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quinta-feira, 31 de julho de 2008

Depois do beijo...a relação.

Acordei no outro dia e não lembrava de nada muito bem. Acho que ficar acordada a noite inteira me deixou meio atordoada. Então perguntei à ela: “Aconteceu algo ontem à noite entre nós duas?”. Tempos depois ela me disse que ficou puta com essa pergunta, mas na hora respondeu que tinha acontecido sim. Eu sorri e a chamei pra tomar café da manhã. Depois, a convidei pra assistir Frida na casa de uma vizinha / amiga, quando terminou voltamos pra minha casa pra almoçar. Mamãe saiu. Após muita conversa, ela resolveu ir embora. Nos despedimos com um beijo. No caminha ela feriu o braço no muro de uma residência. Quando chegou em casa me escreveu: “Foi tudo muito mágico... Mas ao mesmo tempo muito real...Adoro coisas proibidas, são mais emocionantes...meu braço ta doendo mas será uma feliz lembrança desse momento inesquecível pra mim...adoro tua companhia e adoro você! Fico feliz em saber que vc não ta grilada mas tenho que agradecer ao grilo pela noite em claro! Bjo”.
No outro dia nos encontramos, no outro também e mais outro...Nos víamos todos os dias, na universidade (principalmente nos banheiros...kkkk), na minha casa, na casa dela. Tava tudo maravilhoso. Nunca tinha vivido nada assim, nenhum homem me proporcionou tanto prazer, nem me deu tanto carinho. Nos transformamos em melhores amigas, amantes, companheiras...Mas como tudo que é bom dura pouco, desde o início ela me alertou que iria embora assim que se formasse, pra continuar com os estudos, especialização, mestrado, etc. Eu ficava apreensiva porque estava muito apaixonada, ficar sem ela seria o fim e sempre que falava disso me desesperava e chorava sem parar. Ela me acalmava dizendo que me amava e passava!
Veio o dia da defesa da monografia, dormimos juntinhas (só dormimos mesmo) e ao amanhecer, super cedo, fomos pra universidade. Ela defendeu, tirou 9.6 e fomos almoçar num restaurante pra comemorar. Depois veio a colação de grau, dormimos juntas novamente. E foi nossa primeira vez. Eu nunca tinha transado com ninguém, nem com homens nem com mulheres. Estava super nervosa. Ela já tinha tentado mas eu não permitia, nesse dia esqueci tudo e deixei rolar. Começamos a nos beijar, a respiração ficava cada vez mais ofegante, eu tomei a atitude de penetrá-la, nem sabia direito o que fazer, depois ela conduziu tudo. Me beijou dos pés a cabeça até que parou entre as pernas. Senti um prazer inenarrável, mas me continha, talvez por vergonha ou porque aquilo era muito novo pra mim, não sabia como agir. Com o passar do tempo fui me soltando e sempre querendo estar cada vez mais perto e ter mais sexo!!!!!!
Dia 12 de fevereiro foi seu aniversário. Foi o máximo! Ma mamãe viajou pra passar o carnaval no interior. Dia 11 ela foi pra minha casa, jantamos e fomos cedo pra cama, fizemos amor até dizer “já chega”, à meia noite lhe dei os parabéns e chorei com medo daquilo tudo acabar. Choramos juntas, abraçadas...ela dizia que o mundo era injusto, que logo agora que tinha me encontrado teria que me deixar. Eu não conseguia falar nada, chorava tanto que soluçava. Eu que era tão contida sempre parecia outra pessoa ao lado dela. As pessoas viviam me dizendo que eu era a hostilidade em pessoa, mas ao lado dela era a mais sensível das mulheres.
Quando amanheceu estávamos com a cara enxada de tanto chorar. Fizemos amor com a alma. Passamos o dia inteiro na cama, só levantamos pra tomar café da manhã que eu havia preparado (preparado entre aspas, porque comprei tudo pronto, não seu cozinhas PN...kkkk...mas o que importa é que ela adorou!). Depois voltamos pra cama e fomos regadas a sexo absolutamente o dia inteiro! Ou coisa boua!!!
Os dias se passaram. 13 de abril no segundo piso, bloco 2, sala 1, cch, universidade, ela me conta que vai embora no domingo, 17 de abril. Meu mundo desaba!!! Choro, choro, choro...eu fico incontrolável! Foi um dos piores dias da minha vida! Só pensava o que seria de mim sem meu amor. Não nos desgrudamos até o dia 16, quando a amiga dela (a pessoa com quem ela dividiria a casa) veio buscá-la pra irem juntas. Dia 17 chega, eu vou à casa dela, fico sentada em sua porta com medo de que alguém me visse chorando ponho um óculos escuro. A abraço longamente e vou pra casa. Choro a noite inteira.
Combinamos de namorar a distância, mas era sofrido demais, gastamos muito dinheiro com celular, ela com passagem porque no início vinha até duas vezes ao mês. Depois isso foi diminuindo. Não atendia minhas ligações, me ligava pouco, mandava poucos sms, e eu ainda muito ligada, não queria saber de mais ninguém, já tínhamos até dito que podíamos ficar com homens e cheguei a ficar com um em novembro, mas não dei continuidade. Esse namoro durou mais oito meses. No natal ela veio pra nossa cidade e acertamos o término. Eu sofri muito. No outro dia ficamos novamente. Conversamos que seríamos pra sempre uma da outra, nunca nos deixaríamos mas tocaríamos a vida pra frente, ficaríamos com outras pessoas mas sempre “juntas”.
Foi aí que comecei a virar a Shene...

terça-feira, 29 de julho de 2008

domingo, 27 de julho de 2008

Um amor sem todo o prazer: a primeira noite de Bette.

