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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Bette namora a sua Tina...

Estava namorando alguém pela segunda vez. Tudo começou no dia 25 de novembro de 2007, foi o dia em que a pedi em namoro.
Era um relacionamento com alguém que descobriu o sentimento por sua amiga, que começou devagar a sentir minha presença como mulher, e que em uma semana de beijos e abraços estava por chamá-la de minha namorada.
Ela era realmente a Tina, a Tina mesmo, e não é toda mulher que tem o privilégio de ter alguém como ela ao seu lado, por ser sensível, o meu porto-seguro, minha amiga e companheira. Quanto sinto falta dela, mas isso é outra história, para o dia em que o destino fez separar-me de Tina!
Era aquele tipo de pessoa que sempre poderia confiar e até hoje confio, mesmo não estando mais juntas em presença e convenções.
Alguém que por sua lealdade e devoção ao que sentia por mim, era capaz de esperar horas até a minha chegada, alguém que apanhava flores nos jardins para me dar e que me tentava dar todo o prazer que podia. Ora mulheres, essa mulher é o romantismo em pessoa, e deveria se vender no shopping!
Mas, não, ela não é igual, não há como ela por ai, e acho que é por isso que me sinto tão perdida atualmente, sem conseguir possuí-la novamente, por ter outras mulheres e depois que o sexo acaba, vira-se para o lado e me sinto novamente vazia.
O fomoso “dormir de concha” com outra pessoa não tem sentido. O carinho e o conversar no ouvido não consegue ser da mesma forma. Abro um parêntese para dizer: Por isso se você quiser encontrar uma Tina, teste se ela vai virar para o lado depois que o ritual acaba, veja se vai fazer como os jurássicos Homo humus Erectus que hoje chamamos de “namorados”, e o pior, ainda há mulheres que querem se comparar a essas pessoas que não acompanharam a evolução, e continuam a agir como primatas... Mas, voltemos...a evolução dos tempos, ou melhor de meu relacionamento.
A primeira vez que os carinhos ficaram mais fortes, foi ainda antes do tal pedido oficial de namoro. Era a primeira vez dela com mulheres, mas ela se permitia viver um sentimento sem olhar para as objeções. Coisa que eu não conseguia fazer, e acho que até hoje ainda não aprendi bem.
Ficamos várias e longas vezes no banco de meu carro, foi lá que descobri os pedaços de seu corpo, e lá onde ela ousou pela primeira vez penetrar sua mão em mim.
Como já havia dito, eu já tinha feito sexo e já tinha feito amor, mas não me permitia sentir prazer. Conto aos dedos de uma só mão as vezes que um homem me fez gozar. E a minha primeira mulher apesar do imenso sentimento que tinha por ela, não havia chegado ao final.
Com o tempo ficou cada vez mais complicado deixar alguém me tocar, achava-me frigida. Mas da forma que ela me tocava, fez-me sentir o ápice do desejo, minha pele a tremer por alguns minutos abraçada a ela. E isso se repetiu-se por várias vezes, apesar de meu excesso de trabalho e tudo ter perdido qualidade, foi muito bom. Relembro com saudade as tardes de sábado, o nosso inesquecível ano novo, aquele driving com ao som de Oceano, os reencontros depois das viagens...
Tivemos momentos de paixão, de prazer e de algumas brigas. Quase sempre brigávamos por eu ser uma pessoa difícil de aceitar a minha escolha. Terminamos 2 ou 3 vezes por isso. Sempre policiava-a para que não tocasse em mim e nem falasse perto quando estávamos na rua, eu as vezes fugia de meu controle por sempre me ver perseguida. Foi numa dessas situações que tivemos uma terrível e acho que mais lamentável briga, pois disse coisas tão desagradáveis a ela. E como sempre, as minhas mulheres me dão a melhor resposta que alguém como eu deveria receber: o silêncio!
Como já disse, para mim, o silêncio é pior do que um insulto verbal ou físico.
Bem, no primeiro mês fomos comemorar “em grande”. Num motel que não era o que eu sonhava, mas o que o dinheiro antes do final do mês me podia permitir. Tivemos uma noite regada a fantasia, mesmo que ela não tenha conseguido dançar da forma que desejou, já valeu por tê-la visto a minha frente a receber um cordão que depois de alguns dias se perdeu.
Nossa união foi cheia de descobertas, tinha eu tido muito mais experiência e pessoas que ela, e acho que sabia onde queria chegar com meus toques e carinhos. Ela aprendeu a tocar uma mulher, e um dia deixou-se experimentar meu corpo com sua boca. O primeiro dia que ela sentiu o gozo chorei ao vê-la sentir uma coisa que nunca tinha antes vivenciado, as vezes eu nem acreditava como uma pessoa de 24 anos nunca tinha sentido aquilo, mas acho que foi também por isso que me sentia responsável por ela. E serei para o resto da vida.
Eu digo que sou responsável por ela, por ter a iniciada, por ter dado o seu primeiro gozo, e por ter sido a pessoa que ela mais tempo namorou. Eu acho que sempre estaremos ligadas por esse sentimento de reconhecimento e cumplicidade. Eu sempre amarei-a seja com quem estivermos, seja o que for ouvir de sua boca, seja qual a dimensão de nossos sentimentos por outras pessoas, sempre ali vai existir no nosso mundo paralelo a Bette e Tina.
