Disse a ela que era para deixar de insegurança, pois as duas mulheres que havia mostrado em fotos no meu quarto, eram os dois amores de minha vida.
Acho que ela ficou espantada pela cara que fez. Confessou que me via como uma daquelas mulheres intocáveis, hétero e cheia de homens a sua volta.
O dia anterior foi mesmo muito bom, fui ouvida como muito tempo alguém não o fazia.
Eu não tinha amiga para falar dos meus sentimentos por outras mulheres. Tinha de um lado, mulheres que queriam me levar para a cama e que nunca queria me ouvir de fato, e do outro, minhas amigas héteros que certamente não compreenderiam o que é amar uma mulher.
E assim, eu poderia falar de meu amor do passado, minhas ruínas amorosas, meus foras, minhas insanidades de momento.
Porém, no mesmo momento que me ouvia atenciosa, ela também tinha aquele brilho no olhar. Lembro que não tinha nem 2 meses que a conheci, e poucas eram as vezes que nos encontrávamos, mas sempre notei uma felicidade extrema ao poder falar comigo.
Ainda na noite anterior, fui apresentar minhas temporadas de The L Word, ela não conhecia, e eu nem acreditava nisso que ela não sabia quem era a Bette..rs!
Vimos algumas cenas, mas como estava muito tarde, pedi para deixar para outro dia. No fundo, eu estava carente, e do modo como ela me olhava, eu tinha idéia de que depois das cenas quentes, pudesse ser atraída a fazer o mesmo com ela...e fomos deitar. Cada uma no seu quarto!!!
Voltando ao meio dia do dia seguinte... Ela estava ali, me abraça e fica perguntando coisas, coisas e mais coisas. Sempre pausava pedindo desculpas por me perturbar os estudos.
Eu queria também falar com alguém, e pedi que ela ficasse. Acabei aceitando o convite dela para almoçar. Fomos ao restaurante. Ela dessa vez me ouvia como se tudo que eu falasse fosse ser importante. Fazia comparações com as nossas semelhanças, e cada vez mais tocava na minha mão.
Meu olhar estava tentando desviar do dela. Estava mesmo certa de que ela me olhava diferente, me encarava, e estava atraída.
Estou numa fase em que penso muito no futuro, na conseqüência de meus atos. Se no passado eu agia com impulsividade, pelos males que causei as pessoas, resolvi ser mais sensata. Pensei antes mesmo que ela me falasse algo, e o melhor que achei foi evitar que ela continuasse com os olhares.
Voltamos para casa, mas depois de algum tempo ela disse que estava atraída.
Não sei, mas ela falou mais rápido do que imaginei, e não estava preparada para ouvir. Não tinha nada em vista para contornar a situação, já que eu tinha certeza de que se ela viésse a gostar de mim, nosso relacionamento iria mudar, e não teria a amiga que tanto quero.
(Aqui vou abrir um parênteses para falar que depois que você deita com suas amigas, mesmo que você queira novamente elas como eram, tudo terá um novo significado).
E, ela estava fazendo marcação forte... Falou meu sorriso, da forma como falo. Eu não posso esconder que é bom ouvir isso de uma mulher. Estava ficando estimulada pela situação.
Porém, parei! Disse que eu tinha namorado, e que amava alguém no Brasil (eu havia pedido Tina em namoro, estávamos juntas... e eu estava fazendo um forte controle para não trair ela novamente com mulheres).
Eu estava como Shane no espisódio que começou a fazer exercíos sem parar e meditar em sua casa...
Queria mesmo me purificar como pessoa, ser melhor, lidar com os desejos da carne. E, não queria magoar ninguém. Em todas as minhas histórias, eu sempre no fundo pensei mais no meu desejo, e dessas vez, estava pensando nos outros.
Nessas horas eu sinto orgulho de mim!!rsrs.
Enquanto isso, ela ainda no meu quarto segurava em minha mão. Quando ela falava, eu imaginava duas cenas. A que eu dizia não, e a que eu me entregava a sua vontade de me beijar.
Mas, escolhi abraçar ela e dizer que não podia fazer isso com ela. E o fato de não querer, era por que o momento não era propício, pois eu queria ser fiél.
Achava que depois disso as coisas iriam mudar entre nós. E por isso dei outro abraço.
Esse outro abraço foi retribuído com um beijo no pescoço, um pedido de virar o rosto e um toque na orelha.
Era engraçado, mas ela usava todas as táticas que usei para conquistar Tina.
Bem, mas fui forte. Não é fácil tentar começar as coisas com sanidade, sem ir direto ao desejo. Mas, até essa dia consegui.
Quando fui ao banheiro, estava com minha calcinha inundada...Seria difícil superar às provocações que vêm ao seu quarto.
Mas, até o dia de ontem estava intacta!