Até a primeira noite de amor, foram milhares de beijos, carícias... Não sei se hoje conhecendo a mim, me aguentaria estes dois meses sem fazer amor. Tudo era o suficiente para nós...E mesmo assim ousei descer do beijo na boca ao deliciar dos seios. Ela era inacreditavelmente doce e passiva! Não fazia idéia de quantas ela já teria levado a cama nos seus 30 e tal anos de vida, mas me olhava como se eu fosse a primeira, e isso aumentava a magia do momento. A nossa cumplicidade e o seu olhar me davam permissão para seguir e regressar aos seus lábios quando avançava demais. Ela sempre nos seus dez dias de trabalho me deixava com saudade. E o desejo no seu retorno aumentava. No final do primeiro mês pude me guiar pelo desejo e contar os três botões de seu short. Foi a primeira vez que vi rapidamente a sua calcinha amarela.
Mas, queríamos ter algo mágico, e a nossa noite inesquecível foi programada...
Programamos para outra cidade, uma semana de amor, distante de nossos compromissos, de nossos homens, da realidade...
E para chegarmos a primeira noite, tudo começa numa manhã de domingo...
Para não sermos vista juntas, tive que ficar a sua espera no meio da viagem. Entrar no ônibus e sorrir demorado sem acreditar que estávamos ali juntas numa rodovia, andando em direção de um sentimento.
O cobertor na viagem com as mãos molhadas indicaram que não passávamos daquele dia sem conhecer uma a intimidade do corpo da outra.
Chegamos a noite, na rodoviária, no táxi, no elevador e enfim, ao apartamento de sua amiga.
Era a primeira pessoa que via o nosso relacionamento. Era a primeira vez que me deparava com a certeza de que eu formava um casal lésbico. Acho que foi por isso que não conseguia sair do quarto, e lá continuei até irmos deitar.
Aliviada daquela sensação estranha, logo me vem outra... Pedi para apagar a luz, não sei se por respeito ou pela certeza do barulho escolhemos chão em vez da cama da amiga.
Tínhamos programado estar ali, mas quando ficamos sozinhas, não sabia o que fazer. Aquela menina cheia de impulsos e atitude estava sem respostas...
Não acredito que fiz aquela pergunta, mas a verdade foi que saiu de minha boca as seguintes palavras: mulheres transam?
A resposta veio com outra pergunta: O que você tem vontade de fazer?
Então fui fazendo o que tinha vontade...uiii!
Beijei-a, desci ao seu pescoço devagar, puxei uma parte de sua blusa e seu seio já estava em mim.
Ela tirou minha roupa de forma suave e a partir dali sabia que iria novamente conduzir.
Ousei tirar sua blusa, abri sua calça branca e colada. Em momentos ficava imaginando como meu namorado me fazia, mas preferi ser eu e seguir os instintos.
Queria sentir o prazer dela. Foi ai que meus olhos acostumados pela escuridão me mostrava claramente o seu corpo e sua face de prazer. Admirei suas formas como um artista que visualiza sua arte, acariciei-a. Era como se eu a desenhasse e ao mesmo tempo sentisse toda mistura de desejo, pureza e suavidade de suas mãos.
Sentia como me tocar diante de um espelho, nossa pele, nossas calcinhas, duas mulheres poderiam conhecer e sentir mais prazer por que tinham a mesma forma.
Desci..Desci...Saltei. E fui parar no contorno abaixo de seus joelhos. Não sei explicar, mas sei que toda vez que alguém a tocar naquele ponto ela irá lembrar de mim.
Subi...Subi...E dessa vez parei. Parei no contorno de sua pelve e descobri devagar a sua anatomia mais íntima. Era quente e frio, aquele mover parecia a dar muito prazer.
Fui também tocada lentamente, com medo, sem jeito, relutante. Aquele cabelo castanho em minhas pernas era muito bom.
Foram bem mais que 11 minutos, e tudo acabou em um grande abraço.
Sabia que faltava ela sentir o ápice do desejo. Mas ríamos bobas de prazer.
Eu não estava preparada para receber mais, e passamos a noite inteira em carinhos e beijos.
Na segunda noite, vi-a tremer próximo de meu rosto. A sua mão deu-a o gozo, e eu observei seu momento de intimidade. De fato não era eu que a dava aquela sensação, mas fiquei feliz.
Em noites seguintes já estávamos mais íntimas, finalmente consegui dar a ela o desejado, e aquela semana maravilhosa teve de terminar...
Volta a realidade - às 6 horas de regresso viveram apenas momentos de lembrança e saudade, esperei ansiosa os dez dias para o reencontro.
Tudo então se deu em mais 5 vezes, com febre, em nosso quarto privado, no chão de sua casa.
Confesso que hoje a daria mais prazer, mas para ser mágico tinha que ter sido assim. Talvez teria me permitido mais, deixar meus segredos de lado, medo, aceitação e poderia ter sentido o ápice do prazer com a mulher que foi o meu primeiro amor...
Como perdi isso? Essa é outra história e outro amor...

sexta-feira, 18 de julho de 2008

A dúvida da boite GLS: será que ela é?

Imagino que esta deva ser a pergunta de muitas garotas gays mundo afora.



É fato que hoje em dia não podemos mais nos basear por rótulos. Qualquer pessoa pode freqüentar qualquer tipo de ambiente.



