Não é nada profundo. Afinal, falar de fragmentos, retrata que faltou profundidade... Uma inexistência de tantos detalhes e momentos, que se juntassem todos os pedaços de vidas e histórias vividas com outras pessoas, viravam uma só história, e nem ela seria, uma completa história.
Falava hoje com um amigo, que foi viver o seu resto de dia de fragmentos, mas deixou comigo o pensamento: Foram 6 anos de história, mas, eu já vi 6 meses de história que tiveram mais vida que os meus 6 anos. Não teve a viagem, não teve o sonho de futuro, não teve o presente romântico, não teve a mão no hospital, nunca aconteceu muito para além da cama, do telefone rápido e das contas não divididas.
No momento atual, reconheço que um "completo" de mim, e não parte, faz um irônico agradecimento por todo os fragmento de histórias que vivi, iguais aos do meu amigo. Quantos e tantos não já passaram pelo mesmo?!
Pelas migalhas que recebi, e os pedaços que me foram dados e que me levaram grande parte do que eu fui, hoje reconheço como um "muito", sendo capaz de uma soma exata e ainda cruél, de que mesmo com tantas migalhas, não bastaram por dar a mim, nem 10% de mim.
Pensamento irônico? Sim! E, é com esta ironia e justa causa, que percebo que na última história, e a atual, recebi tanto, que achei tudo tão completo, pois receber pouco durante anos, nos faz ficar miseráveis de carinho, aflitos por receber tanto..e, o pior, não merecedores!
Que estúpido, meus caros!!!
E, é daí que surge o caos completo, um efeito borboleta, que faz com que todas as relações, desde o bom-dia do café pela manhã, seja visto com desconforto. Que a beleza de um dar a mão para alguém atravessar, se resulte na questão de troca, afinal, algum fragmentado não ajudou, logo, eu também não irei fazer nada..mover uma santa palha do meu ser..por nada, porque eu não recebi!
Mudemos esta curva, e criemos uma nova curva Sigmóide!!
E eu mudei!! Ou simplesmente, permiti!
E foram tantos mais telefonemas, mais viagens, presentes, surpresas, lágrimas e cumplicidade, que percebi que na verdade eu estava mesmo era acostumada a pedaços, e aquela pessoa que tentava me dar tudo que ela tinha, caso eu não fizésse nada, eu, uma pessoa tão cheia de pedaços e fragmentada, não mereceria ela.
E, questiono-me: se eu dei algo, mais que pedaços, para aqueles que me deram tão pouco?
Sim, eu dei. Sempre fui intensa...Sempre fiz surpresas no dia do aniversário. Imaginava dar tudo que tinha, desde A de amor, ao $ do pouco salário para comprar uma garrafa de vinho.
Mas, elas eram já pessoas, que deviam ser tão fragmentadas de outras vidas, que ou não souberam, ou não quiseram dar. Pois a miserabilidade do romantismo é mais asquerosa que a da ganância.
Estou adaptando-ME. Não há reuniões para fragmentados?! Não... Mas, já ajuda uma conversa reflexiva.
E então: vais te contentar com fragmentos, ou vai mudar?!
Aproxima-se mais um ano de vida, e neste saudosismo mesmo que da raiva de ter recebido tão pouco de uns, que ficaram pequenos fragmentos tão pequenos, que
Para o meu grande amor... Cristal!!!