Os 5 continentes. Milhões de mulheres, cerca de um bilhão de pessoas vivem espalhadas a procura de algo, e eu, só procuro a minha cultura de mulher.
Hoje fui a um restaurante chinês.
Adoro sair de dentro de um país, abrir a porta e entrar noutro. (Apesar de não ter achado graça nenhuma em comer algo não comestível no restaurante indiano). Continuo a minha saga!
Comer é uma forma simples de absorver um pouco de cultura.
Consigo me inspirar até, sentada na mesa tomando um porre de coca-cola com aquelas coisas coloridas.
Vejo saindo de mim uma socióloga de mesa de bar...rs.
Analisei aquela roupa cafona das senhoras me servindo e a mini-saia saída de um episódio power range da “chinoca” filha dela, que pedia para ir em algum lugar que eu não “mandarinho” entender.
Olhei que a idade separa mundos. Assim como o tamanho dos panos.
Me lembrei que dormi um mês ao lado de uma Coreana, que pernas lindas e cabelo suave. Lindíssima, mas eu nem me animei.
Como já havia dito, existem dois Mundos. E não falo de Ocidental e Oriental.
No Mundo real, eu me deparo na Europa. Um lugar que mesmo o sol começando a chegar e as pessoas troquem o preto pelo estampado, o colorido do sol que elas pegam na praia, não muda suas faces, sua espontaneidade. Não há como generalizar, mas há diferenças. Mesmo que minha espanholita me diga que não, me beijando loucamente nem ai se eu era a primeira mulher dela.
Graças a nova geração vejo o verbo “eufeliz” mais incutido nas mulheres, e uma graça especial.
Não sei falar de toda cultura. Só acrescento a russa que quase me beijou no banheiro tentando me desviginar.. Ou, aquela aluna dos EUA que me perguntava sem parar como fazer para ir no Shopping ou a boite Lez.
O fato é um. Quanto mais eu me aproximo de culturas de mulheres, sinto mais falta de CASA.
Nem digo que aqui encontre algo de mais familiar naquelas peruas brasileiras que vi hoje na praia, com o biquíni dentro da bunda quase evidenciando o ditado importado de que brasileira só é bunda ou puta. Nojo!
Aphe...Acho que até elas e eu, ficamos diferentes aqui, falta o riso tropical. Sinto-me estranha, aculturada, fria, cadê meu sorriso que não é amarelo?
A inglesa que cruzou comigo na rua pedindo a informação no seu próprio país, me fez mesmo achar que eu não sou mais eu. Vendi minha identidade. Por favor tragam-me novamente para mim, meu CPF é 95090...
Semana passada quase encontro algo de igual. Dancei com a africana o Kizomba, e quase esqueço do chopp a minha espera na mesa do bar. Ela tinha alma brasileira...
Percebi, que sinto falta de uma mulher, ou quem sabe várias, que fale a mesmo língua que eu...
Até conheci uma portuguesa, lindinha toda. Se tivesse em outra época, iria até deixar ser colonizada e cantar de índia no "sítio (lugar em português) onde ela morava".
Mas, mesmo que ela fale a mesmo “língua”, linda Sophia, devo explicar a ti, a mim e a todas qual é a cultura de mulher que procuro...
Queria um pouco de nordeste numa mulher, a tal hospitalidade, e o sotaque cantado. Queria um meio axé e sensualidade baianesa. Um momento largado e inteligente paulista. Um Uai mineiro e um comer quieto. Uma marquinha de sol e samba originais do Rio. Uma lembrança meio sem lembrança de uma mulher brasileira que tenta falar de futebol. Um sorriso piauiense da terra do calor. Do nariz mais lindo que já conheci da mulher do Espírito Santo. De uma comida feita por uma maranhense que me chamou de “fia”. Da força cearense e o modo simples de encantar turista. Da diversidade pernambucana com um ti-tu-te. Da forma como o paranaense conta uma história um modelo europeu brasileiro. Do chimarrão que molha a garganta daquela sulista que me disse seu nome meio embreagada. Da não politizada brasiliense. Da vibração e orgulho paraense. [Da mulher linda de Goiás, que os olhos de Shane disseram ver por mim]. De todas aquelas que desfrutaram um pouco do "pulmão do mundo-amazônia", e certamente me faria respirar melhor ao lado delas.
Se me esqueci de alguma mulher, fale um pouco da sua cultura, para eu também ter saudade dela.
Quero uma mulher que me lembre como é bom ser brasileira!
Bette.
6 comentários:
bette, sinto sim o que é isso. A minha mulher me abandonou, voltou para Brasília, e agora, 1 ano só, vejo que apesar de morar num país livre (Inglaterra), sinto que falta a liberdade brasileira.
Um dia achamos alguma imigrante perdida por aqui e deportamos ela para dentro de nosso apartamento!kkk. Aprendendo a fazer piadas contigo.
A Paulista é tudo e um pouco mais... huahaua.
Realiza uma mina que detona! Essa é a cultura que a bette procura.
Me Candidato!
Marinaserra@...
se te contar que a Tina foi a primeira paulista que me viciei, tu vai saber que eu sei do que esse povo é capaz.
Agora, saiba que, deputada que se canditada sem número, eu não posso votar..kkk. Você deixou seu e-mail pela metade.
Catarina, não se sinta abandonada. Tenho duas roupas da imigração, vestimo-nas e vamos prender as mais-mais brasucas que descerem do avião das 6:40. uiiiii...
Bette.
Mais alguma cultura?
Além do "fia" da maranhense tem tbm o famoso "ei,pequena".
Mto bom o texto Bette!
bj
Shane
Então, graças a Shane, vou acrescentar ao texto, a mulher de Goiás que a Shane beijou.
Obrigada pelo elogio. O que não faz a falta de amor. Já diz o poeta: amor rima com dor. Falta ou excesso de amor, poesia!
Bette.
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