Antes de eu ter meu primeiro beijo gay, meu primeiro namoro gay, costumava freqüentar as boites GLS da cidade por me contagiar com a música tribal que toca! Em boites HT geralmente o house não é o suficiente pra levantar a "moral".



A dúvida das lez girls pode ser a mesma que tenho agora ao freqüentar as boites pós fim de namoro: será que ela é?



As mulheres são seres tão enigmáticos, que me propiciam o entender os homens quanto sua revolta e falta de paciência para lidar com elas.



Existem sinais que nem sempre podem ser levados em consideração. Em conversa com a Shane, me foram apontados alguns itens, bem como Alince e Shane fizeram realmente no seriado com a Dana pra saber se a Lara jogava no time delas.



Vamos à eles?



Pratarias! Segundo o que Shane me informou, geralmente Lez Girls gostam de brincos de prata. Conferindo isso na boite, isso geralmente procede. Ciente disso, na última balada em que fui com a Shane, eu portava tais argolões! XD



Unhas! Segundo Shane, Lez Girls costumam ter unhas curtas. Meu pai! Reparei nas unhas da minha ex-coordenadora. Eu tinha desconfianças dela, principalmente pela forma como ela me admirava e admirava meus seios, sem contar que amigos meus que fizeram faculdade com ela confirmaram os fatos, e logo dei conta da realidade quando fui pedir demissão e ela colocou uma de suas mãos em um de meus joelhos, e lá estavam as unhas curtas (sem contar suas pratarias pelo corpo).



Ok, Pista de dança! Eu danço terrores na boite, isso é fato. Pra tentar saber se ela é, prestar atenção em sua forma de dançar também pode valer.



Tem daquelas mapôs que dançam que nem drag. Numa sexta deste mês eu e Shane nos deparamos com uma dessas. Ela mais baixa que eu (como a maioria das mapoas da pista perante o meu salto 15), começou a dançar do meu lado, esbarrava em mim quase que propositalmente e dançava que nem as drag's performáticas.



Classificação: MEDA!



Aí mudamos de local, na pista. Uma garota alta que nem eu. Como estou recém separada da minha primeira namorada, além de tímida, sou cagona. Não tenho a manha de chegar junto. Trocamos olhares e eu não conseguia sair do meu lugar. Shane conversou sutilmente com a amiga e ao falar de mim, elas sairam de perto.

Classificação: HT medrosa. No mínimo pensou que eu teria a manha de chegar dando em cima pra convencê-la do contrário. MORRA!

Em seguida uma loirinha (mais baixa que eu também, aliás, acho que a boite quase inteira do time feminino era mais baixa que eu [XD]), com uma beesha e uma Lez Girl gritante que é a sósia da Shane verdadeira. A minha Shane chegou na outra Shane, passou a conversinha básica, mas a Shane sósia caiu fora de tão drogada que tava.

E a loirinha? Ao comprar cerveja, Shane que estava atrás de mim, deu uma passadinha de mão nas costas da loirinha bonitinha. Ela me olhou com uma cara de poucos amigos, e eu levantei as mãos como se dissesse que não tinha sido eu.

Classificação: HT? Lez? Não sei. Só sei que era bonitinha e eu fazia ! XD

Mudando de lugar na pista de novo... Agora outra baixinha de cabelos lisinhos, bonitinha, dançando com um bofezinho. Eu atrás dele, e ela de frente pra mim. Dançávamos como se estivéssemos a desviar da figura dele pra ver nossos rostos. E aí vem Shane novamente passar o papinho. Resultado: ela era de outro estado, que está a morar por aqui há poucos meses, mas fico com a impressão de que Shane não foi tão audaciosa na conversa, logo a baixota foi embora também.

Classificação: Lez girl com o irmão, sem poder dar baque.

Outro buraco na pista... Agora estou do lado de uma mais linda ainda de olhos claros, acompanhada de duas beeshas. Ao mesmo tempo uma fofolete me encara mostrando os dentes (técnica de sedução perspicaz e eficiente). Fico olhando a de olhos claros com minha visão periférica, e ela me olhando também. Perdi o tempo de conquista porque ainda não tinha segurança pra tal, e depois de uns minutinhos a garota também foi embora.

É, agora só restava eu, Shane, a fofolete com a amiga, um casal que quase se comia, e mais umas três evidentemente lez. Shane vai ao banheiro e some.

E eu volto pra pista 2 pra procurá-la. Lá estavam só uma lez e a amiga, me me prensam na coluna e fazem a pergunta básica: você está acompanhada?

Eu respondo que sim.

Minha classificação: lez medrosa.

Já de manhã, restam poucos pelados na pista 2 (dance, tribal), outros jogados na área lounge, outros poucos na pista 1 (anos 80, 70), e outros (inclusive eu e Shane) nos puffs nos lamentando pelo fracasso da noite, já que Shane deu em cima de praticamente toda a trupe feminina da boite, acabou sendo beijada por um bofe e eu fiquei a olhar todo mundo de cima e dando risada das bolas fora.

E num impulso, Shane beijou a única gay da boite que restou além da fofolete sorridente que estava sentada próxima da gente com esperanças de eu sorrir de volta: eu.

Outro portal fora aberto na lezboland!

xxAlicexx

Forbidden Love...

Peço antecipadamente desculpas pela falta de posts, mas o notebook da Alice está há mais de uma semana na assistência técnica.

Pois bem, vamos ao primeiro namoro gay da Alice!

Antes dela, todas as minhas histórias com homens foram falhas, e até hoje busco refletir sobre os motivos. Nunca consegui passar de 1 mês com eles, seja porque me traíam, seja porque eu enjoava ou qualquer outro motivo.