Próximo post: A distância não é mais forte que o amor... me entrego a minha provocação, quem diria que seria tão bom...

By: Bette!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

As Minhas Loucas Mulheres- Parte I

Olá pessoal! sei que estou em falta com os posts, mas minha vida está bem turbulenta (em todos os sentidos). Mas vamos lá, mais uma agora!
Após o término do meu primeiro namoro fiquei bastante temppo sem outras pessoas em minha vida, quase um ano. Só ficava com minha ex mesmo, sempre que ela vinha pra minha cidade. Eram dias super felizes; às vezes só um fds, mas não nos desgrudávamos. Como eu amava aquela mulher!!!
Mas, um certo dia, quando estagiava em um museu, quis curtir com uma menina que eu desconfiava que curtia meninas. Assim, começo a minha saga numa espécie de série que vai se chamar "As minhas loucas mulheres", a cada episódio vocês notarão porque elas são loucas e porque troco tanto de mulher. Faço um parênteses só pra destacar que tenho 23 anos, descobri minha homossexualidade aos 20a, fiquei apenas com minha primeira namorada cerca de um ano e meio, então todas as outras que virão nas estórias seguintes passaram pela minha vida em um ano e meio aproximadamente. Notem o pouco tempo! Ainda sou quase uma vírgem!rsrsrs

Episódio 1: A foda - sado!
(risos...muitos risos) Não dá pra lembrar dessa estória e não rir! Bem, foi assim...
Eu era estudante de Arte e a menina de Turismo, estagiávamos juntas em um museu de cultura popular. Eu desconfiava que ela curtia meninas e sei que a desconfiança era recíproca, sempre ouvi os nossos “gaydares” apitarem.
Sempre tínhamos uns fricotes de preparar lanche uma pra outra ou deitar no colo, ficar passando a mão (só no cabelo galera!rs). Isso fez com que o resto do pessoal do museu começasse a nos chamar de “namoradas”, só pra zoar, é claro! Mas passamos a gostar da brincadeira e também falar assim, se chamar de “amor” e tudo mais.
O museu ficava localizado no centro histórico da cidade e toda sexta era só sacanagem por lá. Pagode de um lado, MPB do outro, dance nas boates e por aí vai. Então saíamos do estágio e ficávamos por lá na putaria, principalmente nas sextas-feiras.
Certo dia, quase todos tinham outro compromisso, então ficamos por lá, só eu, ela e uma amigo mala nosso. Aí pensei: “È hoje!”. Ela não era bonita nem nada, mas de alguma forma me atraía. Eu tava super a fim de provar outra mulher, então seria ela mesma.
Fomos pra uma bar onde temos a escolha por cento e cinqüenta tipos de cachaça (imaginem!). Sabem o que fiz?? Não bebi nada! Disse que não estava a fim e falava pra eles dois: “Bebam!”; e falava ao dono do bar: “Traga mais uma!”. Quando eu vi que ela já estava breaca, disse em seu ouvido que queria beijá-la. Ela só sorriu. Com o tempo, começou a entrar no jogo. Disse que me beijaria se eu fosse dormir em sua casa e ressaltou que não ficaria só no beijo, mas que tínhamos que dar um jeito do nosso amigo não se convidar pra ir também. Depois de um litro de cachaça, eles quiseram ir para o regae, estavam super colocados, e eu rindo horoooores deles. Ela tentava fazer um olhar sexy pra mim, mas só conseguia olhar de bêbada mesmo. Isso era motivo pra mais riso meu...rsrsrs.
Quase meia-noite, resolvemos ir embora, e não teve jeito, tivemos que levar o “mala-amigo” conosco porque ele estava muito bêbado. Chegando lá, deixamos ele no sofá e fomos para o quarto. Primeiro ela tomou banho, depois fui eu para o banheiro, quando voltei, ela estava em pé, nua, só me arrancou a toalha e me jogou na cama. Meo, com uns dois minutos de beijo, essa mulher fica louca!!!!! Pede pra eu “esfregar a ‘xana’ nela”, diz que estava há muito tempo louca pra transar comigo, que tinha muito tesão por mim e perguntava se era recíproco; eu super sem jeito respondia: “um rum”.
Depois destas falas ela me joga em cima dela, começa a bater com força na minha bunda e depois puxa meu cabelo pra trás. Cara, não agüentei, na hora, eu parei tudo e disse: “Minha filha, esse corpo foi feito pra ser beijado e não batido!!!” kkkkkkkkkkk......Daí, ela maneirou um pouco, mas não demorou muito pra querer bater de novo. Lá vem os puxões de cabelo novamente, aí fingi logo que tinha gozado e parei tudo. Ela virou para o lado e apagou!!! Comecei a rezar pra todos os santos pra que a noite acabasse e pudesse ir embora.
Ouviram minhas preces e a noite acabou logo! Super cedo, eu acordei meu amigo mala (finalmente ele serviria pra alguma coisa) e pedi que fôssemos embora. Ela também se levantou, só se despediu e nós fomos embora.
Nunca mais tocamos no assunto, nem quis ficar com a maluca de novo, mas foi uma noite hilária. Sorri sem parar por umas duas semanas e contei para meus amigos mais íntimos que também quase fizeram xixi nas calças de tanto rir de mim.
O triste da estória é que descobri que nem todas as mulheres eram sensíveis e meigas como pensava (porque minha namorada era um doce!), elas podiam ser brutas pra caráleo!!!! Foi minha primeira decepção com estes seres indecifráveis!
E aí, é louca ou não é?????

