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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

PROVOCAÇÕES

Estaria bem se fosse somente o nome de uma exposição de arte, mas não, lá fora, aqui dentro... em qualquer lugar temos mulheres testando sua fidelidade, provocando, tentando uma pobre mortal como eu.
Não sei se nasci para testes, sempre fui mal neles. Não tenho muito autocontrole, e depois que comecei a ter meu “gaydar” torna-se impossível não perceber os olhares delas. Aonde entro há mulheres me observando, algumas com suas calcinhas molhadas e o olhar sacana... Você pergunta o preço de uma cama; e aquela vendedora teve a coragem de me falar que a cama dela é de graça, nem acreditei!
Ainda sou uma lésbica romântica. Claro que tem dias que começo em um olhar e termino com as roupas no chão... Mas, pensando bem, a sedução demorada, o aperto de mão gelado, a construção do dia-a-dia e o abraço desconsertado é mais gostoso.
Eu lamento pela “brasileira” mas depois que fomos para cama no primeiro dia, ela perdeu a arte da dúvida, do incerto. Ela já não tinha o mistério, as linhas profundas do seu corpo já haviam sido desvendadas, e juntando aquele pedido de namoro no primeiro dia...sem comentários.
Sinto que tratar uma mulher como apenas uma transa é um pecado mortal. E meninas, não façam o mesmo!
Mas, apesar de ter tido meus desejos de uma noite com algumas mulheres, no momento que estive com elas, tratei-as como se fossem uma arte intacta, admirada, desejada e respeitada. E é paixão na certa, por mim claro..ui.
Lamento pelas mulheres que não foram tocadas sem todo o prazer, são as mesmas que acham que gozo e estrela cadente são coisas raras. Quem tiver esse problema, me chame!
As minhas provocações são também as mulheres que guardo aqui dentro. Em apenas um dia sou a Bette sensível de chorar de saudade por Tina; sou a Bette que se molha toda vendo a “policial” me pedindo carteira com aquele ar de autoridade; Sou aquela que tenta esconder seu lado gay e se beija com uma mulher na praça; Sou alguém que no mesmo momento que está traindo, tenta ser fiel.
Existem inúmeros tipos de provocações, tem dias que aquele chuveirinho do duche é uma delícia, o telefone, a Internet nos dias de solidão... Tem a vizinha, o filme barato e os meus próprios dedos...
Também tem países que a provocação se torna mais liberta, mas descarada... Mais gostosa. Foi assim nas últimas semanas no país mais Gay que visitei. Lá conheci algumas provocações, algumas Papis, Jennys e Max... Mas o que mais me provocou foi àquela mulher indecifrável que conheci no metrô. Não sei quanto tempo passei em frente a ela. O seu olhar profundo quebrou minhas pernas. Sentei desconcertada, fiquei em frente a ela admirando a sua beleza. E ela ficou me olhando, tirando minha roupa com os seus olhos. Sua cabeça girava de um lado para o outro, e eu... eu simplesmente fiquei parada, ela se aproximando e eu me assustando, ela falando com os seus olhos e eu sentido algo descendo entre as pernas, ela me encarando e eu trocando de cadeira... Um sorriso sem graça ficou no meu rosto, vi-a pela última vez descendo e me jogando um beijo. Eu realmente estou fora de forma, ela me assustou e eu não consegui fazer nada. Fazia tempo que alguém me fazia não ter controle da situação.
Pensar que você vai viver em um lugar que as leis permitem amar uma mulher, que as mãos dadas não serão censuradas, e que um beijo no final da festa ao meio da rua é algo normal. Me faz imaginar... Eu havia pensado em morar lá com Tina, mas pensando bem, vou viver lá sozinha e aceitar as provocações...kkk.
Eu já nem consigo terminar estas linhas, são tantas lembranças surgindo ao mesmo tempo, e uma carência supra. Compreendam que já são quase dois meses sem sentir uma mulher, acho que estou enlouquecendo...
Bem, mas fico por aqui, em minha eterna cadeira, só, com as lembranças, precisando controlar os meus desejos latentes, analisar o que eu realmente quero, e quando descobrir tenho duas escolhas: ceder a arte da provocação ou me entregar a só uma mulher.

By Bette!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Depois do beijo... A relação... Ops, o sexo!

Previously on The L Word Brazil:
* Alice dá o seu primeiro beijo gay
* Alice começa o seu primeiro namoro gay
* Alice vai à boite com Shane e identifica os tipinhos


Pois é, havia dado meu primeiro beijo na minha então melhor amiga e não conseguia ficar sem isso mais. A cada dia em que nos encontrávamos, os beijos ficavam cada vez melhores e mais longos.

Ela era danadinha. Sempre disse que ela era bisca. XD

Muita coisa girava em torno do sexo antes de rolar alguma coisa entre nós. Ela contava muita vantagem usando o sexo como arma, e eu era praticamente uma virgem. Sim, porque havia tido minha primeira relação sexual no mês de agosto, e a história aqui relatada se passa no mês de novembro.

Hoje me questiono como pude passar tanto tempo sem. XD

Pois bem, nem havia dado uma semana que nos beijamos pela primeira vez, e na bela terça feira ela entre nossos "besos calientes" ela pede pra beijar minha barriga. Logicamente que não deixei de cara! Imagina, mina tarada. Queria logo me passar sal e limão, tsc tsc tsc.

Não sei, mas ela tinha (e ainda tem) uma lábia que te entorta e por muitas vezes faz ceder. Ao menos era assim comigo. A cada beijo, ela insinuava que ia descer, e eu pegava sua cabeça e subia de volta pro meu rosto. Ela tanto fez que conseguiu beijar minha barriga por inteiro.

Quando estava próximo da "menina", mandei ela parar porque tudo estava indo rápido demais.

Ok. Assim ficou, mas sabia que ela queria me atiçar até eu não mais agüentar. E eu já estava assim mesmo, afinal, meses né querida? Realiza!

Na mesma semana nos encontramos novamente, e ela me levou à praia. Estacionou o carro entre duas barraquinhas e lá ficamos apreciando o luar. Lindo, não?

Mas não nos agüentamos muito tempo, e começamos os beijos incessáveis.

Percebendo que sua respiração estava cada vez mais ofegante, me vi estimulada a ir além de seus lábios. Resolvi explorar suas curvas com o delicado toque de minhas mãos, e percebi que ela se tremia e respirava cada vez mais rápido.

Tocada seu rosto e orelha com a ponta de minha língua, enquanto explorava todo o seu corpo com minha mão. Soprava em sua orelha, acariciava a maçã de seu rosto com a ponta do nariz... Depois de muito provocar, abri sua calça.

Fiz dela o que quis. Ela estava completamente sem ação e repleta de libido. Muito libido! Mas apenas fiz com o toque de meus dedos, que é tudo o que minha inexperiência e falta de aplicação de instinto animal me permitia, mas ainda sim me excitei muito com a excitação dela. Ela até que tentou retribuir, mas nem me dei conta, porque meu foco era nela somente.

Ainda sim, este foi o pontapé inicial pras carícias mais íntimas, mas só consideramos mesmo que nossa primeira vez foi no dia 30 de novembro de 2006, quando finalmente cedi e deixei que ela nos encaminhasse prum motel, onde teria uma cama de verdade e conforto.

Me senti intimidada, pois era a primeira vez num lugar desses depois do episódio onde ela me enganou pra me pegar antes de começarmos algo.

Ela foi super delicada, atenciosa e estava disposta de tudo pra me dar prazer. E assim o fez... Me lembro como se fosse hoje. Eu parecia uma menininha temerosa, e ela deslizando por todo meu corpo, partindo de minha boca, encaminhando para os seios e por fim "a menina"...

[pausa dramática de meia hora]

Senti uma taquicardia, as pernas bambas, uma sensação que jamais tinha sentido. Ela estava no lavabo e com muita dificuldade consegui chegar lá pra me abraçar com ela e dizer que estava morrendo.

Lembrando disso me dá até vontade de rir. Imagina! Eu não sabia, mas tinha acabado de ter o primeiro orgasmo da minha vida.

Contudo, ela me conduziu até a cama e se abraçou comigo por um bom tempo... Quando olho em seus olhos, as lágrimas desciam a ponto de me fazer perguntar o motivo delas. E então ela respondeu que estava emocionada por ter sido a primeira pessoa a me proporcionar tal prazer, e que olhando nosso reflexo no teto, aquele seria um momento memorável pra ela, pois foi a primeira vez que fizemos amor.

xxAlicexx

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Bette descobre que Tina havia tido a sua segunda mulher!

