Nunca fui tão boa em literatura. Mas sempre fiquei na memória um verso. Enquanto meu professor dizia que eu escrevia sempre numa escola passada a matéria, o tempo me deixou presente ele.
Vou-me Embora pra Pasárgada de Manuel Bandeira... e com a ajuda dele, vou explicar minha tristeza, e julgo que seria melhor também vocês morarem lá.
"Vou-me embora pra PasárgadaLá sou amigo do rei. Lá tenho a mulher que eu quero. Na cama que escolherei. Vou-me embora pra Pasárgada. Vou-me embora pra PasárgadaAqui eu não sou feliz. Lá a existência é uma aventura. De tal modo inconseqüente. Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente. Vem a ser contraparente. Da nora que nunca tive."
Hoje estou triste. Minha melhor amiga do momento começou a namorar. Não entendo porque esse ciúme todo, mas o fato é que estou a lamentar. Tudo irá mudar.
Eu me julgo alguém incapaz de ser rainha aqui. Só me aparecem viciadas, loucas mais que a rainha de espanha, amores virtuais, santas que comem maça e acabam a relação... Minha sorte é tão estúpida, não acham?
"E como farei ginástica, Andarei de bicicleta. Montarei em burro brabo. Subirei no pau-de-sebo. Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado. Deito na beira do rio. Mando chamar a mãe-d'água. Pra me contar as histórias. Que no tempo de eu menino, Rosa vinha me contar.Vou-me embora pra Pasárgada".
Eu precisava mesmo amanhã passar o dia fazendo ginástica, me sentiria menos feia. Montar num burro que me jogasse ao chão e me chamasse de lagartixa. Se a mãe d'agua fosse gostosa, com todo respeito, faria amor com ela a noite toda, porque estou tão carente, que só ela iria conseguir me completar...
"Em Pasárgada tem tudo. É outra civilização. Tem um processo seguro. De impedir a concepção. Tem telefone automático. Tem alcalóide à vontade. Tem prostitutas bonitas. Para a gente namorar".
Imagina uma prostituta como Julia Roberts toda para mim? Numa civilização sem preconceito?
"E quando eu estiver mais triste. Mas triste de não ter jeito. Quando de noite me der, Vontade de me matar— Lá sou amigo do rei —Terei a mulher que eu quero. Na cama que escolherei. Vou-me embora pra Pasárgada".
E me encontro agora num quarto quente, sem ventilador. Num verão dos infernos. Apenas com a vontade de desaparecer, sem rei ao meu lado, num modo triste que não tem jeito.
...Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90.
vou mesmo pela segunda vez a pasárgada, nem sei que me fez de lá voltar...
Todos continuam a viver suas vidas, e eu aqui nem sei com quem contar... Deixo como testamento, meus versos sem rima, para algum cantor algum dia rimar... Será quem ela vai notar que fui morar noutro lugar?
Bette.
6 comentários:
Oi Bette,
Tenha calma, uma hora ela vai notar q te perdeu.
Bjs Naná =)
Bem, mas é amizade. Nem sei porque fiquei assim. Na regra geral, isso não era para acabar relacionamento, eu acho...
mulheres, hormônios, pressões...tempo.
APhe marria..
Bette.
Será que é só amizade mesmo? Ninguém se abala assim por uma amiga...
Sempre Alice jogando seu veneno..rs. Lembra da nossa relação, como tudo começou assim? mas, olhe, eu quero mesmo que seja amizade, portanto, não espero outro caminho.. ok?
Só pra constar, não foi eu quem comentou! Foi outra Alice! Tsc tsc tsc... presta atenção!
Alices, ambas as duas. perdão por confudir uma séria Blognauta com minha amiga cobríssima alice..rs.
Eu devia mesmo tá cega...oxi, que esses sentimentos malucos noturnos me deixam mal.
bjus a todas.
Bette.
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