Lezies visitantes!


Lezies Count

terça-feira, 12 de agosto de 2008

E chegou a hora da despedida...Bette e Tina separadas por um oceano.

Em um dia de outubro recebi a tão esperada resposta, havia passado, iria estudar noutro país. Eu queria muito, eu só pensei no fato de que estaríamos distantes uma da outra.
Dias depois ela fez aniversário, nem pude passar muito tempo com ela. Já havia vendido meu carro, não podia mais beijá-la no banco abaixado. Tinha que comprar roupas, fazer exames, organizar meu trabalho. E o seu presente dela não foi comprado como algo especial. A noite de seu aniversário terminou sem o famoso beijo e a noite de amor.
Acho que era frustrante para ela me ver partir e não poder me ter. Eu tentava organizar o tempo, mas só tinha uma semana para tudo. E não suportava mais minha família pedindo minha atenção.
Estava meio anestesiada, nem havia percebido a dimensão de tudo, nem compreendi por que ela chorou tanto ao me ver partir.
A última noite foi a pior em que poderíamos ter, era dois dias para viajar e eu estava tão cansada que dormi depois que ela me deu o prazer, e quando acordei, era hora de correr para conseguir chegar em casa antes de o sol nascer.
Pode dizer o que ela tiver de dizer, mas temos de ter nossa última noite. Eu devo a ela uma noite digna, ela merece a melhor noite que eu poderia dar a alguém.
Mesmo se voltar só daqui dez anos, seja com quem ela estiver, um dia roubarei-a para mim, e despedirei-me dela.
No dia de minha festa de despedida, quase não tive próxima dela. Ali havia minha família que julgava-a lésbica e eu sempre a negar.
Ela foi com um amigo nosso para simular algum compromisso. Ela estava linda, queria-a beijá-la na boca e pegar nos seus cabelos lisos. Mas, acho que nem um abraço apertado dei. Como pude ser tão idiota!
No aeroporto foi o nosso último momento juntas. Eu pedi para que ela não fosse, pois não queria que minha família a visse novamente perto. Mas, ela foi, e no fundo sabia que o que mais queria era vê-la lá.
Estava ela e nosso amigo confidente. Ele filmou-nos, e depois de alguns meses recebi as imagens, e só pude chorar ali...
Chorei o que ela chorou ao me ver partir, ela estava chorando como se nunca mais fosse me ver, e eu estava séria, anestesiada, olhando para tudo, com um medo do novo e já com saudade do meu passado, mas silenciosa, sem demonstrar nada.
A porta de acesso aos passageiros se fechou, e vi-a pela última vez em lágrimas.
A viagem demorou mais de 10 horas, cheguei e só pensava em falar com ela. Durou cerca de um dia para dizer que estava bem. Dias depois quando consegui ligar, escutei sua linda voz espantada e quase chorosa.
Era agora um computador que nos unia. Algumas vezes olhamo-nos pela web que sempre dava problemas, o chiado do microfone e as várias horas de diferença me deixavam cansada daquela forma de estar. Tinha que ficar altas horas para conseguir encontrá-la, e tiveram noites que nem ela conseguia esforçar-se para conseguir um espaço, ou eu já estava a dormir.
Com o excesso de estudo e o novo trabalho, ficamos uma, duas, e até mais dias sem nos falar. Ela sempre gravando coisas emocionadas. Mas chegou um dia que pedi para não mandar mais. Bastava! Tudo aquilo estava me deixando louca e triste. Chorei várias vezes até ir ao chão, ficava abraçada forte com sua foto.
E estava cansada da solidão, não conseguia não ter família, não ter a química com alguém. Queria ter alguém para abraçar, para falar a noite. E com o tempo, já pensava que não seria mais ela.
Entrei em um site de relacionamentos. Fui falar com mulheres. Era a primeira vez que me via naquele tipo de espaço a caça!!! Achei tudo muito estranho, mas mesmo assim fiz o “tal sexo virtual”, o que a solidão e o tempo não fazem...hehe.
E estava ela do outro lado do oceano, triste. Mas sempre julgava-a numa melhor situação, ela tinha o abraço e a voz das pessoas que conhecia, podia desabafar quando quisesse.
Então chegou um dia que resolvi procurar um namorado. Namorado? Sim, namorado.