xxx Shane xxx

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

PROVOCAÇÕES

Estaria bem se fosse somente o nome de uma exposição de arte, mas não, lá fora, aqui dentro... em qualquer lugar temos mulheres testando sua fidelidade, provocando, tentando uma pobre mortal como eu.
Não sei se nasci para testes, sempre fui mal neles. Não tenho muito autocontrole, e depois que comecei a ter meu “gaydar” torna-se impossível não perceber os olhares delas. Aonde entro há mulheres me observando, algumas com suas calcinhas molhadas e o olhar sacana... Você pergunta o preço de uma cama; e aquela vendedora teve a coragem de me falar que a cama dela é de graça, nem acreditei!
Ainda sou uma lésbica romântica. Claro que tem dias que começo em um olhar e termino com as roupas no chão... Mas, pensando bem, a sedução demorada, o aperto de mão gelado, a construção do dia-a-dia e o abraço desconsertado é mais gostoso.
Eu lamento pela “brasileira” mas depois que fomos para cama no primeiro dia, ela perdeu a arte da dúvida, do incerto. Ela já não tinha o mistério, as linhas profundas do seu corpo já haviam sido desvendadas, e juntando aquele pedido de namoro no primeiro dia...sem comentários.
Sinto que tratar uma mulher como apenas uma transa é um pecado mortal. E meninas, não façam o mesmo!
Mas, apesar de ter tido meus desejos de uma noite com algumas mulheres, no momento que estive com elas, tratei-as como se fossem uma arte intacta, admirada, desejada e respeitada. E é paixão na certa, por mim claro..ui.
Lamento pelas mulheres que não foram tocadas sem todo o prazer, são as mesmas que acham que gozo e estrela cadente são coisas raras. Quem tiver esse problema, me chame!
As minhas provocações são também as mulheres que guardo aqui dentro. Em apenas um dia sou a Bette sensível de chorar de saudade por Tina; sou a Bette que se molha toda vendo a “policial” me pedindo carteira com aquele ar de autoridade; Sou aquela que tenta esconder seu lado gay e se beija com uma mulher na praça; Sou alguém que no mesmo momento que está traindo, tenta ser fiel.
Existem inúmeros tipos de provocações, tem dias que aquele chuveirinho do duche é uma delícia, o telefone, a Internet nos dias de solidão... Tem a vizinha, o filme barato e os meus próprios dedos...
Também tem países que a provocação se torna mais liberta, mas descarada... Mais gostosa. Foi assim nas últimas semanas no país mais Gay que visitei. Lá conheci algumas provocações, algumas Papis, Jennys e Max... Mas o que mais me provocou foi àquela mulher indecifrável que conheci no metrô. Não sei quanto tempo passei em frente a ela. O seu olhar profundo quebrou minhas pernas. Sentei desconcertada, fiquei em frente a ela admirando a sua beleza. E ela ficou me olhando, tirando minha roupa com os seus olhos. Sua cabeça girava de um lado para o outro, e eu... eu simplesmente fiquei parada, ela se aproximando e eu me assustando, ela falando com os seus olhos e eu sentido algo descendo entre as pernas, ela me encarando e eu trocando de cadeira... Um sorriso sem graça ficou no meu rosto, vi-a pela última vez descendo e me jogando um beijo. Eu realmente estou fora de forma, ela me assustou e eu não consegui fazer nada. Fazia tempo que alguém me fazia não ter controle da situação.
Pensar que você vai viver em um lugar que as leis permitem amar uma mulher, que as mãos dadas não serão censuradas, e que um beijo no final da festa ao meio da rua é algo normal. Me faz imaginar... Eu havia pensado em morar lá com Tina, mas pensando bem, vou viver lá sozinha e aceitar as provocações...kkk.
Eu já nem consigo terminar estas linhas, são tantas lembranças surgindo ao mesmo tempo, e uma carência supra. Compreendam que já são quase dois meses sem sentir uma mulher, acho que estou enlouquecendo...
Bem, mas fico por aqui, em minha eterna cadeira, só, com as lembranças, precisando controlar os meus desejos latentes, analisar o que eu realmente quero, e quando descobrir tenho duas escolhas: ceder a arte da provocação ou me entregar a só uma mulher.