Nem sei como dizer, não estava pronta para saber disso, mas ela ficou com outra mulher...
Tina estava querendo viver novamente os relacionamentos com mulheres, não sei bem ao certo o que ela queria, se era uma aventura, matar a saudade com um corpo sensível de uma mulher, ou mesmo, viver um relacionamento mais sério.
Nessa fase estava cada dia mais distante dela, e a cada vez que sabia que ela ia sair à noite, ou recebia um e-mail de alguém diferente eu me assustava e tentava logo um jeito de entrar em contato com ela, e tentar ficar presente na vida dela.
Eu tinha a senha dela e ela a minha, como um casal que não esconde segredos, e mesmo depois que acabamos temos o acesso a conta da outra. Apesar de não conhecer mais o coração dela, e muito menos saber com quem andava podia saber um pouco o que se passava no seu mundo virtual.
Ela é o tipo de pessoa que tenho de perguntar e perguntar para ela dizer algo. Enquanto eu sou do tipo que corro para dizer doa o que doer.
Não sei quem é certa ou errada, mas não estava suportando não saber direito o que ela fazia.
Foi então que comecei a me aproximar das amigas dela, pelo único lugar que era possível: a Internet!
Falava com suas melhores amigas, a de outro Estado e aquela que estava com ela no seu dia-a-dia.
Eu comecei a desabafar o que sentia e podia de certa forma saber o que Tina fazia. Nem sempre falava que amava ela, falava de minhas histórias com outras mulheres, e acho que suas amigas começaram a achar que eu não a merecia. Ouvi várias vezes elas me falarem: Tina te ama...
Ela me amava, mas já estava farta de viver me esperando, de não saber o que fazer, de sofrer, e nessa nova fase da vida dela, estava querendo experimentar.
Ela experimentou homens, mas era uma mulher que ela queria.
Comecei a ficar com ciúmes de sua amiga, eu não era mais a tal “melhor amiga”, eu não estava perto ouvindo suas histórias, era outra pessoa que com o tempo, pela proximidade poderia acontecer o que aconteceu com Bette e Tina.
E eu estava certa, apesar de me dizerem que não havia atração. Mas, naquele dia da boite, o sofá pequeno, o som, o final da festa... elas deram os seus dois primeiros beijos.
Dois beijos - não é um beijo, são dois! E isso ficou na minha mente depois que a sua própria amiga me contou. Dois beijos foram também o que dei no primeiro dia em que fiquei com ela, e tudo isso ficou em minha mente, estava me sentindo traída.
Mas, que direito tinha?
Eu sei que já havia ficado com duas mulheres, mas isso realmente não foi fácil de ouvir. Passei a noite acordada, chorando, revivendo as possíveis ações das duas.
Sei que mereço sofrer, sei que errei, mas não sabia como lidar com isso, e a primeira coisa que fiz no outro dia foi ligar para ela.
Não era mais sua namorada, mas tinha que tirar satisfações, afinal, ela tinha me jurado que eu seria a única, e eu estava ficando com um ciúme incontrolável.
Ela me disse que eram amigas. E depois de falar veio a pergunta: Bette, o que você quer de mim?
Eu só queria que as coisas fossem fáceis, não queria perder a mulher de minha vida, não queria vê-la com outra mulher, e principalmente naquele momento não queria está tão distante para não conseguir reverter tudo que ainda ia acontecer.
Eu sabia que estando distante, do primeiro beijo, iriam as carícias, as roupas no chão e o sexo.
E depois de uma semana eu estava sem saber o que acontecia com ela, ou melhor, as duas. A sua melhor amiga, e pessoa em que me ouvia e me dizia de Tina estava beijando minha mulher.
Senti presa e sem possibilidade de fazer nada. Estava ficando cada vez mais louca de ciúme e de tristeza.
Eu pedia que ela me falasse o que acontecia, e em poucos minutos estava sendo grossa e estúpida. Fugi de meu controle, gritei com ela, escrevi coisas baixas. Era uma mistura de tudo.
Nesse momento eu não queria mais ter como melhor amiga minha ex-namorada. Tina sempre foi meu porto-seguro, a pessoa que sempre me disse onde e o que fazer. Eu não tinha a quem falar, e não tinha a quem pedir ajuda. E são nessas horas que eu começo a fazer as maiores burradas...
Talvez não tenha dado o valor a ela como deveria. Não disse na hora certa que a amava. Neguei e disse que era outra pessoa com quem queria viver. Tina deveria achar que minha atitude era somente uma questão de não saber perder, e todos devem pensar isso... mas não era, e juro que não é...
Numa quarta-feira de julho, amanheci com a saudade maior que todos os 8 meses que estava morando distante dela. Eu não tinha notícias, não queria a perder e já sabia que elas tinham transado.
Eu estava louca, e pela primeira vez quis sair da realidade, tentar encontrar Tina pelo menos por um instante.
E...Liguei para a brasileira! Fazia alguns meses que não falava com ela. Ela quis logo me encontrar.
No caminho da casa dela experimentei sair do meu corpo. Pela primeira vez estava usando algo que me deixaria em outro mundo, tive medo de que acontecesse algo, mas estava querendo reviver ela custe o que custar.
Depois de 2 horas com a brasileira eu já conseguia estar com a Tina. Eu não faria novamente, mas foi exatamente saber o que farei quando reencontrá-la.
Cheguei próximo dela, abracei-a por muito tempo. O calor de seu corpo chegou em mim, e a sua respiração ofegante juntava-se com a minha.
Ouvi me chamar de “meu amorzinho” e beijei-a no rosto, olhei-a nos olhos, eu não acreditava, mas era a Tina que via ali. Depois do beijo demorado do jeito que ela gostava, fui descendo, descendo. Senti prazer em dar a ela o prazer.
Mas quando acordei, não era ela.
Não sei como cheguei em casa. Eu estava com tanta dor de cabeça, que a única coisa que consegui fazer foi dormir até o outro dia.
Demorei mais de uma semana para conseguir falar novamente com a Tina. E nesse dia falamos, mas depois que o assunto do cotidiano acaba não tínhamos mais o que falar.
Eu assumi o estado de distanciamento e ela também. Já nem éramos mais amigas.
Desde que a conheci, em um junho de 2006 até o nosso relacionamento, nunca soube realmente quem era ela em minha vida. Nunca soube separar a amiga da namorada. E depois que terminamos, a amiga que existia sempre se encontrava com o amor de mulher.
Mas, quando soube, que nem amizade poderia ter daquela mulher, pensei que teria de mudar.
Ela estava fazendo análises com uma psicóloga, e eu, resolvi analisar no que queria realmente para mim.
Eu acho que as respostas que encontrei foram as que me ajudaram a tentar mudar e procurar ela novamente. Se eu não poderia tê-la próximo, não iríamos namorar por distância, pelo menos teria de lutar por sua amizade.
Fiz o que nem todo mundo conseguiria fazer: eu pedi a ela para se abrir, contar sem medo da vida, decifrando os mínimos detalhes de seu dia, e isso quer dizer também do que ela estava vivendo agora.
Não foi fácil conquistar a confiança dela, e não foi fácil conseguir ouvir dela que elas haviam transado uma, duas, três... Cada palavra entrava e eu engolia a seco, mas mesmo assim digitava com sensatez, como uma pessoa civilizada e atenciosa.
Depois de algumas horas, estava mais próxima dela. E acho que as coisas que mais me machucavam era não poder ter a cumplicidade que nós tínhamos, não saber o que se passava com ela, e principalmente se ela estava sendo bem tratada.
Eu acho que nem todo mundo pode pensar assim, mas depois de um estágio do sentimento por alguém, da distância e impossibilidade de fazer algo por ela, você começa a renegar os maiores sentimentos de posse, e ciúme, e vai começar a pensar se essa pessoa se sente realmente feliz.
Sinto que realmente é difícil saber que outra pessoa toca-a como eu um dia toquei. Saber que ela pode nem mais lembrar de como beijo, de estar tão distante que o gozo que ela vai poder ter é com outra pessoa, e que a última lembrança que ela tem é somente da noite anterior num quarto diferente do que vivemos.
Não sei mais se ela lembra do meu corpo, das nossas palavras de amor, de como era bom fazer amor, de nossos sonhos e nossa cumplicidade. De tudo que vivemos e descobrimos juntas...
- Mas você tem de viver sua vida, sua história, amar e ser amada...
Eu não presto, eu repito isso, fiquei com duas pessoas e disse amar outra... mas eu a amo, e quero que ela pelo menos esteja sendo feliz.
- Trate-a bem...

Sem mais palavras: Bette.

“se eu te amo e tu me amas.. como poderei te condenar, se quem gosta de maça vai gostar de todas, por que todas são iguais... Infinita tua beleza como podes ficar presa que nem santa num altar...o amor só dura em liberdade, o ciúme é só vaidade, sofro mais eu vou te libertar...” (by R. Seixas?)

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

E Bette foi viver sua história...

