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segunda-feira, 9 de junho de 2014

Tentativas

Tentativas (1, Assina - Tristão de Andrade.); Eu julgava que depois daquele jantar as coisas tivessem mudado, que tudo começasse a ser diferente e que tu me olhasses com outro cuidado. Escolhi a ementa com muito amor, fiz-te beber de mim e sentei-te à minha mesa. Queria tanto um fim cinematográfico mas equivoquei-me. Rejeitaste as minhas ofertas, os meus sabores e partiste sem dizer nada. E eu? Eu fiquei sozinho sentado naquela mesa onde estava a tristeza derramada em cima de uma toalha manchada. Tentativas (2, assina Bette); Anos dormindo em cima de toalhas manchadas, solidão é parceira de quem um dia amou tanto alguém e nem um adeus quis dizer. Em vez disso, disse que morrera enquanto estava comigo, com um certo gozo tamanho da nova vida que o destino lhe escrevera. Rasgou-me como papel riscado, não se importou com o meu sofrimento, colocou-se como muito boa por ter estado ao meu lado, como se eu não tivesse lhe dado nenhuma alegria. Sr. Tristão, como te compreendo! Bette.

domingo, 8 de junho de 2014

Casas vazias..

Há quase um ano, casa vazia, o som da geladeira.. ensurdecia, barulho constante, envolvido ao, também constante, barulho dos pensamentos, memórias, lágrimas no colchão...

Perto da porta, como férias de escola e cão que reconhece os donos, esperava o som certo do motor do teu carro.

Hoje, quando entro ou ausento, não ouço mais nada....o som da tv, diz o vizinho, ainda mais alto, não percebo. Músicas gritam, eu não entendo.

Não estou surda, certamente. Apensas estática, muda, sem vontade de ouvir. Já não sinto o chão duro, sentada no tapete vermelho. Vermelho, também não chama atenção.

Mudo móveis de lugares, compro móveis..e a casa ainda está vazia. Tão vazia, como eu. Sem sentimentos, expectativas.