Minha melhor amiga gay diz que temos sorte por termos conseguido ter o nosso primeiro namoro gay com as pessoas que nos deram o nosso primeiro namoro gay. Às vezes quero concordar, mas discordo algumas vezes pelo rumo que a história tomou. Mas isso é post futuro!

Bom, depois de darmos o primeiro beijo, incomumente fiquei a pensar nela durante o dia seguinte, sendo que após sair do trabalho e participar de um evento, não exitei em ligar pra tentar revê-la. Infelizmente não obetive êxito, pois ela trabalhava em outro evento, mas ainda sim marcamos de sair no sábado, segundo dia mundial de balada!

No dia combinado, ela me pegou pelo caminho, e seu perfume exalava pelo carro, assim como as cores de sua roupa. Ao me ver ela ficou estonteante e demosntrou o quanto eu parecia bonita ao seu olhar.

Como não podia deixar de ser, antes mesmo de experimentar este outro lado da sexualidade humana, eu freqüentava fervorosamente baladas GLS, e lá fomos nós pra uma delas que de tanto eu freqüentar, já era VIP. O detalhe é que não iríamos só nós. Minha "beesha" e a irmã louca dele estariam a tira colo.

Ela como galanteadora que é, ficou com saldo de 3 caras na noite, enquanto eu fiquei com 2, sendo que enquanto ficava com o segundo, ela parou de beijar o que ela estava e ficou a me olhar fixamente de forma estonteante, como que se não acreditasse no que via.

Apesar de termos de certa forma estipulado algumas regras no dia do primeiro beijo, nada estava definido entre nós.

E baseada nisso, fui cuidar do meu reino na boite: o Dark Room. Desci com o bofe pra lá, mas não conseguia fazer nada com ele por conta das mãos que percorriam nossos corpos naquele breu. Irritados, saimos de lá e seguimos rumo à pista, e foi que deu-se o blackout por falta de energia na cidade. Resolvemos ir embora, mas sem os rapazes, que por sua vez queriam "terminar" o serviço.

Ela deixou minha bee e sua irmã em casa e depois foi me deixar.

Parou o carro uma rua antes da minha casa e decidiu me perguntar o que acontecia entre nós, já que quando ela tentou me beijar na boite, eu me neguei a fazê-lo por ser conhecida como a HT babado de lá.

Eu sequer ao certo sabia o que acontecia, e somente atendi o pedido que ela havia me feito enquanto passava um senhor na rua: a beijei em plena 6h da manhã enquanto a vizinhança acordava pra comprar pão.

Depois disso, ficamos cada vez mais afoitas ao passar dos dias, sendo que durante a semana nos vimos praticamente todos os dias. Uma coisa que é prum post futuro aconteceu antes de chegar o próximo sábado, dia 25 de novembro de 2006.

Num fim de tarde tedioso, trocávamos sms e conversávamos sobre o ciúme que ela havia sentido no dia em que beijamos outras pessoas uma na frente da outra. Ela confessou ser a pessoa que atrapalhou o lance no Dark, e não lembro por qual motivo toquei no assunto namoro.

Lembro-me de ter dito que nem poderia comentar sobre o assunto, já que ela detestaria sequer pensar na idéia da brincadeira, e eis que recebo a sms: "QUER SER MINHA NAMORADA?"

Eu em minha cama fiquei de certa forma espantada, mas resolvi entrar na tal da brincadeira e disse que sim. E brincando brincando, nosso relacionamento havia sido definido e de certa forma estabilizado.

No dia 25 de novembro de 2006, aceitei namorar com ela, e comemoramos saindo num atípico domingo, indo ao cinema mais vazio da cidade (hoje extinto devido à falta de platéia) pra assistir o filme porre "A Colheita do Mal". Pelo menos eu afirmo que tentei assistir o filme, mas as mãos dela me tiravam definitivamente a atenção e foco de qualquer coisa! XD

E como diz Madonna em Forbidden Love, uma de suas faixas da Confessions on a Dance Floor, somente adaptando um pouco para o caso, "once upon a time, there was a girl and there was girl [...] we lived in a differente kinda world".

Uma garota e outra garota que resolveram viver num mundo diferente.


xxAlicexx

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Como foi o primeiro namoro...De Bette Brasileira.

Quando se está pela primeira vez com uma mulher, vai se vivendo o desejo, a descoberta, os dias vão se passando, e chega uma dada hora que pensamos: "qual o nome desse relacionamento"?
Se eu havia crescido com a imagem de que menino namora com menina, essa era minha hora de me permitir namorar uma mulher.. e que mulher!!!
Tudo entre a ciência do primeiro beijo ao completo entendimento do corpo dela foi demorado como um namoro adolescente.
Como ela era casada, e eu namorava a minha agenda telefônica, não era fácil conceituar aquela saborosa união de tardes quentes. Sabíamos somente que eu era dela e que ela era minha. Mas, de fato, estávamos muito antes das convenções escritas e faladas por "enamorarmos".
Lembro-me que a primeira vez que ela referiu-me como namorada, um ar seco na garganta contrastou-se com as borboletas na barriga.
Nosso namoro e então "namoro" foi a ser vivido no chão da cada dela, nos elevadores, banheiros e no banco da praça na semana inesquecível noutro estado, em que ser feliz era mais importante do que o medo de não se viver.
Meus quase 2 anos de namoro hétero, não se comparava em nem um dia de sentimento vivido com ela.
Além de ser intenso, quem não queria viver a liberdade ao alcance? Tinha que compreender que durante a noite alguém teria a posse do corpo, o marido.. e a mim, não havia cobranças. E toda aquela cumplicidade gerava cada vez mais amizade...
E amizade gera amizade... Foi isso que ao longo dos intervalos do desejo o nosso namoro presenciou. Na incerteza de que a amizade estaria a dar calmaria o namoro passou por pausas, até se reecontrar novamente no balançar da cama...
E foi assim que tive 3 meses com ela. Meu primeiro e intenso namoro com alguém que nunca mais esquecerei, dure 3 anos ou 3 vidas...