As noites ainda não são fáceis, falta aquele bom-papo, o telefonema, mas por alguns meses esqueci disso e fui viver com outras pessoas.
Fui viver com um homem. Por quase dois meses havia esquecido que amava a Tina. Sempre quando vinha a lembrança, tentava fazer outra coisa.
Fazer outra coisa para esquecer, quer dizer ter muito sexo e... Ter outras aventuras...hehe.
Bem, em março antes de ter minhas noites quentes com a tal brasileira, comecei a falar com uma mulher. Ela havia tido uma história duradoura e de dar inveja. Realmente queria ter a oportunidade de viver com a mulher que amo, como ela fez.
Ela conheceu sua mulher com 15 anos de idade, das conversas de escola, das festas de colegas, as duas começaram a descobrir o amor. Viveram uma relação intensa, e com o tempo não conseguiam se separar. Os pais da sua namorada tiveram de mudar de cidade, e acho que o mais incrível aconteceu aí: a mãe recebeu sua namorada e começaram a morar juntas.
Viveram um, dois, três.. nove anos juntas. Até terem uma casa para si, uma vida em comum.
Fiquei realmente atraída pela história e comecei a me atrair também por ela. Eu conheci o outro lado da história, onde dizia que elas estavam separadas há 7 meses.
Eu lamento, acho que não são 9 dias nem nove noites. Quanta história devem ter vivido, as mudanças da adolescência, os dias de chuva e sol. Mas, eu tinha de aproveitar que ela estava só, é claro.
Ela estava abandonada. Eu de certa forma também estava abandonada...apesar de namorar alguém.
Ficamos durante dois meses falando pela Internet, ela nunca me mostrava sua foto. E esse mistério me fazia achá-la cada vez mais interessante. Começamos a falar também pelo telefone, e foram noites acordadas contando nossos segredos, ficando molhadas com as conversas cada vez mais ousadas. Ela sempre começava perguntando, o que faria comigo se estivésse em sua cama ai agora..ai,ai. Imaginem!
Ela viajou, e passamos mais um mês por telefonemas na madruga e o velho bate-papo virtual. Era a voz que tinha durante a noite, era alguém que podia contar.
Mas, ela não queria se envolver com uma mulher como eu, já que tinha contado minha vida para ela, ela me achava muito complicada e infiél e sempre repetia: você tem namorado.
Ela não tinha certeza de seus sentimentos por mim, então, como sou o tipo de pessoa que não sabe ficar só, preferia meu relacionamento seguro. E estava vivendo minha vida coca-cola.
Maio chegou, e marcamos um encontro. Eu estava nervosa, eram mais de três meses falando com uma voz sem rosto.
Quando a vi fiquei radiante, ela me conquistou por sua simplicidade e sua voz. Desde os 5 últimos metros que ela esteve diante de mim, descobri porque ela não queria mostrar seu rosto.
Era uma mulher de 25 anos, cabelos lisos, pernas grossas, corpo perfeito, mas o seu rosto era todo marcado. Ela já tinha me dito que precisava a cada dois dias tomar uma medicação. Aquela doença no sangue havia deixado seu rosto cheio de cicatrizes. Ela vive com uma doença degenerativa. Acho que naquela hora só queria deixá-la confortável e abraçá-la.
Dessa vez, a Bette brasileira tal qual a Bette da ficção também tinha se apaixonado por uma mulher forte e diferente. E não sei explicar, mas acabou me exaltando um sentimento de proteção e carinho. E eu adoro tratar uma mulher como ela deve ser, carinho, atenção (isso claro quando não estou estressada e arrogante).
Conversamos durante 4 horas seguidas, comecei a demonstrar minha forma de carinho por ela.
Ela me mostrou a cidade, e fiquei o tempo todo encantada por está perto da voz que eu conhecia tanto.
Fomos para o carro dela, conversamos até a anoite, eu deitei no seu colo. Fazia tanto tempo que não tinha um colo, e a cumplicidade com alguém.
Ela queria ser minha amiga, mas depois deu tocar sua mão nós sentimos algo muito bom.
O cabelo foi tocado calmamente por minha mão, a face foi sentida, as mãos delas frias sentiram o beijo de minha boca. Ficamos por alguns minutos naqueles carinhos, até ela me lembrar: você tem namorado.
Não sei que mal é esse que ultimamente só encontro mulheres que me querem fiél.
Estávamos com um desejo, ela me olhava para os olhos e lábios. Eu cada vez mais passava a mão pelo seu corpo. Chegou um momento que pequei o seu queixo e beijei-a, e ela aceitou.
Beijamos e nos tocamos intensamente. Eu estava com aquele desejo que faz tanta falta.
Ela me deixou em casa, resolvemos não passar dos beijos. Como ela era certinha..hehe. E claro, disse para ela que não queria mais que aquilo e que iria esperar o tempo que fosse para um dia admirar seu corpo.
Ficamos a noite ao telefone, acordei-a com uma mensagem romântica.
Depois que soube o que era a falta de minha segunda mulher, havia sentido como estava me fazendo falta amar e ser amada, e queria dar a ela tudo que não pude dar em meus outros relacionamentos.
Foram outras várias mensagens ao longo do dia. Cheguei correndo em casa para encontrá-la na Internet.
Mas, a noite, era hora de voltar a realidade. Fui dormir na casa dele. Tomei banho, e deixei minhas coisas em cima da cama.
Quando voltei do banho ouvi um pedido com uma voz fria.
Fizemos amor, e depois me mandou pegar minhas coisas e ir embora. Já estávamos 7 meses juntos, e nunca tinha visto ele daquela forma.
Eu no dia anterior tinha vivido momentos de paixão com uma mulher, mas não estava preparada para acabar com alguém no outro dia.
E também me perguntava, o que foi que fiz? hehe..
Passou tanta coisa em minha cabeça, pensem numa mulher que pensou tantas possibilidades, já sabem que sou uma mulher muito fiél...né?
Finalmente ele falou: eu vi o CELULAR com várias mensagens “dele”.
Ora bolas, lembram-se do telefone? Sempre ele para ferrar com minhas histórias. Ele leu minhas mensagens, e o pior, achava que era um homem.
Acho que a pior sensação de alguém que nunca contou que é lésbica é quando tem de falar pela primeira vez para alguém que não compreende o nosso mundo. E eu não sabia o que dizer.
Ás 2hs da manhã estava na rua, andando no frio de 2º. Que merda! Que capacidade de fazer as coisas erradas. Nem tinha crédito para mandar mensagem a ela e ver se me aceitava na sua casa..rsrs.
Ok, a opção era voltar para minha casa. Estava mais uma vez sem saber o que fazer.
E imagina para quem eu mando um e-mail? Claro, a pessoa que sempre foi meu porto-seguro e soube me dar um norte para minha vida: Tina...
E no outro dia ele, nem a minha garota da internet e nem a Tina queria falar comigo.
Pedi a garota da internet em namoro, mas ela não quis ficar comigo, disse que não queria confusão. E depois disso, nunca mais nos vemos, quando fiquei sem celular acabei perdendo o número dela. Também havia excluído meu e-mail criado para a caça, e perdemos o total contato.
Sem ninguém e sem o celular, foi a semana que mais tive liberdade, haviam roubado-me. Para alguém como eu, ficar sem esse aparelhinho que me faz mandar mensagens de madrugada ao Brasil, que me faz ligar e atender as tentações que as mulheres me fazem ter é simplesmente ficar sem a possibilidade de fazer besteiras.
Mudei de linha, voltei com ele, voltei também a pensar em Tina. Fizemos as pazes na amizade. Prometemos ouvir a outra.
Era a hora de aproveitar e fazer uma limpeza em minha vida!
E procurar o meu passado...
Mas, o meu passado chamado Tina estava cada vez na sua nova vida. Estava pouco a pouco sem aquele sentimento que a tornava prisioneira de mim. Ela queria se libertar.
Soube que ela estava ficando com o mesmo rapaz que um dia tivemos um ménage à trois. E aqui abro um parêntese para dizer que essa foi a pior idéia que eu poderia ter, foi sem dúvida uma imagem que sempre tento apagar: ver alguém transando com ela.
Bem, ela estava vivendo sua vida. Acho que ela sempre esperou uma decisão de minha parte, sobre o futuro, sobre o que eu realmente queria com ela. Mas, eu sempre vivendo minhas outras escolhas e sendo infeliz.
Ela estava procurando na net e boites mulheres, sua melhor amiga estava ajudando-a.
Cada vez mais estava vivendo o ciúme de saber que ela queria viver outras mulheres. Eu tive duas mulheres depois dela, ela não poderia ter ninguém!
Mas, ela teve...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

E chegou a hora da despedida...Bette e Tina separadas por um oceano.