By Bette!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Depois do beijo... A relação... Ops, o sexo!

Previously on The L Word Brazil:
* Alice dá o seu primeiro beijo gay
* Alice começa o seu primeiro namoro gay
* Alice vai à boite com Shane e identifica os tipinhos


Pois é, havia dado meu primeiro beijo na minha então melhor amiga e não conseguia ficar sem isso mais. A cada dia em que nos encontrávamos, os beijos ficavam cada vez melhores e mais longos.

Ela era danadinha. Sempre disse que ela era bisca. XD

Muita coisa girava em torno do sexo antes de rolar alguma coisa entre nós. Ela contava muita vantagem usando o sexo como arma, e eu era praticamente uma virgem. Sim, porque havia tido minha primeira relação sexual no mês de agosto, e a história aqui relatada se passa no mês de novembro.

Hoje me questiono como pude passar tanto tempo sem. XD

Pois bem, nem havia dado uma semana que nos beijamos pela primeira vez, e na bela terça feira ela entre nossos "besos calientes" ela pede pra beijar minha barriga. Logicamente que não deixei de cara! Imagina, mina tarada. Queria logo me passar sal e limão, tsc tsc tsc.

Não sei, mas ela tinha (e ainda tem) uma lábia que te entorta e por muitas vezes faz ceder. Ao menos era assim comigo. A cada beijo, ela insinuava que ia descer, e eu pegava sua cabeça e subia de volta pro meu rosto. Ela tanto fez que conseguiu beijar minha barriga por inteiro.

Quando estava próximo da "menina", mandei ela parar porque tudo estava indo rápido demais.

Ok. Assim ficou, mas sabia que ela queria me atiçar até eu não mais agüentar. E eu já estava assim mesmo, afinal, meses né querida? Realiza!

Na mesma semana nos encontramos novamente, e ela me levou à praia. Estacionou o carro entre duas barraquinhas e lá ficamos apreciando o luar. Lindo, não?

Mas não nos agüentamos muito tempo, e começamos os beijos incessáveis.

Percebendo que sua respiração estava cada vez mais ofegante, me vi estimulada a ir além de seus lábios. Resolvi explorar suas curvas com o delicado toque de minhas mãos, e percebi que ela se tremia e respirava cada vez mais rápido.

Tocada seu rosto e orelha com a ponta de minha língua, enquanto explorava todo o seu corpo com minha mão. Soprava em sua orelha, acariciava a maçã de seu rosto com a ponta do nariz... Depois de muito provocar, abri sua calça.

Fiz dela o que quis. Ela estava completamente sem ação e repleta de libido. Muito libido! Mas apenas fiz com o toque de meus dedos, que é tudo o que minha inexperiência e falta de aplicação de instinto animal me permitia, mas ainda sim me excitei muito com a excitação dela. Ela até que tentou retribuir, mas nem me dei conta, porque meu foco era nela somente.

Ainda sim, este foi o pontapé inicial pras carícias mais íntimas, mas só consideramos mesmo que nossa primeira vez foi no dia 30 de novembro de 2006, quando finalmente cedi e deixei que ela nos encaminhasse prum motel, onde teria uma cama de verdade e conforto.

Me senti intimidada, pois era a primeira vez num lugar desses depois do episódio onde ela me enganou pra me pegar antes de começarmos algo.

Ela foi super delicada, atenciosa e estava disposta de tudo pra me dar prazer. E assim o fez... Me lembro como se fosse hoje. Eu parecia uma menininha temerosa, e ela deslizando por todo meu corpo, partindo de minha boca, encaminhando para os seios e por fim "a menina"...

[pausa dramática de meia hora]

Senti uma taquicardia, as pernas bambas, uma sensação que jamais tinha sentido. Ela estava no lavabo e com muita dificuldade consegui chegar lá pra me abraçar com ela e dizer que estava morrendo.

Lembrando disso me dá até vontade de rir. Imagina! Eu não sabia, mas tinha acabado de ter o primeiro orgasmo da minha vida.

Contudo, ela me conduziu até a cama e se abraçou comigo por um bom tempo... Quando olho em seus olhos, as lágrimas desciam a ponto de me fazer perguntar o motivo delas. E então ela respondeu que estava emocionada por ter sido a primeira pessoa a me proporcionar tal prazer, e que olhando nosso reflexo no teto, aquele seria um momento memorável pra ela, pois foi a primeira vez que fizemos amor.

xxAlicexx