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Como tudo começou com a Bette brasileira...

Era manhã do dia 17 de Março de 2005, estava numa sala, e a todo instante entravam pessoas. Já não conseguia gravar tantos nomes, fisionomias e informação. Mas, a mulher de maiô azul, shortinho verde minúsculo e um apito pendurado ao pescoço, ficou logo em minha memória. O seu sotaque diferente, a voz alta, e aquele micro-short me fez logo ter uma péssima imagem daquela mulher. Só depois de alguns minutos ao ouvi-la, e acompanhar o seu cabelo pingando ao chão, pude saber que era uma de minhas supervisoras.

Sempre tive uma péssima imagem e preconceito de pessoas que se vestiam como ela. Um de meus outros tantos preconceitos era a homossexualidade...

Uma semana foi passando, e minha função era de observar as aulas, os alunos, os materiais, a profundidade e extensão da piscina, mas não conseguia de parar de olhar para aquela professora que me causava mal-estar.

Em duas semanas, o mal-estar passou para a admiração. O seu trabalho era fantástico! Já estávamos a falar mais e a combinar horários para caronas nas manhãs de terças e quintas e as noites de segunda, quarta e sexta.

Em menos de um mês, minha história com a daquela mulher começara a se cruzar de forma inexplicável. E sempre que ela precisava estava eu lá. Uma pessoa se afogando, uma criança a se ferir grave, um ataque cardíaco...era sempre nós que estávamos a nos socorrer juntas...

Mas, o que verdadeiramente nos uniu, foi o dia 5 de abril de 2005. O trânsito calmo das 6h50 da amanhã se tornou em poucos minutos num amontoado de pessoas que juntavam a ver-nos dentro do carro a subida do acostamento, e ao chão uma senhora que se ardia em dor.

Deve ter sido nesse exato dia em que fizemos tudo juntas, para com aquela senhora, para com o nosso olhar, para com uma mão a outra...

Ao voltar do hospital naquele dia, quando nossos olhares se cruzaram senti que já estávamos ligadas por algo muito grande... foi o nosso primeiro e demorado abraço.

Em meu aniversário, recebi os parabéns e as primeiras mensagens de carinho daquela mulher. Ela se tornou minha amiga pelas intempéries, pela união profissional e principalmente pelo excesso de carinho que havia entre a gente. Parecíamos nos ter conhecido a uma eternidade.

O meu coração contagiava-se com o humor dela. Marcávamos sempre um motivo de chegar e sair antes do trabalho, para ficar um pouco mais juntas.

Não sei ao certo qual foi o dia que percebi que ela estava a olhar tão profundamente aos meus olhos, que parecia ver minha alma. Falávamos de tudo, e com o excesso de álcool logo começamos a falar do que havia entre nós.

Sabia que era uma amizade forte, mas algo no olhar dela além de me atrair dizia que era mais que isso.

No dia 25 de Abril eu já sabia que ela gostava de garotas, apesar de ser casada e manter-se muito discreta. E eu... já não sabia quem eu era.

O mês de Maio foi chegando e as coisas foram também mudando. A minha função de observar as aulas, os alunos, os materiais, a profundidade e extensão da piscina, mudava com as de dar aulas e de observar a profundidade, extensão e movimentos do corpo dela.

O frio na barriga ao vê-la e o toque de sua mão, cada vez mais me despertava outras possibilidades. Já sabíamos o que queríamos, mas o primeiro beijo pedido foi atendido por mim com uma feição de nojo e repulsa.

Em um sábado de Maio, depois da praia, depois de muitos goles, depois de perder a vergonha, depois do preconceito desfeito, depois de não conseguir subir direito a rua, depois de entrar no banheiro masculino, depois de agarrá-la pelo braço, depois de encostá-la na porta, depois de me aproximar a sua face... foi o momento em que beijei-a com força, sabor e desejo...

Esse foi o meu primeiro de muitos beijos que daria com ela...



xxBettexx

"A namorada tem namorada..."

Minha primeira namorada me faz lembrar de duas personagens de The L word...A Marina - porque faz bem o estilo da mulher fatal,charmosa,sedutora,envolvente,que pega a menininha (Jenny); e a Bette - safada,arrogante e bem sucedida. Então é isso!Um misto de Marina e Betty,ou seja,irresistível!!!
Já faz três anos que tudo começou e ainda não terminou,porém,é uma meta a ser cumprida por mim em nesse segundo semestre de 2008. Porque é assim que acontece...Moramos em cidades diferentes,ela mora com uma mulher - tá "casada" - mas sempre que vem aqui nós ficamos,umas míseras cinco vezes ao ano. Hoje em dia, já consigo adiministrar bem isso...Ela vem e é minha,ela volta e é de outra(as).Entretanto,ainda tenho ciúmes,pois acredito que minha primeira é o grande amor da minha vida! (Acho que isso acontece com outras mulheres tbm, a primeira é a mais marcante) Mas também acredito que esse pensamento só persiste porque ainda não consegui me libertar por completo.Esse lance de "ficar ficando" pra sempre não dá certo.Sempre revivemos as coisas,relembramos todo o passado e acabo vievndo de passado.
Por isso tenho feito um garnde esforço pra terminar tudo de vez!Eu a amo,mas...
xxxShanexxx

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Como tudo começou com a Shane brasileira...