Acho que toda vez que minhas relação com as mulheres não dão certo, eu tento me heterogenizar novamente...
Disse a ela que tinha um encontro marcado com um rapaz. Na verdade me encontrei com um, dois e três. E nada de acontecer aquela química.
Na verdade, depois que comecei a sentir os relacionamentos com mulheres, sei que não se tornaria fácil conseguir ver um homem interessante. Parece que o grau de expectativas aumentam, você seleciona mais, você se entedia mais rápido, olha para a forma como ele faz as suas estúpidas cantadas, e se ousar beijar e não tiver a química, já sabe: vai se apaixonar e sofra meu bem...
E foi assim que estiveram os três rapazes, ou nem tão rapazes, pois como estava cansada dos “pós-adolescentes”, tentei ver se a maturidade me fazia encontrar um homem mais interessante, que conhecesse uma mulher como uma mulher conhece a outra, ops... não era fácil.
Ela sempre estava com ciúmes, mas me deixou tentar os homens, já que mulheres era longe de questão.
Um dia de novembro estava por mais de um mês distante, já não suportava mais a solidão. Conheci um rapaz, conversamos por algumas noites na Internet, fomos nos encontrar. Já havia me esquecido como era o meu tipo de homem. Eu antes de conhecer minha primeira mulher namorava com um homem alto, intelectual, vestia-se bem, falava numa cultura acima dos demais homus erectus, e era o tipo de homem que namorei por 2 anos até ele me trair, e de fato acho que isso foi um meio para que eu ficasse só, e a minha primeira namorada tevésse fácil acesso a uma mulher insatisfeita com os homens.
Então, estava lá com ele, conversamos, e ele conseguiu algo inacreditável: me deixar com aquele desejo de quero mais, tivemos um longo affair no banco traseiro de seu carro.
Contei a ela, e sei qual deve ter sido a feição que ela deve ter feito. A mesma que ela fazia quando eu falava de um homem ou mulher interessante.
Alguns dias depois estava na cama do rapaz. Tivemos várias outras noites e um dia estava a ser namorada de um homem. E o diferente de tudo, é que ele conseguiu me fazer gostar.
Eu contei a ela. Acho que nesse dia ela deve ter sentido um enorme ciúme, mas não maior do que ela viria a sentir no futuro.
Como já disse, tento sempre negar que sou lésbica. Deve-se ler minhas palavras e pensar: essa é o tipo hipócrita de lésbica que se esconde nos seus armários e fala mal das mulheres que tiveram a coragem de sair, de viver sua liberdade, amar sem medo. Talvez sim!
Mas, queria ter coragem de viver tudo que tenho aqui dentro. E isso diz respeito ao tempo que tive com meu novo namorado. Depois de um tempo, já não suportava mais segurar minha sexualidade. Queria novamente uma mulher, apesar de gostar de estar com ele.
E, eu precisava dela, mas ela estava tão distante.
Acho que até hoje ela não compreende minhas atitudes, nem acho que nunca ninguém vai me entender. Mas, eu digo que me segurei o quanto pude, até não suportar mais.
Depois mesmo namorando outro alguém, completamos 1 ano e dois meses juntas.
O que me segurava era a esperança de ir em Abril desse ano de 2008 ao Brasil. Mas estava próximo, e eu não tinha dinheiro nem tempo para está novamente nos seus braços.
Os planos das 2 noites inesquecíveis quando chegasse estava me deixando frustrada. Pedi para terminar. Já não tinha condições de suportar um namoro a distância. Eu sabia que ela era a mulher de minha vida, mas precisava sentir novamente o carinho feminino, duas peles sensíveis a se encontrar.
Os planos de conseguir viver no futuro em outro país que nos permitisse casar estava ficando cada vez mais longe. As vezes pelos meus sonhos de ter a tal família coca-cola, outros, por que não queria enfrentar as pessoas... E ela estava ficando cada vez mais distante.
Nosso relacionamento estava afundando como o Titanic, começando devagar e quando menos esperamos... Quando menos se espera, eu tomo uma atitude que surge como um acibergue em nossos sonhos, e acho que até para mim, que como sempre, faço as coisas e vejo que não estou preparada.