Em um dia de outubro recebi a tão esperada resposta, havia passado, iria estudar noutro país. Eu queria muito, eu só pensei no fato de que estaríamos distantes uma da outra.
Dias depois ela fez aniversário, nem pude passar muito tempo com ela. Já havia vendido meu carro, não podia mais beijá-la no banco abaixado. Tinha que comprar roupas, fazer exames, organizar meu trabalho. E o seu presente dela não foi comprado como algo especial. A noite de seu aniversário terminou sem o famoso beijo e a noite de amor.
Acho que era frustrante para ela me ver partir e não poder me ter. Eu tentava organizar o tempo, mas só tinha uma semana para tudo. E não suportava mais minha família pedindo minha atenção.
Estava meio anestesiada, nem havia percebido a dimensão de tudo, nem compreendi por que ela chorou tanto ao me ver partir.
A última noite foi a pior em que poderíamos ter, era dois dias para viajar e eu estava tão cansada que dormi depois que ela me deu o prazer, e quando acordei, era hora de correr para conseguir chegar em casa antes de o sol nascer.
Pode dizer o que ela tiver de dizer, mas temos de ter nossa última noite. Eu devo a ela uma noite digna, ela merece a melhor noite que eu poderia dar a alguém.
Mesmo se voltar só daqui dez anos, seja com quem ela estiver, um dia roubarei-a para mim, e despedirei-me dela.
No dia de minha festa de despedida, quase não tive próxima dela. Ali havia minha família que julgava-a lésbica e eu sempre a negar.
Ela foi com um amigo nosso para simular algum compromisso. Ela estava linda, queria-a beijá-la na boca e pegar nos seus cabelos lisos. Mas, acho que nem um abraço apertado dei. Como pude ser tão idiota!
No aeroporto foi o nosso último momento juntas. Eu pedi para que ela não fosse, pois não queria que minha família a visse novamente perto. Mas, ela foi, e no fundo sabia que o que mais queria era vê-la lá.
Estava ela e nosso amigo confidente. Ele filmou-nos, e depois de alguns meses recebi as imagens, e só pude chorar ali...
Chorei o que ela chorou ao me ver partir, ela estava chorando como se nunca mais fosse me ver, e eu estava séria, anestesiada, olhando para tudo, com um medo do novo e já com saudade do meu passado, mas silenciosa, sem demonstrar nada.
A porta de acesso aos passageiros se fechou, e vi-a pela última vez em lágrimas.
A viagem demorou mais de 10 horas, cheguei e só pensava em falar com ela. Durou cerca de um dia para dizer que estava bem. Dias depois quando consegui ligar, escutei sua linda voz espantada e quase chorosa.
Era agora um computador que nos unia. Algumas vezes olhamo-nos pela web que sempre dava problemas, o chiado do microfone e as várias horas de diferença me deixavam cansada daquela forma de estar. Tinha que ficar altas horas para conseguir encontrá-la, e tiveram noites que nem ela conseguia esforçar-se para conseguir um espaço, ou eu já estava a dormir.
Com o excesso de estudo e o novo trabalho, ficamos uma, duas, e até mais dias sem nos falar. Ela sempre gravando coisas emocionadas. Mas chegou um dia que pedi para não mandar mais. Bastava! Tudo aquilo estava me deixando louca e triste. Chorei várias vezes até ir ao chão, ficava abraçada forte com sua foto.
E estava cansada da solidão, não conseguia não ter família, não ter a química com alguém. Queria ter alguém para abraçar, para falar a noite. E com o tempo, já pensava que não seria mais ela.
Entrei em um site de relacionamentos. Fui falar com mulheres. Era a primeira vez que me via naquele tipo de espaço a caça!!! Achei tudo muito estranho, mas mesmo assim fiz o “tal sexo virtual”, o que a solidão e o tempo não fazem...hehe.
E estava ela do outro lado do oceano, triste. Mas sempre julgava-a numa melhor situação, ela tinha o abraço e a voz das pessoas que conhecia, podia desabafar quando quisesse.
Então chegou um dia que resolvi procurar um namorado. Namorado? Sim, namorado.
Acho que toda vez que minhas relação com as mulheres não dão certo, eu tento me heterogenizar novamente...
Disse a ela que tinha um encontro marcado com um rapaz. Na verdade me encontrei com um, dois e três. E nada de acontecer aquela química.
Na verdade, depois que comecei a sentir os relacionamentos com mulheres, sei que não se tornaria fácil conseguir ver um homem interessante. Parece que o grau de expectativas aumentam, você seleciona mais, você se entedia mais rápido, olha para a forma como ele faz as suas estúpidas cantadas, e se ousar beijar e não tiver a química, já sabe: vai se apaixonar e sofra meu bem...
E foi assim que estiveram os três rapazes, ou nem tão rapazes, pois como estava cansada dos “pós-adolescentes”, tentei ver se a maturidade me fazia encontrar um homem mais interessante, que conhecesse uma mulher como uma mulher conhece a outra, ops... não era fácil.
Ela sempre estava com ciúmes, mas me deixou tentar os homens, já que mulheres era longe de questão.
Um dia de novembro estava por mais de um mês distante, já não suportava mais a solidão. Conheci um rapaz, conversamos por algumas noites na Internet, fomos nos encontrar. Já havia me esquecido como era o meu tipo de homem. Eu antes de conhecer minha primeira mulher namorava com um homem alto, intelectual, vestia-se bem, falava numa cultura acima dos demais homus erectus, e era o tipo de homem que namorei por 2 anos até ele me trair, e de fato acho que isso foi um meio para que eu ficasse só, e a minha primeira namorada tevésse fácil acesso a uma mulher insatisfeita com os homens.
Então, estava lá com ele, conversamos, e ele conseguiu algo inacreditável: me deixar com aquele desejo de quero mais, tivemos um longo affair no banco traseiro de seu carro.
Contei a ela, e sei qual deve ter sido a feição que ela deve ter feito. A mesma que ela fazia quando eu falava de um homem ou mulher interessante.
Alguns dias depois estava na cama do rapaz. Tivemos várias outras noites e um dia estava a ser namorada de um homem. E o diferente de tudo, é que ele conseguiu me fazer gostar.
Eu contei a ela. Acho que nesse dia ela deve ter sentido um enorme ciúme, mas não maior do que ela viria a sentir no futuro.
Como já disse, tento sempre negar que sou lésbica. Deve-se ler minhas palavras e pensar: essa é o tipo hipócrita de lésbica que se esconde nos seus armários e fala mal das mulheres que tiveram a coragem de sair, de viver sua liberdade, amar sem medo. Talvez sim!
Mas, queria ter coragem de viver tudo que tenho aqui dentro. E isso diz respeito ao tempo que tive com meu novo namorado. Depois de um tempo, já não suportava mais segurar minha sexualidade. Queria novamente uma mulher, apesar de gostar de estar com ele.
E, eu precisava dela, mas ela estava tão distante.
Acho que até hoje ela não compreende minhas atitudes, nem acho que nunca ninguém vai me entender. Mas, eu digo que me segurei o quanto pude, até não suportar mais.
Depois mesmo namorando outro alguém, completamos 1 ano e dois meses juntas.
O que me segurava era a esperança de ir em Abril desse ano de 2008 ao Brasil. Mas estava próximo, e eu não tinha dinheiro nem tempo para está novamente nos seus braços.
Os planos das 2 noites inesquecíveis quando chegasse estava me deixando frustrada. Pedi para terminar. Já não tinha condições de suportar um namoro a distância. Eu sabia que ela era a mulher de minha vida, mas precisava sentir novamente o carinho feminino, duas peles sensíveis a se encontrar.
Os planos de conseguir viver no futuro em outro país que nos permitisse casar estava ficando cada vez mais longe. As vezes pelos meus sonhos de ter a tal família coca-cola, outros, por que não queria enfrentar as pessoas... E ela estava ficando cada vez mais distante.
Nosso relacionamento estava afundando como o Titanic, começando devagar e quando menos esperamos... Quando menos se espera, eu tomo uma atitude que surge como um acibergue em nossos sonhos, e acho que até para mim, que como sempre, faço as coisas e vejo que não estou preparada.
Procurei uma garota, marcamos um encontro. Foi lá na boite gay que nos beijamos e fomos terminar na casa dela. Podem acreditar, mais eu ainda tinha dúvida de que não conseguiria está com uma mulher sem ter construído um sentimento. Achava que só era uma questão de me apaixonar por minhas amigas... Mas, ora estava eu na primeira noite a transar com ela.
Eu parecia está possuída. Eram aqueles desejos que segurei por 4 meses. Ela, a Tina vai me dizer que suportou muito mais, e até suportaria anos a minha espera. Mas, eu sou a Bette, e não sei como consegui suportar 132 dias..ual!
A noite foi longa, não dormi nada. Em certas horas que aquela mulher de minha mesma nacionalidade falava o meu idioma, e suas palavras em meu ouvido iguais a de Tina, pedia para silenciar, era como se viésse a culpa ali, a me perguntar por que não era a pessoa que amava que estava a me entregar.
O dia chegou, e eu fui acordada por uma mulher que na primeira manhã dizia que me amava e queria namorar. Mulheres, corram! Esse é o tipo de mulher que não podemos chegar perto. É o que chamo de carente e grudenta. Eu até poderia ter me apaixonado, mas depois que todo aquele fogo acabou, não conseguia sentir desejo por ela, estava a beijar uma mulher que não gostava, e isso no meu mundo gay é algo muito difícil de se fazer, acho que é como se virasse nessa tal hora hétero e me brotasse um nojo.
Fui direto para o trabalho. E quando saí, peguei o telefone e contei o que me havia acontecido. Acho que na minha história gay, meus relacionamentos acabam por causa de minha sinceridade e do tal TELEFONE!
Tudo culpa do telefone, que depois de atendido e passado minha voz, e estão a acabar comigo. E, eu estava sem minha Tina.
Mas acreditem, prefiro perder do que esconder, sou uma péssima mentirosa, mesmo que as vezes seja uma boa atriz.
Foi nesse dia que ela sentiu o maior ciúme que já tinha sentido.
Depois fui saber que ela chorou, sofreu, ficou aos pedaços. Eu chorei também, e mesmo assim fui encontrar novamente a mulher.
Depois de uma semana sem conseguir falar direito com ela, estava perdida. E na exata hora que estou mais perdida, são os melhores momentos que eu assumo a ponta que puxa o barco para baixo. Em menos de uma semana havia acabado com minha namorada e como não estava sendo justa com meu namorado, também acabei com ele.
Ok, a senhora sinceridade, e burra!
Estava só. Fui procurar a tal mulher, era mais uma união sem sentimentos, que pelo menos era um corpo de mulher.
Eu havia feito tudo errado. Ela estava de outro lado do oceano sofrendo. Não acreditava que nosso namoro de fato teria chegado ao fim.
Passei algumas semanas depois só. Passei meu aniversário só. Uma mulher que tinha um namorado e uma namorada estava só em um dia especial. Não sei lidar com minhas escolhas, não sei medir o tamanho de meus sentimentos e minhas ações estão todas fora de foco. Queria sentir novamente uma mulher em meus braços. Era para ser ela, mas como não a tinha, tive algumas noites, 4 noites sem gozo.
E ela decidiu mudar suas atitudes. Ela estava pronta para ser uma mulher em que não precisava mais se guardar para alguém. Ela queria ter outras mulheres. Ela havia me dito que eu seria a única, e agora já não era mais assim.
E então Tina e Bette se separaram. Depois de um tempo evitando-nos, abrimos o jogo, nos amávamos. Mas tudo estava estranho. Nem sequer podia falar de minha vida, nem sequer podia contar como me sentia com as novas pessoas. E cada dia nos perdíamos mais, e a única coisa que nos uníamos ainda, que era a nossa amizade e cumplicidade, já não tinha lugar.
E Tina estava vivendo agora sua vida, em algum tempo as estações mudaram.
E chegou um dia em que ela também ficou com outra mulher. Era a minha vez de sofrer o gosto amargo de ver sua mulher com outra... mas, isso é para outra “história”.

Próximo post: E Bette vive suas outras aventuras, até procurar novamente a Tina!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Bette namora a sua Tina...

Estava namorando alguém pela segunda vez. Tudo começou no dia 25 de novembro de 2007, foi o dia em que a pedi em namoro.
Era um relacionamento com alguém que descobriu o sentimento por sua amiga, que começou devagar a sentir minha presença como mulher, e que em uma semana de beijos e abraços estava por chamá-la de minha namorada.
Ela era realmente a Tina, a Tina mesmo, e não é toda mulher que tem o privilégio de ter alguém como ela ao seu lado, por ser sensível, o meu porto-seguro, minha amiga e companheira. Quanto sinto falta dela, mas isso é outra história, para o dia em que o destino fez separar-me de Tina!
Era aquele tipo de pessoa que sempre poderia confiar e até hoje confio, mesmo não estando mais juntas em presença e convenções.
Alguém que por sua lealdade e devoção ao que sentia por mim, era capaz de esperar horas até a minha chegada, alguém que apanhava flores nos jardins para me dar e que me tentava dar todo o prazer que podia. Ora mulheres, essa mulher é o romantismo em pessoa, e deveria se vender no shopping!
Mas, não, ela não é igual, não há como ela por ai, e acho que é por isso que me sinto tão perdida atualmente, sem conseguir possuí-la novamente, por ter outras mulheres e depois que o sexo acaba, vira-se para o lado e me sinto novamente vazia.
O fomoso “dormir de concha” com outra pessoa não tem sentido. O carinho e o conversar no ouvido não consegue ser da mesma forma. Abro um parêntese para dizer: Por isso se você quiser encontrar uma Tina, teste se ela vai virar para o lado depois que o ritual acaba, veja se vai fazer como os jurássicos Homo humus Erectus que hoje chamamos de “namorados”, e o pior, ainda há mulheres que querem se comparar a essas pessoas que não acompanharam a evolução, e continuam a agir como primatas... Mas, voltemos...a evolução dos tempos, ou melhor de meu relacionamento.
A primeira vez que os carinhos ficaram mais fortes, foi ainda antes do tal pedido oficial de namoro. Era a primeira vez dela com mulheres, mas ela se permitia viver um sentimento sem olhar para as objeções. Coisa que eu não conseguia fazer, e acho que até hoje ainda não aprendi bem.
Ficamos várias e longas vezes no banco de meu carro, foi lá que descobri os pedaços de seu corpo, e lá onde ela ousou pela primeira vez penetrar sua mão em mim.
Como já havia dito, eu já tinha feito sexo e já tinha feito amor, mas não me permitia sentir prazer. Conto aos dedos de uma só mão as vezes que um homem me fez gozar. E a minha primeira mulher apesar do imenso sentimento que tinha por ela, não havia chegado ao final.
Com o tempo ficou cada vez mais complicado deixar alguém me tocar, achava-me frigida. Mas da forma que ela me tocava, fez-me sentir o ápice do desejo, minha pele a tremer por alguns minutos abraçada a ela. E isso se repetiu-se por várias vezes, apesar de meu excesso de trabalho e tudo ter perdido qualidade, foi muito bom. Relembro com saudade as tardes de sábado, o nosso inesquecível ano novo, aquele driving com ao som de Oceano, os reencontros depois das viagens...
Tivemos momentos de paixão, de prazer e de algumas brigas. Quase sempre brigávamos por eu ser uma pessoa difícil de aceitar a minha escolha. Terminamos 2 ou 3 vezes por isso. Sempre policiava-a para que não tocasse em mim e nem falasse perto quando estávamos na rua, eu as vezes fugia de meu controle por sempre me ver perseguida. Foi numa dessas situações que tivemos uma terrível e acho que mais lamentável briga, pois disse coisas tão desagradáveis a ela. E como sempre, as minhas mulheres me dão a melhor resposta que alguém como eu deveria receber: o silêncio!
Como já disse, para mim, o silêncio é pior do que um insulto verbal ou físico.
Bem, no primeiro mês fomos comemorar “em grande”. Num motel que não era o que eu sonhava, mas o que o dinheiro antes do final do mês me podia permitir. Tivemos uma noite regada a fantasia, mesmo que ela não tenha conseguido dançar da forma que desejou, já valeu por tê-la visto a minha frente a receber um cordão que depois de alguns dias se perdeu.
Nossa união foi cheia de descobertas, tinha eu tido muito mais experiência e pessoas que ela, e acho que sabia onde queria chegar com meus toques e carinhos. Ela aprendeu a tocar uma mulher, e um dia deixou-se experimentar meu corpo com sua boca. O primeiro dia que ela sentiu o gozo chorei ao vê-la sentir uma coisa que nunca tinha antes vivenciado, as vezes eu nem acreditava como uma pessoa de 24 anos nunca tinha sentido aquilo, mas acho que foi também por isso que me sentia responsável por ela. E serei para o resto da vida.
Eu digo que sou responsável por ela, por ter a iniciada, por ter dado o seu primeiro gozo, e por ter sido a pessoa que ela mais tempo namorou. Eu acho que sempre estaremos ligadas por esse sentimento de reconhecimento e cumplicidade. Eu sempre amarei-a seja com quem estivermos, seja o que for ouvir de sua boca, seja qual a dimensão de nossos sentimentos por outras pessoas, sempre ali vai existir no nosso mundo paralelo a Bette e Tina.
Ah, o tal mundo paralelo! Esse mundo, muitas vezes ela não queria fazer parte. Acho que algum dia ela iria dizer em praça pública que me amava, e eu não sei o que faria. Mas, como vivíamos no Brasil, e naquele fim de mundo, não daria para fazer mais do que viver em quatro paredes nossos momentos de amor.
Acho que uma prévia do que seria viver com ela, fora do tal mundo paralelo, foi quando fomos à semana de congresso.
Foi como se depois de quase 10 horas de viagem de ônibus, tivéssemos entrado em um outro planeta, chegado a um lugar onde não me preocupava com meus alunos, meus amigos de trabalho e minha família.
O primeiro dia que estivemos lá foi a minha primeira vez a uma boite gay, e lá, depois de algum tempo pude dar meu primeiro e demorado beijo sem as quatro paredes e o silêncio. Beijei minha mulher na frente de todos, devia ser uma cena linda ver duas mulheres atraentes a desejarem-se em carne e sentimentos. Uiii!
Nossa volta ao quarto foi como se tivéssemos anos sem nos encontrar, aquilo tudo parecia um sonho, apesar de que em meu sonho a cama não deveria de ser tão dura e pequena quanto aquela.
Mudamos de quarto, uma cama maior, e ali tivemos mais momentos inesquecíveis. Se ela não tivesse levantado no meio da noite para comprar água, acho que não sobreviveríamos a tanto desejo e sede.
Aquilo durou só uma semana, não vou dizer que foi perfeita, pois odiei esperar tanto tempo ela a tomar banho e se maquiar, mas pelo menos conheci a minha namorada como uma vida de casal, a dividir um espaço dia e noite, e acho que foi tão bom que por isso invejo aqueles que podem viver isso. Querer nem sempre é se libertar!
Voltamos de viagem, nos amamos, conversamos. Houve um tempo que achamos que estávamos a nos resumir a sexo, outro que tínhamos só amizade. Noutras vezes acabei com ela por achar que tinha de acabar por ela ser uma mulher.
Aceitamos ter relacionamentos com homens, isso era doído para ela. Eu queria sempre está provando a sociedade a mulher que gostava de homens. E ela saber que me deitei com um homem, fazia-a sofrer muito.
E eu realmente tinha uma mulher diferente, era a minha Tina, e não tinha desejo por mais ninguém, quer dizer, podia se atrair, mas me tinha respeito e um sentimento puro.
Mas, eu... Veio aquele desejo maior por uma ex-aluna, por uma mulher atraente, e a possibilidade de reencontrar minha ex, e sempre a via sofrer. Acho que só a fiz sofrer, como eu sou complicada, mas sincera...hehe.
Acho que o interessante de nossa união é que não havia segredos. Sei que as pessoas preferem que não aconteça, e se acontecer é melhor nem saber, mas comigo, além de fazer, eu me sentia com a necessidade de falar para ela, desde o meu mais estranho ao limpo pensamento com alguém.
E nesse tempo inteiro eu descobri o amor, eu vi nos olhos de alguém um sentimento maior que pode se existir. Eu fui amada e amei. Na saúde e na doença lá estava ela. Me segurou a mão quando tomei soro, me olhou a noite quando estava cansada, me fez almoço para alimentar minha fome.
Fomos em todo esse tempo juntas companheiras. Não consigo falar de minha namorada sem falar de minha amiga. Poucas pessoas puderam ter essa união em uma mesma pessoa. As vezes perguntava-me se isso era ruim, já que nas vezes que terminávamos ou me chateava com ela, eu só tinha-a para contar o que tinha acontecido entre eu e minha namorada. Mas, isso assim mesmo era perfeito.
E não queria que nada tivésse mudado. Talvez eu teria a dado mais valor se tivesse que reviver a história, poderia aproveitar mais minhas folgas ou mesmo trabalhar menos, poderia ter dado flores a ela e dito mais vezes que a amava. Poderia ter passado mais noites, quem sabe noites inteiras sem ter que voltar para casa na madrugada. Poderia fazer amor a noite inteira como ela gosta, poderia ter me permitido mais e tolerado mais as nossas diferenças.
E tudo foi vivido intensamente até um dia de outubro de 2007. Ela foi minha mulher e não havia mais ninguém. A segunda de minha vida e mais duradoura.
Mas, chegou o dia que me deitei com outra, um dia em que não suportei a solidão e saudade e resolvi traí-la, mas isso é outra história, a história que começou com a notícia de que teria de ir para outro país, na época em que completávamos 11 meses. Era uma nova fase de nosso relacionamento em que não havia data certa para voltar aos braços de minha Tina!