10 de Dezembro de 2004... Dia do Palhaço... Centro Histórico...

Eu fazia parte do Centro Acadêmico da universidade em que estudo, e estava a ajudar na organização da Manifestação Nacional de Arte, que coincidia com o Dia do Palhaço. Convidamos o curso, e somente apareceram 30 pessoas. Todos performáticos, vestidos com fantasias, maquiados, gritando palavras de ordem, arrastando o público que assistia para a caminhada.

Na praça eu avistei uma menina que não via há tempos na universidade. Não sei por qual motivo, eu sempre a observava pelos corredores do meu prédio. Achava que gostava do estilo dela, sempre de camiseta regata, calça jeans e All Star. E isso é muito gay! XD

No fim da manifestação, sentamos na praça e compramos vinho. E então, já éramos só 10. Ela curtia com a cara de todos, dizendo que estávamos fazendo "perforMANCE".

Depois de muito vinho, já estávamos breacos, e eu e ela conversávamos a parte. Falávamos de movimento estudantil, ela dizia que eu iria me desiludir com tudo e abandonar. Eu a ignorava continuando a falr dos meus ideais, como boa teimosa que sou.

Resolvemos comer algo e depois ela me acompanhou até o ponto de ônibus, e mesmo podendo pegar qualquer um, ela decidiu ir comigo.

Os dias passaram até chegar no dia da eleição do C.A., 16 de dezembro, e lá estava ela pra votar. Nos encontramos e trocamos telefone. A partir daí, trocávamos sms e num dos primeiros ela mandou o telefone fixo para que eu repassasse a uma amiga em comum. No mesmo instante liguei. Achei ótimo ter o número fixo, já que meu celular pedia arrego!

Conversamos aproximadamente meia hora. Cada vez ficávamos mais amigas! Aquilo era muito estranho pra mim, pois sempre fui de poucos amigos, e ainda sim, os que tinha eram de relacionamentos superficiais. Nada de grude, de contar tudo sobre minha vida, ou levar à minha casa. Mas com ela foi tudo diferente, e até minha mãe estranhou!

No dia 15 de janeiro de 2005, ela foi à minha casa pois havíamos combinado dela me pegar e irmos assistir filmes em sua casa, e um filme em especial: Frida! Deu tudo errado, começou a chover, e outras duas amigas minhas apareceram.

Acabei tendo que ficar em casa pra fazer "sala". Já se aproximava de 22:30h quando elas foram finalmente embora, e minha mãe convidou-a para dormir em casa, já que estava tarde e choiva muito. Ela topou sem pestanejar!

Aquela foi a noite mais longa de minha vida! Havia duas camas em meu quarto: a minha e a de minha irmã que não morava mais conosco, que foi justamente a cama onde ela dormiu.

Fechamos a porta e a conversa começou. Geeeeeeeeeezuis, ela não parava de falar, e eu estava exausta. Como a pessoa delicada que sou, pedi que ela calasse a boca definitivamente, e do nada apareceu um grilo. Liguei a luz do quarto, afastei os móveis pra encontrá-lo e matá-lo, mas não consegui.

Voltei a deitar, e o raio do grilo continuava. Aquilo me irritava muito! E junto com ele, ela voltou a falar. Depois de muito tempo, e quase um calo na língua, ela foi vencida pelo cansaço, mas pra minha surpresa, ela pegou minha mão e começou a acariciar.

Das mãos, passou-se pro braço, depois pro pescoço, rosto, até chegar na boca, o que me causou estranhamento. Ela percebeu e recuou, mas eu pedi que ela não parasse, apesar da sensação.

E nisso, ela me beijou, o que quase me fez morrer de susto! Fiquei estática, não mexia nem a boca. Ela quase caindo da cama, pedi pra que passasse pra minha. E assim ela o fez, passando o corpo por cima do meu, e deitando ao meu lado.

Questionou se eu já havia feito aquilo, e respondi que não. Depois disso ficamos só a conversar, e nesta noite não rolou mais nada. Aliás, somente pela manhã...

Na manhã de 16 de janeiro de 2005...

Meu primeiro beijo gay.

xxShanexx

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Como tudo começou com a Alice brasileira...

Eu a vi pela primeira vez de manhã, quando saía da aula pra ir trabalhar.


Ela pegou o Campus na parada da biblioteca. Estava com uma pilha de livros nas mãos, uma leggin’ azul, uma camiseta regata branca cheia de furinhos, e uma faixa azul no cabelo.

Não sei porque, mas senti que aquela garota desengonçada algum dia cruzaria minha vida. Depois a vi com uma amiga que jogava futsal comigo, mas não dei importância. Ambas eram do curso de Educação Física.


Muito tempo depois, eu estava com disciplinas atrasadas, e resolvi fazer uma delas fora do meu curso. Nessa época eu tava muito deprimida, fazendo tratamento com remédios e tudo mais, e até cheguei a ficar um mês sem ir pra aula. E lá eu avisto aquela mocinha linda com aquela bunda gigante! Ela sempre chegava com os cabelos molhados e atrasada, pois dava aulas em piscina e elas iam até parte do horário da disciplina.