Procurei uma garota, marcamos um encontro. Foi lá na boite gay que nos beijamos e fomos terminar na casa dela. Podem acreditar, mais eu ainda tinha dúvida de que não conseguiria está com uma mulher sem ter construído um sentimento. Achava que só era uma questão de me apaixonar por minhas amigas... Mas, ora estava eu na primeira noite a transar com ela.
Eu parecia está possuída. Eram aqueles desejos que segurei por 4 meses. Ela, a Tina vai me dizer que suportou muito mais, e até suportaria anos a minha espera. Mas, eu sou a Bette, e não sei como consegui suportar 132 dias..ual!
A noite foi longa, não dormi nada. Em certas horas que aquela mulher de minha mesma nacionalidade falava o meu idioma, e suas palavras em meu ouvido iguais a de Tina, pedia para silenciar, era como se viésse a culpa ali, a me perguntar por que não era a pessoa que amava que estava a me entregar.
O dia chegou, e eu fui acordada por uma mulher que na primeira manhã dizia que me amava e queria namorar. Mulheres, corram! Esse é o tipo de mulher que não podemos chegar perto. É o que chamo de carente e grudenta. Eu até poderia ter me apaixonado, mas depois que todo aquele fogo acabou, não conseguia sentir desejo por ela, estava a beijar uma mulher que não gostava, e isso no meu mundo gay é algo muito difícil de se fazer, acho que é como se virasse nessa tal hora hétero e me brotasse um nojo.
Fui direto para o trabalho. E quando saí, peguei o telefone e contei o que me havia acontecido. Acho que na minha história gay, meus relacionamentos acabam por causa de minha sinceridade e do tal TELEFONE!
Tudo culpa do telefone, que depois de atendido e passado minha voz, e estão a acabar comigo. E, eu estava sem minha Tina.
Mas acreditem, prefiro perder do que esconder, sou uma péssima mentirosa, mesmo que as vezes seja uma boa atriz.
Foi nesse dia que ela sentiu o maior ciúme que já tinha sentido.
Depois fui saber que ela chorou, sofreu, ficou aos pedaços. Eu chorei também, e mesmo assim fui encontrar novamente a mulher.
Depois de uma semana sem conseguir falar direito com ela, estava perdida. E na exata hora que estou mais perdida, são os melhores momentos que eu assumo a ponta que puxa o barco para baixo. Em menos de uma semana havia acabado com minha namorada e como não estava sendo justa com meu namorado, também acabei com ele.
Ok, a senhora sinceridade, e burra!
Estava só. Fui procurar a tal mulher, era mais uma união sem sentimentos, que pelo menos era um corpo de mulher.
Eu havia feito tudo errado. Ela estava de outro lado do oceano sofrendo. Não acreditava que nosso namoro de fato teria chegado ao fim.
Passei algumas semanas depois só. Passei meu aniversário só. Uma mulher que tinha um namorado e uma namorada estava só em um dia especial. Não sei lidar com minhas escolhas, não sei medir o tamanho de meus sentimentos e minhas ações estão todas fora de foco. Queria sentir novamente uma mulher em meus braços. Era para ser ela, mas como não a tinha, tive algumas noites, 4 noites sem gozo.
E ela decidiu mudar suas atitudes. Ela estava pronta para ser uma mulher em que não precisava mais se guardar para alguém. Ela queria ter outras mulheres. Ela havia me dito que eu seria a única, e agora já não era mais assim.
E então Tina e Bette se separaram. Depois de um tempo evitando-nos, abrimos o jogo, nos amávamos. Mas tudo estava estranho. Nem sequer podia falar de minha vida, nem sequer podia contar como me sentia com as novas pessoas. E cada dia nos perdíamos mais, e a única coisa que nos uníamos ainda, que era a nossa amizade e cumplicidade, já não tinha lugar.
E Tina estava vivendo agora sua vida, em algum tempo as estações mudaram.
E chegou um dia em que ela também ficou com outra mulher. Era a minha vez de sofrer o gosto amargo de ver sua mulher com outra... mas, isso é para outra “história”.

Próximo post: E Bette vive suas outras aventuras, até procurar novamente a Tina!

Nenhum comentário: