É hora de falar de um clássico da MPB e não esquecer da minha vida amorosa. Mas, que vida amorosa e que clássicos?
Não confundam clássico com antiquado e minhas aventuras amorosas com naufrágios.
Por vezes penso que a MPB nunca estará fora de moda. Ela sempre se renova nas vozes de gente que semeia o dom da música. E são os cantores e compositores que estarão sempre eternizados nas três letrinhas M.P.B... seja nas vozes, linhas ou melodias, lá estarão eles, sendo cantados, reproduzidos por vozes normais, afinadas, desafinadas, doces ou de garganta rasgada.
Como essa gente sabe falar mais que nossa a capacidade humana de nos expressar? Eles devem vir de outro mundo. E volto a me perguntar: De onde veio a Alma de Caetano, Gil e a Linda e sempre Gal? O Chico Buarque deve ter vindo de outras vidas para chegar a essa essência de unir Construção e Cotidiano para expressar nosso dia-a-dia. O que será que será, Bette?
Acho que é por isso que Jenny usa sempre uma música para cada momento, essa gente se comunicou antes obviamente e disse o que cada mortal quer dizer ou ousa sentir. Tigresa, Same Mistake, Carvão, Ainda bem... acho legal sempre viver numa trilha sonora.
Faz me sentir numa novela, e eu, a protagonista da minha vida, contracenando com o par ideal. A mocinha, a vitoriosa, a mulher que das cinco letras se torna a B.E.T.T.E.
E a música surge em meio disso sempre com um tema.. aquela, a outra, a nossa, a dela...
E eu agora falo de uma música clássica aos meus ouvidos, linda de pedra, uma delícia de melodia, mas que possui uma letra profundamente saudosista e incomunicável e que poucos devem saber o que é um Drão.
"O amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar n'algum lugar
Ressucitar no chão"
E eu me lembro das palavras dela: você precisa morrer para nascer novamente, como uma semente.
Não digo que nosso amor é uma ilusão, mas é uma semente que está sempre crescendo e desabrochando, brotando da terra, morrendo aos poucos. Se tiver excesso de dor, também tem água, seja lá se é frio ou sol, dor ou alegria, já entendo e canto nosso sentimento como um Drão, serve para crescer, formar uma raiz e prender-se ao chão e quando se está preparado para germinar, eis que vem a natureza da terra ou do homem para nos tirar de onde achamos que era bom.
"Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Entende-se infinito
Imenso monolito
Nossa arquitetura"
Eu estou muito cheia de entrelinhas, incógnitas em minhas palavras. Vou falar agora claro, ela me falou ontem: não suporto mais viver aqui, vou voltar ao Brasil em MAIO.
É maio, eu li direito? Eu volto do Brasil, decepcionada em ter visto que nada é mais como eu achei que fosse, e quando resolvo adotar um novo chão, enfim fixar minha raiz e dar fruto a outras sementes, ela diz, vou embora. E mesmo antes, todo esse ciúme desmedido quer matar a semente que ia viver pouco.
É por isso que eu canto mais profundamente:
"Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminha dura
Cama de tatame
Pela vida afora"
E se ela me aceitar quando retornar, viveríamos somente 2 meses, tempo que uma plantação de arroz ainda não teve tempo de se preparar para uma nova colheita, um feijão já cresceu, um caju ainda não saiu, um morango nem vingou.
Por isso eu escrevi seu próprio nome num caroço de arroz, e com a ajuda de um artesão mexicano que me deu a honra de mexer em sua arte e dar a mim própria a caneta e escrever suas também 5 letras J.E.N.N.Y.
Fiz questão de não colocar o apelido que te chamo de apenas duas letras, pois quero que carregue esse caroço de arroz colocado impecavelmente num tubo minúsculo em meio ao um óleo raro que preservará intacta por 3 anos essa pequena semente de arroz que poderá semear com qualquer pessoa que te chamará a princípio pelo teu nome.
Ao outro lado o artesão desenhou dois corações, um deles é o meu que com o líquido tirará em pouco tempo a caneta vermelha escolhida para se apagar com menos de meses.
Eu espero que leve essa semente e você plante em algum lugar, e que dessa vez não se torne uma ilusão, fruto de uma intempérie que um dia nos uniu e noutro irá nos levar para um novo chão.
"Drão
Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há
De haver mais compaixão
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre nasce trigo
Vive morre pão
Drão, Drão"
Te amo!
"OS PECADOS SÃO TODOS MEUS...DEUS SABE A MINHA CONFISSÃO"...
Bette,
e obrigada Gil por essa letra...
2 comentários:
è não podemos viver sem musicas.
e sem a pessoa que amamos. :/
vc escreve mtu.
oxi, obrigada pelo elogio, pelo menos pra escrever eu sirvo... Olha que depois disso já me vejo num alto da montanha, com um PC mini na perna, escrevendo e vivendo como monja..rs. pois relações não são bem comigo.
Bette.
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