“Assim que o dia amanheceu lá no alto da paixão, dava para ver o tempo ruir, cadê você que solidão... ninguém sabe o que eu sofri... (by Djavan – Oceano).

Próximo post: E chegou a hora da despedida...Bette e Tina separadas por um oceano.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

E como Bette descobriu seu segundo amor...

Depois que tudo acabou com minha primeira namorada ainda tinha dúvidas de que seria ou não Lésbica.
Tive cerca de 4 meses na calmaria depois que tivemos último término, voltei a namorar o meu último namorado, depois fiquei com o maior número de rapazes que poderia ficar e por um certo período pensei: sou novamente hétero.
Mas, com o tempo, as lembranças da forma como uma mulher ama foi me deixando louca de saudade e de vontade de viver aquilo novamente. - Por isso hoje digo, se não quer gostar, não experimenta!
O difícil é que não tinha coragem de sair em festas Gays, já que não queria sair do armário (como até hoje não saí..hehe) e mesmo, não conseguia me interessar por nenhuma mulher.
Era julho de 2006, eu estava vivendo uma vidinha hétero e correndo entre o trabalho e as poucas cadeiras para me formar. O trabalho excessivo não me deixava mais ter horários com minha turma, e tive de procurar alguns horários noturnos.
Estava numa rotina nada interessante, a famosa workaholic, acho que o trabalho me fazia esquecer um pouco minhas tentações e a saudade de minha primeira mulher.
Ia ao serviço e estava nas aulas como se tivesse que ali está. Precisava de algo novo para me dar o desejo da conquista, da intensidade de uma nova relação.
Em uma noite de final de julho comecei a olhar para uma garota. Na verdade já tinha visto ela algumas vezes na faculdade, mas só parei os olhos nela quando vi-a conversar próximo de uma garota em nossa turma. Achei-a carinhosa e amável. Ela estava sempre muito triste e nesse dia, pensei: é ela!
Não sei ao certo, mas acho que meu radar gay afirmava que ela era lésbica, e por isso olhava-a já com intenções maldosas.
Foi demorado conseguir falar com ela, por um horário em comum ou um convite no orkut, fui conhecendo-a mais.
Ao final de uma aula a conversa foi esticada para uma festa da faculdade e depois para um ponto de ônibus onde falei de mim, ouvi sobre ela, e fomos ficando amigas.
As conversas e conversas e a carona acabou por confessar que eu já havia estado com uma mulher. Hoje sei que contei a ela para saber qual seria a sua reação. E dela não vi reação de espanto e nem de conformidade. Pensei então que ela não seria gay.
Depois que o tempo passou, tive a certeza de que ela nunca tinha estado com mulheres e que até então não tinha desejo por garotas, apesar de não ter nada contra.
Com o tempo já estava mais interessada nela, e já era a minha nova conquista, estava até mais motivada para tudo, ela tinha de ser minha!
Acho que foi a pessoa que levei maior tempo para insinuar-me, para dizer algo e para conseguir o toque de seus lábios. - Abro aqui um parênteses para dizer que nunca fui uma garota com má sorte para relacionamentos. Fora o meu amor platônico masculino de adolescência, sempre fui aquele tipo de garota que tinha quem quisésse, não por eu ser melhor ou pior, mas porque acho que sei jogar bem o jogo da sedução da forma que atrai bem as pessoas.
Nunca havia iniciado ninguém no mundo gay, e tinha até receio de não conseguir conduzir bem um novo relacionamento, mas eu estava decidida e ela só tinha uma opção: ficar comigo...ui!
Talvez não consiga dizer bem na seqüência correta dos acontecimentos, pois ela era meu mundo paralelo, mas era o lugar que mais queria estar.
Ficamos cada vez mais próximas, e mesmo assim ela não sabia que eu a desejava. Tudo começou a ficar visível quando tentei beijá-la numa noite em que a cerveja e um carro presenciaram minha atitude. - Sempre a tal cerveja..hehe. A culpada de tudo. Acho que quando nenhuma mulher me quiser, vou ficar só eu e ela!
Depois veio o convite para visitar um motel, não sei o que passou na cabeça dela para aceitar e achar que eu não faria nada, pois na minha já havia a vontade de ficar ali com ela.
Conversamos, mostrei o lugar que ela não conhecia, sorrimos e pedi para dançar com ela. Citei o nome de minha ex, e tentei beijá-la.
Não sei como ela ainda tinha coragem de andar comigo, mas a verdade é que depois disso resolvi manter-me longe de meus sentimentos, e fingir que não tentaria mais nada.
Mas já não me suportava de desejo ao lado dela, as conversas no MSN acabavam comigo, seja lá o que fosse, eu sempre ia dormir excitada. Podíamos falar de qualquer assunto, e lá tinha sempre um segundo pensamento com ela.
Com o tempo fui ficando mais descarada, e dizendo palavras dúbias por mensagens e bate-papo ao telefone.
E com o tempo também, ela omeçou a reagir. Demorei para saber, mas vibrei de felicidade quando ela colocou uma mensagem a dizer que havia acontecido algo que ela tinha de me contar.
Fiquei radiante de felicidade, confiante de que o que ela iria me dizer era que me queria. Esperei ouvir dela, falamos ao telefone ao final de semana. Era o que tanto esperava, apesar de não me deixar certo.
Nos encontramos, levei-a para conversar em um lugar mais calmo.
Falamos tantas coisas que nada tinham com o que havia nos levado ali. Veio o silêncio e eu disse próximo ao seu ouvido que seria a última vez que tentaria aquilo. Desde que a conheci e dei por mim que estava apaixonada por ela haviam passado cerca de 3 meses. Imaginem o que é alguém passar quase 8 meses sem tocar os lábios de uma mulher. Isso certamente foi muito para mim, e da incerteza que estava de conseguir beijar ou não outra mulher, veio o primeiro encontro aos seus lábios.
Minha reação foi certamente inesperada, pois dei tanto em cima aqueles últimos meses, e quando cheguei a tê-la beijei-a molhado, desconsertada e ofegante.
Calamos por alguns minutos, não conseguia olhar para ela, e se não tivesse a reação dela de beijar dessa vez de língua e mais demorado, talvez tivéssemos ficado só naquele primeiro momento.
Disse a ela que iria sentir algo diferente quando tivesse com uma mulher, seria algo mágico, e sei que isso não aconteceu, de fato, nem comigo ao primeiro momento.
Mas, no outro dia não conseguia parar de querer estar com ela.
Nos encontramos em seguida, beijamos em seguida. Eu que no começo vi-a como uma conquista, que para alguém como Bette tornou-se cada dia mais interessante pela dificuldade criada por aquela mulher. Já estava completamente apaixonada por ela.
Depois do primeiro e outros beijos pedi-a em namoro. Não queria ficar mais sem ela... e eu estava totalmente em suas mãos.
“Tudo era apenas uma brincadeira e foi crescendo, crescendo e me absorvendo e de repente me vi assim completamente su(a)...” (by Peninha).

Foi assim que começou o segundo namoro e mais duradouro namoro de Bette, a minha Tina havia chegado em minha vida...

Bette namora a sua Tina... (em construção).

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

E como terminou o primeiro namoro de Bette...