Ah, o tal mundo paralelo! Esse mundo, muitas vezes ela não queria fazer parte. Acho que algum dia ela iria dizer em praça pública que me amava, e eu não sei o que faria. Mas, como vivíamos no Brasil, e naquele fim de mundo, não daria para fazer mais do que viver em quatro paredes nossos momentos de amor.
Acho que uma prévia do que seria viver com ela, fora do tal mundo paralelo, foi quando fomos à semana de congresso.
Foi como se depois de quase 10 horas de viagem de ônibus, tivéssemos entrado em um outro planeta, chegado a um lugar onde não me preocupava com meus alunos, meus amigos de trabalho e minha família.
O primeiro dia que estivemos lá foi a minha primeira vez a uma boite gay, e lá, depois de algum tempo pude dar meu primeiro e demorado beijo sem as quatro paredes e o silêncio. Beijei minha mulher na frente de todos, devia ser uma cena linda ver duas mulheres atraentes a desejarem-se em carne e sentimentos. Uiii!
Nossa volta ao quarto foi como se tivéssemos anos sem nos encontrar, aquilo tudo parecia um sonho, apesar de que em meu sonho a cama não deveria de ser tão dura e pequena quanto aquela.
Mudamos de quarto, uma cama maior, e ali tivemos mais momentos inesquecíveis. Se ela não tivesse levantado no meio da noite para comprar água, acho que não sobreviveríamos a tanto desejo e sede.
Aquilo durou só uma semana, não vou dizer que foi perfeita, pois odiei esperar tanto tempo ela a tomar banho e se maquiar, mas pelo menos conheci a minha namorada como uma vida de casal, a dividir um espaço dia e noite, e acho que foi tão bom que por isso invejo aqueles que podem viver isso. Querer nem sempre é se libertar!
Voltamos de viagem, nos amamos, conversamos. Houve um tempo que achamos que estávamos a nos resumir a sexo, outro que tínhamos só amizade. Noutras vezes acabei com ela por achar que tinha de acabar por ela ser uma mulher.
Aceitamos ter relacionamentos com homens, isso era doído para ela. Eu queria sempre está provando a sociedade a mulher que gostava de homens. E ela saber que me deitei com um homem, fazia-a sofrer muito.
E eu realmente tinha uma mulher diferente, era a minha Tina, e não tinha desejo por mais ninguém, quer dizer, podia se atrair, mas me tinha respeito e um sentimento puro.
Mas, eu... Veio aquele desejo maior por uma ex-aluna, por uma mulher atraente, e a possibilidade de reencontrar minha ex, e sempre a via sofrer. Acho que só a fiz sofrer, como eu sou complicada, mas sincera...hehe.
Acho que o interessante de nossa união é que não havia segredos. Sei que as pessoas preferem que não aconteça, e se acontecer é melhor nem saber, mas comigo, além de fazer, eu me sentia com a necessidade de falar para ela, desde o meu mais estranho ao limpo pensamento com alguém.
E nesse tempo inteiro eu descobri o amor, eu vi nos olhos de alguém um sentimento maior que pode se existir. Eu fui amada e amei. Na saúde e na doença lá estava ela. Me segurou a mão quando tomei soro, me olhou a noite quando estava cansada, me fez almoço para alimentar minha fome.
Fomos em todo esse tempo juntas companheiras. Não consigo falar de minha namorada sem falar de minha amiga. Poucas pessoas puderam ter essa união em uma mesma pessoa. As vezes perguntava-me se isso era ruim, já que nas vezes que terminávamos ou me chateava com ela, eu só tinha-a para contar o que tinha acontecido entre eu e minha namorada. Mas, isso assim mesmo era perfeito.
E não queria que nada tivésse mudado. Talvez eu teria a dado mais valor se tivesse que reviver a história, poderia aproveitar mais minhas folgas ou mesmo trabalhar menos, poderia ter dado flores a ela e dito mais vezes que a amava. Poderia ter passado mais noites, quem sabe noites inteiras sem ter que voltar para casa na madrugada. Poderia fazer amor a noite inteira como ela gosta, poderia ter me permitido mais e tolerado mais as nossas diferenças.
E tudo foi vivido intensamente até um dia de outubro de 2007. Ela foi minha mulher e não havia mais ninguém. A segunda de minha vida e mais duradoura.
Mas, chegou o dia que me deitei com outra, um dia em que não suportei a solidão e saudade e resolvi traí-la, mas isso é outra história, a história que começou com a notícia de que teria de ir para outro país, na época em que completávamos 11 meses. Era uma nova fase de nosso relacionamento em que não havia data certa para voltar aos braços de minha Tina!

“Assim que o dia amanheceu lá no alto da paixão, dava para ver o tempo ruir, cadê você que solidão... ninguém sabe o que eu sofri... (by Djavan – Oceano).

Próximo post: E chegou a hora da despedida...Bette e Tina separadas por um oceano.

5 comentários:

Oh, My Sweet Angie disse...

Muito bom o blog. Eu gosto bastante do jeito que a Alice escreve. =]

LEZ GIRLS.... disse...

E não gosta como a Bette escreve?kkk

LEZ GIRLS.... disse...

Nossa, a Alice agradece o elogio! Serve até como estímulo pra quanto suas postagens voltarem a entrar no ar. Enqto isso, fiquem com as fabulosas histórias da incontrolável Bette! ;o)

LEZ GIRLS.... disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
LEZ GIRLS.... disse...

Querida Alice, não sou incontrolável, você me conheceu pessoalmente e viu que sou uma mulher que apenas vive o momento. E isso não inclui estar somente com a pessoa que amo...rsrs. Bjus honey! Bom vê-la por aqui.