Quando voltei a freqüentar as aulas, senti que aquilo que eu havia pensado tempos atrás estava pra acontecer. Ela era toda comunicativa, falava com todo mundo, aí começamos a conversar meio que por educação, até que um tempo depois, mesmo nós sendo péssimas colegas de turma, eu recebo um convite dela no Orkut. Eu nunca fui muito de aceitar convite de colega, até porque depois que a disciplina acaba, todo mundo para de se falar, e você fica com aquele monte de profile inútil ligado à você. Mas aceitei mesmo assim, pois não quis ser mal educada.

Ela passou uns dias sem ir pra aula, e eu senti falta da figura dela. Quando ela retornou, antes da aula começar, estava com um rapaz, que no futuro tornou-se um grande amigo meu, tocando violão. Parei pra cumprimentá-los e disse que senti falta dela na aula. Ela tinha ido pra um congresso em São Paulo, e tinha deixado um scrap pra mim quando perguntei por onde ela estava. Eu dizia que sentia inveja dela, e que era pra ela ter me levado na mala. Então começamos a nos aproximar. Conversávamos sempre que dava, ela me adicionou no MSN e conversávamos mais ainda. Aí fomos a uma calourada, dividimos uma cerveja, conversamos eu, ela e ele até uma da manhã. Já nos sentíamos muito próximas, e já estávamos confidenciando coisas íntimas, coisas de nossas vidas. Eu falei sobre minha família, e entristeci em frente à eles.

Eu tinha que viajar pra uma ilha tomabda pelo patrimônio no dia seguinte, e no caminho da carona, ela apreensiva comenta que tem algo muito importante que queria confidenciar somente à mim, pois achava que eu era confiável. Pensei: “das duas uma: ou ela abortou, ou ela é gay!”

Ela me enrolou o caminho todo, e eu morta de curiosa. Não me agüentava mais pra querer saber o que raios era esse segredo. Paramos no posto de gasolina, e continuamos conversando lá. E então, ela veio me dizer que o homem casado que ela teve um caso e não conseguia esquecer que tanto me falava, na verdade era uma mulher. Dei o meu sorrisinho de “eu já sabia”, e enquanto ela chorava dizendo que era doente por sentir atração por mulheres, eu senti meu coração partir. Queria tanto poder ajudar, fazer com que ela não sofresse... já tinha me apegado à ela ainda que superficialmente, e como de praxe, soltei minhas palavras confortantes, alegando principalmente que ser bi ou gay (apesar de serem a mesma coisa) não era doença.

Num dos meus atos de piscar, vi uma cena acontecendo dentro daquele mesmo carro. Estávamos nós duas, numa noite qualquer, e eu via um beijo... mas era um beijo na boca, e logo acordei desse sonho repentino e continuei a conversar com ela. Dei-lhe um abraço pra tentar confortar, e enfim ela parou de chorar. Ela explicou as coisas que sentia quando estava perto de uma mulher, e eu ouvi a tudo atentamente.

Tadinha, meu coração partia em ouví-la daquela forma. Enfim, tive que ir pra casa, pois tinha que viajar de manhã cedo.

Na ilha, já a tarde, eu não conseguia parar de pensar na conversa, e peguei o celular da minha amiga que liga pra mesma operadora que a dela de graça nos fins de semana, e liguei do ponto mais alto da cidade. Queria me assegurar que ela estava bem, mas nem mesmo sei porque fiz aquilo. Sei lá, eu estava em outra ilha e não parava de pensar naquilo. Queria colocá-la em contato com pessoas que passam pela mesma coisa pra que ela não se sentisse uma aberração como fazia parecer.

O tempo foi passando e a gente foi se aproximando ainda mais. Saía pra beber, conversávamos aos montes, e eu realmente sentia uma sintonia ímpar como jamais havia sentido com qualquer outra pessoa! Era fantástico! Eu finalmente tinha alguém que podia confiar. Mas aí começaram as conversas picantes no MSN, e ela começou a se jogar pra mim. Queria me seduzir, mas eu não cedia. Alegava que aquilo tudo era um engano, que o que ela estava fazendo comigo era errado, e que estava jogando tudo no lixo.

Quando me dei conta, já estava rebatendo e jogando aquele jogo da sedução também, mesmo que inconscientemente e da forma desafiadoramente humorada que tenho, porque na maior parte das vezes não levo esse tipo de desafio à sério, e somente brinco de volta.

Num certo dia, saímos e fomos beber num bar qualquer na praia. Eu não tinha comido nesse dia, e era fato que eu ficaria bêbada rápido. Eu sempre converso com as pessoas olhando diretamente nos olhos, e isso estava naquele momento virando uma tentação à ela. Num dado momento, ela já estava pegando minhas mãos, e passava por meus braços, e dizia que estava cheia de libido, mas logo relutava dizendo que não podia fazer aquilo. Eu não sabia o que dizer. Ambas passávamos por momentos conturbadores, e não queria dizer algo que viria a magoá-la. Esse negócio de evitar dizer as coisas acabou dando oportunidade pra ela atacar. Eu já tava mole de breaca. Entramos no carro, e não muito distante, ela parou num trecho da praia onde os casais ficam no carro namorando. Perguntei o motivo dela ter parado o carro, e ela respondeu que não agüentava mais e queria me beijar. Minhas forças foram suficientes apenas pra perguntar se ela estava louca e virar o rosto pro lado. Minha pressão baixou e eu simplesmente não conseguia mais me mexer. E então ela me beijava, e eu não conseguia sair dali. A mão esquerda pegava em meu seio direito, até que consegui voltar a mim e ela se deu conta que pelo fato de eu não estar respondendo e poderia ter desmaiado. Meu único reflexo foi abrir a porta do carro e sair correndo em direção ao mar. Ela pensou que eu ia me suicidar ou coisa assim e saiu correndo atrás de mim, e tudo o que fiz foi parar e vomitar terrores. Ela cortou os pés nas pedras e disse preu nunca mais fazer aquilo.