Para aqueles que acompanharam o início de minha história com mulheres, já devem ter conhecido algum de meus defeitos... preconceito, impulsividade e desejo...
Desejo? Desejo, sim. Desejo pelo novo, por sensações, por conseguir...Não parece que desejo seja algo ruim, mas em meu caso é!
Isso realmente em mim é capaz de me colocar do topo ou ao fundo do poço em um relacionamento.
O desejo de ter algo novo e provocador me foi capaz de renegar meu preconceito.
O desejo de descobrir o amor de uma mulher me fez correr febril na chuva...
O desejo por saber, por viver e provar...foi capaz de findar o meu relacionamento com a minha primeira namorada, minha primeira mulher. A primeira que sempre será a primeira e tanto que inesquecível.
Sei que em minha história não fui melhor nem pior, talvez tenha somente sido eu, uma pessoa que seguiu seus instintos, que pensou depois que agiu. Quando terminar de dizer quem eu fui e como acabou minha história, sei que saberão que a mocinha da história certamente não fui eu, apesar de poder dizer que fui vítima dos acontecimentos e do meu desejo... mas, vivi de tudo um pouco, e ainda penso que se tivesse a mesma história, faria novamente.
E para falar do término vou relembrar dos primeiros acontecimentos com aquela mulher casada e seu marido...
Uma noite de abril me lembro que vi a sua aliança, a minha amiga possuía uma vida com alguém além dos alunos e a minha amizade.
O Fiat uno antigo, com aquela placa desbotada foi o primeiro lugar que uniu mulheres amigas e um marido conhecedor do passado de sua mulher.
Não sabia que eles diziam que eu poderia ser lésbica, só soube disso muito tempo depois, tempo esse que já havia por namorar uma mulher casada.
Namorar uma mulher que tinha uma vida já estruturada ao lado de uma pessoa não foi fácil. Além dos poucos encontros, sujeitei-me vê-la beijar na boca de uma outra pessoa, dividir os momentos de atenção com o marido e por fim, a me aproximar de alguém que eu não tinha nada contra, mas não queria tê-lo próximo.
Era muito desconfortável no começo aquela situação. Mas, como no último relacionamento ela criou total distanciamento da mulher que namorava, inclusive por esconder sua existência como amiga, ter-me por perto era um hálibe de que nada havia mais que a amizade.
Sermos amigas em sua frente, almoçar em sua mesa, aceitar carona... E em um mês, estava eu a passar todas as tardes de sábado na casa deles. Uma conversa engraçada, um filme épico, um meio-cochilo na almofada.
Quando estávamos com ele, por uma espécie de respeito, resolvemos não pensar que nos amávamos e sustentar para nós duas que o sentimento era só amizade. E acho que isso foi a melhor decisão e mais justa.
Justa com o que eles sentiam, justa com ela, mas depois fui que não seria justo com os três...
Quando os dez dias de regresso chegavam, a saudade era matada nas pequenas e grandes oportunidades. E cada vez mais estava íntima daquela dupla engraçada.
Em uma de suas viagens liguei para a casa dela, mas quem atendeu foi o marido. Ela não estava lá, não havia chegado. Estávamos os dois com saudade dela, e o telefonema demorou mais do que o esperado, pois falarmos dela parecia que ela ficava mais próxima.
Lembro-me que uma tarde de sábado, quando o papo de professores apaixonados se estendeu entre eu e ele, ela olhou-me nos olhos e ao ficarmos sozinhas ouvi dela um pedido um tanto sem compreender, mas foi feito: “faz um favor, não apareça aqui quando eu não estiver em casa...”
Acho que um ciúme chegou nela, um radar feminino percebeu que aquelas conversas divertidas poderiam terminar em algo.
Fiquei realmente chateada com suas palavras, e prometi que nunca aconteceria.
Mas, já tínhamos falado uma vez ao telefone, e logo vieram dois, três, e alguns outros telefonemas em dias que a falta daquela mulher fazia a noite ficar interminável.
Algum tempo passou, vivi com ela momentos intensos depois que voltamos de nossa viagem inesquecível, ficamos mais íntimas, mais apaixonadas, e eu não conseguia mais ficar sem ela.
Lembro-me que pedia para que ela dissesse que ia me amar para o resto da vida... E o que ouvia era de que a vida devia ser vivida aqui e agora, e que eu ainda iria viver outras histórias com outras mulheres.
Não suportava ouvir que ela não tinha planos comigo, e que ainda por cima dizia que eu ia ter outra um dia. “Não, jamais!!” Era o que dizia a ela.
Nessa época lembro-me que me julgava incapaz de me deitar com outra mulher. Achava mesmo que não era lésbica, pois até então não sentia desejos por outras mulheres.
Ah, isso até surgir aquela loira de olhos azuis. E um sentimento estranho começou a me fazer desejar aquela mulher que entrava sempre as 19hs na academia. Era a feminilidade em seu corpo e um ar sensual em si. Mas, mesmo assim dizia a ela, não gosto de mulheres! E foi a primeira vez que ela me viu olhar diferente para outra mulher.
No final de Julho, novamente chegaram os dez dias sem ela. E para completar minha saudade, fiquei sabendo que o tio havia falecido, e ela teria mais uma semana distante de mim.
O telefone na minha mão surgiu como uma forma de ouvir algo que me ligava a ela. Falei com seu marido, e no outro dia estávamos a correr na praia.
Era uma amizade. Lembro-me que até o final da corrida eu tinha a certeza de que ele me via como amiga da mulher dele, e talvez tivesse até afastado a dúvida que pairava sobre o relacionamento entre eu e ela.
Mas, veio a água. Se soubesse que o olhar dele iria chegar aos meus lábios, teria evitado a água? Não, certamente não. Sei que apesar de me sentir constrangida tomaria sim a água de côco. Eu vi ela naquele olhar.
Aceitei a carona para banhar-me em sua casa, com a certeza de que a sua funcionária estava lá. Daria-me a garantia de que eu estava tomando a segurança dos possíveis acontecimentos. - Eu preciso ser guiada pelo correto, para não dar lugar a minha imaginação.
Cheguei a casa deles. E ela não estava lá. O chão na sala estava vazio sem os dois corpos femininos a se tocarem, não estava a beijá-la.
Em meio de outro copo com água, ouvi dele a pergunta: não gostaria de uma massagem? Disse que não. Mas ele disse-me que era uma massagem diferente. Realmente não soube o que seria o diferente, e deixei-o dizer como seria.
Tarde demais! Ele pegou meus pés e até perceber que a massagem seria com a sua boca, já estava eu a não saber o que fazer, pois havia ele tocado sua língua em meus pés.
Já estava a saber que aquilo não era amizade. E nesse exato momento a dúvida me deixou com outro sentimento, o do desejo de conhecer algo novo, por deixar sentir o meu corpo responder aquela forma estranha e certeira de carinho.
Distanciei-me, sei que havia em mim um lado que me dizia para não deixar, para sair, para não fazer já que amava ela... mas ele subiu, beijou meu pescoço e deu-me um beijo na boca.
Por que não ouvi-la? - Não venha aqui em casa quando não estiver!
Por que deixei querer sentir onde tudo poderia acabar? Mas não estava preparada, para o depois... Como sempre. Geralmente muito dos mortais que são mais inteligentes que eu, não fazem as coisas, muitas vezes não por que não tem vontade, mas sim, porque sabem que as conseqüências são drásticas.
Corri para o trabalho, como se fosse tudo se apagar de minha memória.
Mas, numa atitude imatura, escrevi um e-mail a ela. Não sei o que se passou em minha cabeça, mas a palavras sem nexo deixou-a intensa no outro Estado.
Em menos de uma tarde ela já havia falado com ele, e falado comigo. Mas, como fui idiota, ainda cometi o erro de dizer que ele tentou algo comigo. Claro que ela não iria acreditar em mim.
Antes, ele já havia consertado as coisas. Mas, mesmo assim. Eu deveria saber que eu era apenas uma aventura, e o casamento estaria sempre a ser preservado.
Voltei para casa, o e-mail dela já estava lá. Era um pedido grosso e forte de que saísse da vida dos dois.
Engoli a seco. E ela nem queria saber o que havia acontecido. Em dois dias ele me ligou, perguntou por que havia feito aquilo. Eu já estava totalmente confusa, e fiquei a espera dela.
Ela chegou, e não me atendeu, não respondeu e-mail, não gritou nem riu comigo.
Fiquei com o sabor do último beijo com ela, dado na parede da sala de jantar, não sabia que seria o último beijo seguro, deliciado...
Mas, não consegui ficar distante. Fui a uma festa, e nada bebi, queria está lúcida o suficiente para dizer o que sentia. Mas, entendam-me bem, deveria tomar coragem de um bêbado, ou pelo menos o fingimento de estar como um bebum, para dizer o que sentia.
Então, próximo a casa dela comprei uma cerveja. E acho que em minha vida, foi a única cerveja que desperdicei sem tomar. Ora, eu joguei em meus braços, em minha blusa, em meu pescoço, até ficar com cheiro forte de cerveja. Acho que as vezes perco a noção das coisas, e faço alguns planos em que sigo sem temer no que vai dar.
Meu plano era chegar a ela, chorar e dizer que amava-a. Eu realmente amava-a, mas errei com ela. E certamente gostaria de chorar, mas eu ainda estava dopada com a situação, e tudo que queria era voltar a ser como antes. E eu nem amava ele, só queria senti-la.
Depois de várias vezes a tocar a campainha da casa dela, ela desceu. Ela nem acreditava que eu teria a cara de pau de ir lá.
Mas, fui.. Eu queria consertar as coisas, e para isso sei que corro o quanto for. Deveria eu pensar antes de fazer, mas essa é Bette!
Finalmente falei com ela, fiz até chiado de bêbada, e disse que a amava. Mas, ela não quis ouvir, nada, nada...
Pedi para subir e usar o banheiro, ela relutou, pois lá estaria o marido no quarto ao lado. Eu agora vendo minha figura nem acredito como tive a coragem de ir lá na casa dela.
Bem, mas, na volta, ela não quis me ouvir, só pediu para eu sair da vida dela. E numa atitude desesperada, quebrei um cordão que tinha tal qual ela. Esse cordão que usávamos, tinha sido presente de pessoas diferentes, e pela coincidência, dizia-nos que era uma união do destino.
Os pedaços das 7 pequenas alianças ficaram pelo chão das escadas do apartamento dela. Chovia forte, e não acreditava que nem um táxi ela ia me chamar, já que estava sem bateria, as quase uma da madrugada, sem transporte para chegar a minha casa. Acho hoje que era deveria mesmo é ter me ter gritado e transportado toda sua raiva em mim, mas ficou calada, e eu sei que isso é a pior coisa que pode acontecer, o silêncio!
Dia 1 de agosto de 2005, estava eu a dar aula, e vejo-a linda a entrar na minha sala. Cumprimentou como sempre os alunos. E como sempre fiquei com meu coração na mão.
Ela andou em direção a sala de professores, e ficou a minha espera. Aquela sala que avistei-a pela primeira vez.
Cheguei a ela, e a frase que ela citou foi somente essa: foi bom, mas eu não quero mais, nem quero saber o que aconteceu, não quero te ouvir, sai de minha vida, e adeus!
Estava ali a pedir um último abraço, mas ela se foi.
Depois de 1 mês sem ela, não conseguia mais suportar aquilo tudo. E resolvi ligar para o seu marido. Aceitei sair. E confesso que só queria sentir a presença dela.
Um encontro a base de muitas revelações sobre a vida dela contada pelo marido. E eu sempre no silêncio.
Acho que a única coisa justa que fiz com ela, foi de sustentar o meu silêncio. Prometi que negaria para todo o sempre a ele, e foi o que fiz. Era o mínimo que fazia a ela, não contar da nossa história.
Na noite em que encontrei-o, tive de tomar muitas cervejas, elas entravam em meu corpo para ter coragem e para fingir que era ela que estava ali.
Estava meio doentia, já que o riso dele, algumas palavras e o beijo me pareciam como se saíssem da boca dela, eu estive com ele.
Eu tenho a certeza de que quando pessoas convivem com outras acabam se parecendo, sorrindo e nos tocando de forma igual.
E infelizmente foi assim que comprovei a tese de que o beijo dele o tocar em meu corpo era igual.
Ficamos uma noite a receber um o corpo do outro. Era uma união sem sentimentos. Nunca soube o que passava pela cabeça dele, mas o fato foi que tivemos 4 encontros.
As vezes eu a culpava por ter me feito descobrir o sentimento com uma mulher, como se fosse uma doença viver nesse mundo. E eu sentia-me possuída por tantos sentimentos. Raiva, saudade e desejo...
Cheguei ao meu limite. O limite em que você já perdeu o controle das coisas, e só resta agora pedir para ficar na cama deles, e meu pensamento nela. Aquela cama já havia me encontrado duas vezes, com pessoas que ela via a noite para também realizar aquele ritual. Mas, aquilo foi o fim. Tive nojo de mim, e no barulho da cama, fui para casa em prantos. Eu a amava. Queria tanto que ela soubesse disse. Perdi o controle da situação, foi um beijo que se transformou em uma bola de neve. Eu sei que ela sofreu, sei que ela não espera isso de mim, nem eu.
Dia 20 de setembro recebi uma ligação dela. Dizia que sentia minha falta. Depois disso desligou. Tentei ligar novamente, mas tudo em vão.
Dia 23 de novembro fui a casa dela, ensaiei uma música, me lembro que havia um segundo plano de tocar algo de amizade se tivesse alguém por perto.
Ela estava com aquele top branco, já tinha engordado desde que a vi pela última vez. Estava ela a tomar medicamentos para depressão. Não acreditei ao saber que tinha levado àquela situação.
Sentei perto dela, levantei e abracei-a forte. Ela pediu para eu sair, e antes só me perguntou por que eu fiz aquilo com ela. Calei-a beijando sua orelha, depois seu rosto, até ela não suportar mais e me beijar forte. Ela se entregou a mim por alguns minutos, beijamos como se tivéssemos mais que 4 meses sem fazer isso. E quando a consciência voltou, ela me mandou ir embora e prometou que nunca mais iria acontecer isso.
Dia 7 de dezembro estávamos em uma confraternização. Estava quase certa de que ela não iria por minha causa. Para me torturar ela deu em cima de minha amiga, pediu-a para ir com ela a festa.
Sentamos distante, e logo estávamos uma perto da outra. O desejo falava mais. Ela queria se segurar e no fundo tentava ter ódio de mim.
No jogo da verdade falei ao ouvido dela, passei minha língua em seu ouvido disfarçando com as mãos. Segui-a até o banheiro e empurrei-a contra a parede. Era como nosso primeiro beijo, dado em um banheiro, perto da porta, e ali foi nosso último beijo. Desse beijo ela me empurrou e pediu que me afastasse dela.
Depois desse dia fiquei sabendo que ela estava grávida. Não queria vê-la assim.
Dia 16 de maio fui ao meu antigo trabalho, encontrei-a lá. Foi a última imagem que tenho dela, estava com uma barriga enorme. Eu já não tinha coragem de desejá-la como mulher com aquela criança na barriga, mas fiquei estasiada de vê-la, linda, natural e cheia de brilho.
Depois de algum tempo sem a atenção dela vi-a a se aproximar de mim. Pegou em minha mão e colocou na barriga dela. Acho que foi uma forma que tivemos de nos unir e relembrar do carinho do passado.
Fiquei parada enquanto ouvia as suas palavras a serem ditas com o seu nariz entupido, linda como sempre.
Fui para minha casa, e nunca mais a vi.
Em um dia de agosto ela teve sua filha. É como se tivesse ali com ela, pois essa noite passei acordada.
Em abril de 2007 resolvi mandar um e-mail. Disse que agradecia por tudo, e que ela estava certa. Já tinha encontrado um novo amor, uma amiga que me deu um sentimento lindo e novo, e que só era possível por que ela me tinha feito conhecedora daquele sentimento por mulheres.
Ela me adicionou no MSN. Falamos algumas poucas vezes sempre eu com meu coração acelerado e mãos frias.
Um certo dia recebi uma mensagem que dizia “por favor me responda”.
Ela havia deixado aquele e-mail que tinha mandado salvo em seu computador. Ele leu. Ele tentou terminar com tudo. Afinal, nenhum sabia de fato o que cada um tinha feito comigo.
E ela se desesperou e me pediu que dissesse a verdade.
Tudo que um dia tentei dizer a ela, ela me perguntava naquele instante. Sem poder eu pedir perdão a sua frente. Só queria ajudá-la como deveria, e em 20 linhas contei tudo.
Ao término de tudo aquilo, ela me disse palavras que já não quero mais lembrar.
Foi então, que depois de já não a vê-la, foi a última vez que também tive falando com ela.
Sofri muito, chorei, fiquei derrotada. Nesse dia veio o arrependimento por tudo que fiz, pelo meu desejo do novo.
Liguei para meu novo amor, dirigi até um quarto e lá chorei com ela, depois fizemos amor. Ai é uma nova história... o segundo e sólido amor de Bette!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Ai, Ai, Ai...

