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sábado, 2 de junho de 2012

Quem era ela?!!


Foi pegar no teclado. Revirou um copo com quase nada em cima da sua agenda cheia de anotações estranhas.

Quase que para limpar um nada, distraiu-se e olhou à sua esquerda; dirigiu seus olhos para o quadro de recortes na parede.  Foi a primeira vez que notara que apenas pareciam um grande recorte de jornal, algumas figuras e reportagens até tinham traços dela; da infância até quem ela é hoje, mas ainda assim, não parecia verdadeiramente ela.

Virou para o outro lado. Foi pegar no canto da mesa uma garrafa, e percebeu que a garrafa parecia mais com ela do que aquelas próprias imagens e palavras cronológicas dela mesma.

Um vinho seco, numa garrafa meio vazia. Longe dos outros vinhos, sabendo apenas que um dia foi uva, processado, curtido, agora alimentado sem ânsia, apenas certo de que o tempo o iria tornar algo.

Deixaram o tempo fazer por eles o que são! Ela e o Vinho!!! Agora, mais maduros, sem queixumes, dramas e saudades.

Regozijou, com um sorriso no canto da boca!

Afinal, já não era mais igual ao passado, não se reconhecia..e o melhor, não havia saudade!!

E a garrafa imóvel ao seu lado tinha mais comparecência com o que ela é hoje, do que todo um reencontro de história contada do passado.

Não hesitou..Quebrou o silêncio do mundo dos outros, e não o dela, com o encher do copo. Quis talvez acabar com a divisão, ou a imagem meio inconsciente do meio vazio da garrafa. Não queria fazer naquele momento uma grande análise de algo que começara com a banalidade e talvez acabasse com uma perda de tempo a pensar numa época longínqua.

Acabou com a garrafa e os pensamentos!

O silêncio diminuiu mais uma vez mais com o som. Era antes do copo cair, o que ela queria fazer. Trocar o som em voz baixa dos seus pensamentos, por uma música!

Novamente o copo se encheu, mas Bette não assume que faltara qualquer coisa. Era gostoso poder lamentar da saudade de alguém distante, tragar uma fumaça de esperança: do quero encontrar! Mas, já não há...não há vontade de viver o passado.

É apenas natural o costume de não pensar no distante, some devagar até já não fazer parte de nós!!!

Continuo Consciente.. ou melhor, cientes de que era eu na foto, mas já não há o sentimento de pertença àqueles momentos.

Bette!!!
RSVP;)

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