Pensei que a única saída era realmente alegar que eu estava desmaiada e dizer que não lembrava de nada do que tinha acontecido. Ela ficou indignada por eu não lembrar de nada, mas assim a situação foi contornada.

E tudo continua. As provocações nos chats, e a minha indignação pela falta de respeito. Brigamos algumas vezes por conta disso, até que ela disse ter dado uma trégua. Lembro de uma sexta, onde foi o último dia de aula, onde resolvemos tomar umas pra comemorar. Ela me chamava de irmãzinha e tudo o mais. Mas eu ainda não tava 100% confiante e recuperada da deprê. Queria fazê-lo em um lugar calmo, sem barulho. Nesse dia eu tava de saia e camiseta branca. Bom, ela deu a idéia de irmos prum motel, já que nunca tinha ido em um (fazia pouco tempo que havia perdido a virgindade com o espanhol, apesar da idade [23]), e a gente poderia conversar bastante e tomar nossas cervejas sem que ninguém nos incomodasse, e ela enquanto minha “sis” seria a primeira a me mostrar e dar dicas a respeito. Ela prometeu não fazer nada, já que estava tudo superado. Resolvi dar esse voto de confiança, até porque seria indelicado da minha parte, ela com um monte de problemas, tendo ao lado alguém que desconfiasse. Enfim, fomos pro raio do motel, e ela o tempo todo me tratando como irmãzinha pra cá, irmãzinha pra lá.

Quase na hora da gente ir, eu voltava do banheiro, e ela pediu pra que lhe desse um abraço. Ela queria agradecer por eu estar ao lado dela esse tempo todo. Fui inocentemente dar o abraço, e lá ficamos em pé abraçadas. Até que veio aquele beijo no meu pescoço e perguntei qual era a dela. Saí de perto e voltei pra cama pra continuar assistindo TV. Ela pediu desculpas e ficou comportada, até que veio de novo, e agora mais afoita querendo me beijar e eu não estava deixando, virava prum lado e pro outro pra não deixar acontecer, enquanto minhas mãos fechavam no ponto de eu dar-lhe um belo soco na cara. E o pior que ela pedia preu deixar ela me beijar porque queria sentir a outra de novo. Nossa, fiquei puta e esculhambei com ela.

Fomos embora com ela me prometendo que isso não aconteceria novamente.

E assim foi. Já falava em homens novamente, e não sei por qual motivo, mas eu comecei a sentir ciúmes, e guardava só pra mim. Queria vencer aquilo sem ter que me abrir. Ela somente mudou a tática, mas já parecia fraca na insistência. E quando finalmente eu pensava ter me livrado desses demônios que me tentavam, aconteceu: meu corpo respondeu. A partir daí, eu já não sabia mais o que fazer. A cada dia aquilo ficava ainda mais forte, e o contato das mãos dela passando em meus braços e ombro já faziam efeito que eu evitei durante esse tempo todo. Eu não agüentava mais ficar com aquilo pra mim, e deixei um recado dizendo que uma merda tinha acontecido e precisávamos conversar.

Agora é feriado. Dia 15 de novembro de 2006, e ela liga. Ok, e eu pensava, é agora que eu vou me livrar disso que está tirando o meu sono. Lembro de ter dito: “É, você tanto fez que conseguiu o que queria. Um corpo respondeu”. Ela falava e eu sentia que do outro lado da linha ela vibrava. E eu morria de ódio pois tinha perdido essa batalha e feio. E ela continuava falando, continuava profetizando como eu me sentiria, o quanto era bom, e isso e aquilo. Eu só dizia que não queria aquilo pra mim, pois me conheço. Ficaria mal, e eu tinha acabado de parar de tomar meus remédios, não queria voltar a fazê-lo. Bom, marcamos de conversar no dia seguinte pra resolvermos de vez a situação.

Novamente nós dentro do carro. Ela resolve parar atrás de um condomínio, e eu como sempre fazia, baixei o banco do carro e fiquei deitada olhando as estrelas. Conversamos algumas coisas que nada tinha a ver com o que tínhamos pra tratar, e eu via nela aquele ser que se acha vitorioso. Eu queria logo resolver tudo, mas sequer conseguia falar. Estava pra desistir e sair do carro, até que ela chega em meus ouvidos e sussurrando diz que iria tentar me beijar pela última vez. Faria aquilo e se afastaria já que ela não tinha mais nada a perder. Eu ainda tentei relutar com aquilo dentro de mim, mas acabou que ela me beijou. Ela me beijou, e eu beijei de volta. Não senti nada do que ela disse que eu sentiria, e disse que beijá-la era como se eu estivesse beijando um cara qualquer de uma festa qualquer. E beijamos de novo, e eu já me sentia menos desconfortável. Foram exatamente três beijos médios. Eu não tinha gostado muito do beijo dela, pois era muito molhado, e ela dava o beijo que eu denomino sexual. Tipo como se o próximo passo seria obrigatoriamente o sexo. E eu disse isso. Ela me deixou no mesmo posto em que me contou tudo, e o mesmo posto onde me deixaria inúmeras vezes no futuro.

E foi aí que o pontapé inicial foi dado.


xxAlicexx