Já começo este post me lamentando mesmo!!!
Me pergunto porque me chamam de Shane e não seria hipócrita a ponto de dizer que elas não têm razão. Parafraseando Martinho da Vila: "Já tive mulheres de todas as cores, de várias idades, de muitos amores, casada, carente, solteira feliz, já tive donzelas e até meretriz..."
Entretanto, acho que há em mim algo de Jenny Schecter porque vivo me fodendo com as mulheres. Já pensei inclusive em voltar a ser hétero, mas todas nós sabemos que isso não está em nossas mãos, não é posível e eu nem tenho saco pra homens, geralmente as cantadas são medíocres.
Bixo, não sei mesmo! Não sei o que elas querem. Dou carinho excessivo, amor incondicional, respeito, não traio (quando quero ficar com mais alguém deixo bem claro que não é um namoro)...Mas nunca dá certo! O mais engracçado é que elas sempre estão com o pé atrás, desconfiadas porque eu sou "safada", quando digo que gosto acreditam desacreditando ou sempre estão apaixonadas por mais alguém, ou ainda não sabem se são gays, enfim, só encontro problemáticas; porém continuam junto, se aproveitando do meu corpo, dos meus beijos e carinho.Como disse a Shane se confessando com o padre:"As pessoas sempre querem algo de mim, e o principal é sexo!". Elas também sempre falam: "eu te avisei que não queria te magoar!Te avisei que estava gostando de outra!Te avisei!Te avisei!Blá blá blá!!!"
Querem saber??Vou deixar de "fazer amor", agora só vou foder (rsrs...). A Shane está de volta!!Nada de "Jenny Retardadinha"...Sexo e nada mais!!!
Eu sou bem fraca pra tomar essas decisões, na verdade sou uma romântica irrecuparável!Tipo a Helena que se entrega mesmo nas relações, mas tô cansada!
Que se fodam as mulheres, aliás, que elas sajem fodidas por mim...kkkkkkk!!!!!!!!!

xxxShanexx